Diniz diz que Fluminense foi "muito leniente" após título da Libertadores, mas "está voltando"

O desempenho da equipe hoje foi diferente em comparação com os jogos contra Juventude, Botafogo e Atlético-GO. O jogo de hoje foi totalmente distinto. Contra o Cruzeiro, mesmo com muitos jogadores desfalcados, conseguimos jogar bem. Criamos boas oportunidades e poderíamos ter vencido, no entanto, acabamos perdendo. Acredito que o pênalti marcado foi bastante questionável e o árbitro teve influência direta no resultado da partida.

Quando falamos sobre o ano de 2024, durante o qual tínhamos todas as condições favoráveis a nosso favor, com o apoio da torcida e tudo mais fácil, fomos muito complacentes. Isso se deve em grande parte à conquista da Libertadores. Agora a equipe está se recuperando. No jogo de hoje, acredito que demos uma resposta positiva, mesmo que não tenha se refletido no resultado. O time pode ter uma ótima temporada novamente.

Resumo do jogo entre Cruzeiro e Fluminense, com vitória do Cruzeiro por 2 a 0, válido pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A de 2024.

Mesmo que tenha feito declarações, o técnico reconheceu que a posição de lanterninha no Brasileirão afeta o psicológico da equipe. No entanto, ele assegurou não se importar com os pedidos para ser demitido, além de afirmar não ter conhecimento sobre possíveis reuniões para discutir sua saída. Nas arquibancadas do Mineirão, torcedores levaram faixas pedindo a saída de Diniz.

— É claro que estar na última posição mexe com a gente. É um sentimento terrível. Muito desagradável. É preciso ter força, trabalhar muito e encontrar soluções para que o Fluminense saia dessa situação. Possui todas as condições para superar isso [...] Quanto às reuniões para discutir uma possível demissão, elas acontecem de forma natural, não são convocadas apenas por causa do momento atual. As reuniões ocorrem toda semana, quase todos os dias tenho reuniões com o Paulo Angioni. Converso com o Fred, então não é algo tão alarmante assim.

Quando mencionei sobre mudança, não foi necessariamente em relação à peça em si, mas sim ao estado de espírito da equipe, à forma de atuar, de marcar, de construir. Na minha visão, hoje houve uma mudança significativa na forma como nos comportamos diante do Cruzeiro aqui.

Fernando Diniz na lateral do campo enquanto o Fluminense perdia para o Cruzeiro — Imagem por: Gilson Lobo/AGIF

"Respostas De Fernando Diniz: Entrevista Completa"

Como justificar a situação de um clube que conseguiu se classificar para a Libertadores e foi campeão sul-americano, mas agora ocupa a última posição no Campeonato Brasileiro?

— Não é algo que aprecio, mas não me incomoda. Ninguém gosta de ouvir o seu nome sendo pedido para sair das arquibancadas. No entanto, sei lidar com isso com respeito, como já mencionei antes. O fato de não conseguirmos resultados é crucial para as análises, especialmente nos jogos do Brasileirão, onde posso citar vários exemplos. Na minha visão, o Fluminense não merecia ter perdido (contra o Cruzeiro). Contra o Atlético-MG, tínhamos uma vantagem de 2 a 0 e deixamos escapar, mesmo tendo a oportunidade de marcar o terceiro gol. Contra o São Paulo, sofremos o gol nos últimos minutos. Contra o Atlético-GO, aconteceu algo semelhante. Estávamos vencendo por 1 a 0, tivemos chances de ampliar o placar, mas não aproveitamos, mesmo não jogando tão bem.

— O resultado não aparece, e a análise se concentra muito nele. Entendo completamente o torcedor. Trabalhou bastante e agora chegou ao limite? Se não for o limite e o time começar a vencer, a opinião vai mudar, porque o resultado virá. Se jogar mal e ganhar três, quatro, cinco jogos, então o trabalho não ficou mais no limite. Não consigo ver dessa forma. Pelo contrário: não vejo limite para o trabalho, sempre há espaço para melhorias. Quando se chega nessa fase, talvez seja um desejo pessoal também, que ocorra uma mudança. O futebol é cruel, essa máquina implacável de cobranças em que estamos sempre sujeitos ao resultado dos jogos.

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