Fernando Diniz renova com o Fluminense até o fim de 2025

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, comunica oficialmente que Fernando Diniz renovou seu contrato com o clube até o ano de 2025.

Hoje, tivemos o grande prazer de oficializar a renovação do contrato do treinador Diniz até o final de 2025. Esta é uma parte importante de nosso plano para garantir estabilidade e um compromisso a longo prazo. Quero deixar bem claro que durante esses últimos dois anos que ele esteve conosco, temos estado totalmente satisfeitos e felizes com não apenas seu trabalho, mas também com nosso relacionamento que transcende essa questão. Tivemos muitas conversas, projetando o que queríamos e agora eu tenho a grande alegria de anunciar que renovamos até o final de 2025 com nosso treinador, campeão da Libertadores e bicampeão estadual.

Fernando Diniz durante a partida entre Fluminense e Sampaio Corrêa, válida pela Copa do Brasil — registro feito pelo fotógrafo André Durão.

Ao juntar as passagens anteriores, Fernando Diniz soma um total de 182 jogos como treinador do Fluminense, contabilizando 90 triunfos, 40 empates e 52 derrotas. Durante sua trajetória no comando da equipe, ele conseguiu alguns importantes títulos, como a conquista da Conmebol Libertadores em 2023, a vitória na Recopa Sul-Americana em 2024 e os campeonatos cariocas de 2022 e 2023.

Pra mim, a renovação é um motivo de grande alegria. Sinto-me verdadeiramente honrado por fazer parte do Fluminense desde que comecei a jogar. Sempre fui muito bem recebido nesta casa, e em 2019 não foi diferente. Desde 2022, como o Mário acabou de dizer, tudo está mais equilibrado, ordenado e calmo. Muitas pessoas trabalharam duro para alcançar essa estabilidade, e uma das principais figuras é o nosso presidente. Ele é apaixonado pelo clube, muito competente e ousado em suas decisões. Ele trabalha duro e se dedica ao máximo para entregar o melhor para o Fluminense.

Temas Abordados Na Entrevista Com Diniz E Mário:

FD: - A comunicação com os torcedores é algo que os profissionais do futebol devem buscar para melhorar o ambiente e garantir que informações precisas sejam transmitidas sem distorcer as opiniões dos fãs. Às vezes, as coisas negativas podem afetar o ambiente do clube. No entanto, este ano trabalhamos muito para conquistar a Libertadores e o vice-campeonato mundial. Isso tem um impacto no time e nos fãs, que também querem aproveitar e relaxar, mas no futebol não há muito tempo para isso. Temos que trabalhar e melhorar constantemente. Nos últimos meses, o Fluminense tem evoluído muito e isso é perceptível nos treinamentos e nos resultados.

Nos últimos quatro jogos, obtivemos três vitórias e perdemos para o São Paulo. Em cinco jogos consecutivos, normalmente teríamos conseguido vencer o Atlético-MG, e a derrota contra o São Paulo não era esperada. Basicamente, teríamos vencido quatro jogos dos últimos cinco. Empatamos um jogo, ganhamos três e perdemos apenas um fora de casa. Estamos começando a reagir positivamente. Trabalhamos arduamente internamente com muito empenho. Não quero dizer que começamos a temporada bem, pelo contrário, muita instabilidade e alguns jogos abaixo das expectativas ocorreram. E devemos ser criticados por isso. No entanto, o Fluminense não deve ser usado como exemplo para todos. Eu sei que minha avaliação pode não mudar muito a opinião de vocês, mas sempre que tenho a oportunidade, gosto de explicar as coisas.

Durante a coletiva de imprensa, Fernando Diniz e Mário Bittencourt, representantes do Fluminense, foram fotografados por Marcello Neves.

No ano passado, durante nossa partida contra o Sporting Cristal, nosso desempenho não foi satisfatório. Esse momento se provou desafiador na temporada. Surgiram muitos problemas internos no grupo que não tinham relação com o jogo em si. A torcida, inclusive, protestou no centro de treinamento. Entretanto, conseguimos manter a união interna e melhoramos para progredir ao longo da temporada passada. O mesmo se aplica a este ano, onde já falei anteriormente sobre estes mesmos pontos que tocam o coração da torcida. Sem a presença dos nossos torcedores, nos sentimos vulneráveis no campo. Eles formam o coração do negócio e são nosso principal atleta. Quanto mais torcedores, mais fortes nos tornamos. Nosso objetivo é sempre levar alegria para os nossos torcedores. Esclarecer nossa posição também é importante para que acreditem no time. Trabalhar por uma vitória diária é nossa motivação constante, principalmente quando jogamos com excelência.

