Felipe Prior é réu em novo caso de estupro após Justiça de SP aceitar denúncia do Ministério Público

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Felipe Prior

Na semana passada, o Ministério Público fez suas considerações finais — a etapa final do processo em que as partes expõem seus argumentos antes da decisão judicial. A defesa do acusado ainda não se pronunciou. A acusação foi apresentada em maio de 2023 e aceita pelo Judiciário em junho do mesmo ano.

O g1 contatou a equipe de defesa de Felipe Prior e está esperando uma resposta.

Conforme as considerações finais apresentadas na última quarta-feira (11), durante uma viagem em fevereiro de 2015, na cidade de Votuporanga, no interior de São Paulo, Prior constrangeu a vítima a ter uma relação sexual dentro de uma barraca.

"Na data dos acontecimentos, o réu começou a beijar e acariciar o corpo da vítima enquanto estavam na piscina, diante de outras pessoas, o que causou constrangimento à ofendida. Em função disso, eles saíram daquele local e se dirigiram a uma barraca", relata o Ministério Público.

Na barraca onde a vítima estava dormindo, ela usava um biquíni e o acusado uma sunga. De forma rápida, ele começou a se despir e forçou a cabeça da mulher em direção ao seu pênis, tentando forçá-la a praticar sexo oral, com seu pênis chegando a tocar a boca da vítima. Imediatamente, a mulher declarou que não queria e empurrou o acusado. No entanto, aproveitando-se de sua força, peso e tamanho, ele deitou a vítima e se posicionou sobre ela, colocando apressadamente um preservativo no seu pênis. A mulher insistiu que não, que não queria ter relações com ele, mas ele ignorou suas palavras e utilizou sua força física para mantê-la imobilizada, penetrando-a de forma dolorosa e sem qualquer lubrificação. Esse é o relato da instituição.

De acordo com os relatos da vítima e de testemunhas, Prior cessou a agressão ao perceber que uma amiga da ofendida se dirigia para a barraca. Nesse instante, ela conseguiu empurrar o agressor e se libertar da situação de violência.

Em seu testemunho, Felipe Prior admitiu ter tido relações sexuais com a vítima, porém negou qualquer uso de violência e declarou que a relação foi consensual.

Argumentos Do MP Em Defesa Dos Direitos

"Apesar disso, a concretude do fato, assim como a responsabilidade do autor, foi evidenciada pelas testimoniais coletadas, principalmente pelo depoimento firme da vítima e pelo interrogatório do réu, que não contestou ter tido relações sexuais com a vítima", ressaltou o Ministério Público.

"O acusado tenta convencer que a vítima teria forjado os acontecimentos por ter sentido ciúmes, uma vez que ele ficou [com outra mulher] no mesmo dia e até o término do evento de carnaval. [...] Os acontecimentos só foram trazidos à tona pela ofendida anos após os fatos, quando ela realmente compreendeu que havia sido vítima de estupro e que não tinha nenhuma responsabilidade pelo que ocorreu. Se sua intenção fosse inventar os eventos para atingir o réu, por se sentir ciumenta, ela o teria feito na ocasião."

"Inventar acusações tão sérias por motivos tão triviais não parece estar à altura da personalidade da vítima. [...] Apenas após tomar conhecimento de que o réu havia agido de forma semelhante com outras mulheres, e utilizando o mesmo método, foi que a vítima decidiu relatar os acontecimentos às autoridades", afirmou o promotor.

Na última terça-feira (10), o Tribunal de Justiça de São Paulo elevou a pena de Felipe Prior em um novo processo no qual ele foi julgado e condenado por estupro. Com uma decisão unânime, os desembargadores determinaram que o ex-participante do Big Brother Brasil deverá cumprir 8 anos de reclusão em regime semiaberto.

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