— Hoje atuou de modo aceitável e triunfou, apesar disso venceu. Quando a torcida sente satisfação com a equipe, isso me traz uma felicidade inestimável. A renovação do meu contrato me deixa extremamente contente. Trabalhar no Fluminense me proporciona uma grande alegria, sem dúvida. A minha família, que reside em São Paulo, também sente a mesma felicidade que eu e conseguimos suportar a distância de uma forma positiva, pois o Fluminense é a nossa verdadeira casa. É muito bom para mim poder estar aqui e eu desejo realmente melhorar o meu desempenho até então, juntamente com todos, para alcançarmos coisas ainda maiores para o Fluminense. Essa é a nossa intenção.

MB: - Em primeiro lugar, durante a temporada, não se deve avaliar se ela foi bem-sucedida ou mal-sucedida, já que ainda não terminou. No decorrer da temporada, avaliamos se precisamos de um jogador extra devido a lesões ou à perda de algum atleta vendido. Atualmente, estamos muito satisfeitos com a equipe como ela está, especialmente com a chegada de Thiago Silva. Não faríamos contratações adicionais, a menos que haja uma grande oportunidade. Aqui, olhamos para o grupo como um todo. Às vezes, alguns jogadores podem não se destacar, mas isso não é uma crítica, uma vez que vocês não estão presentes no dia-a-dia. E alguns jogadores podem não ter um bom desempenho em campo, mas internamente, dentro dos treinos, estão se saindo bem.

Ontem, observei uma parte do treino e refleti sobre como é gratificante ver os jogadores que não são titulares se esforçando durante o treinamento como se fossem. Essa atitude aumenta a rivalidade pela posição de titular no time. Com um grupo de 30 jogadores de alto nível, não é fácil para um treinador ter que escolher apenas 11. No momento, não estamos contemplando nenhum jogador em particular e, em vez disso, confiaremos na avaliação do Fernando. Estamos bastante tranquilos a esse respeito.

FD: É natural que aconteça e isso está ocorrendo aqui no Fluminense. Observamos que, principalmente nos jogos da Libertadores em que atuamos como visitante, as equipes adversárias nos recebem de maneira diferente, com um acolhimento e reconhecimento especial. Esse fato é positivo, já que é um reflexo de nossas vitórias. Essa situação nos obriga a melhorar cada vez mais, e estamos cientes disso. Todos estamos trabalhando nesse sentido e estamos empenhados em melhorar nosso desempenho.

FD: - Na minha opinião, o Fluminense tem apresentado uma melhora significativa, está em constante evolução e oscilação. Se analisarmos especificamente o jogo de hoje, saímos com a vitória, mas poderíamos ter conseguido um placar mais expressivo. No entanto, admito que nosso desempenho não foi o melhor e acabamos cometendo muitos erros técnicos, o que prejudicou nosso desempenho durante a partida. Apesar disso, acredito que estamos progredindo bastante, principalmente nos últimos meses e, consequentemente, os resultados estão refletindo essa evolução.

MB: - É a segunda ou terceira vez que abraçamos o jogador após repreendê-lo, e é importante que as pessoas entendam que esse abraço não é apenas um gesto vazio. As pessoas parecem estar compreendendo, o que é ótimo. O Fluminense tem uma equipe de base excelente, que tem sido um centro de formação não só de jogadores, mas principalmente de indivíduos. Quando concedemos uma segunda chance a um jogador indisciplinado, estamos mais preocupados em ajudá-lo do que simplesmente cuidar dos interesses da instituição. A história do Fluminense já viu muitos jogadores, como o Marcelo, chegarem ao sucesso, e com certeza verá muitos outros no futuro, incluindo o John Kennedy.

O mais relevante é que o JK possa se tornar um grande atleta e, no futuro, um modelo para seus filhos e outros jovens esportistas. Estamos imensamente contentes por sua volta e por ele ter compreendido a importância do momento que atravessava. Desejamos que ele continue assim. Internamente, reforçamos que temos nosso papel de contribuição, porém, é a vontade dele de se ajudar e se recuperar que realmente importa, em relação à vida como um todo. Qualquer indivíduo que enfrente problemas pessoais ou comportamentais precisa buscar ajuda, mas esse processo depende exclusivamente da vontade de cada um. O importante é o desejo do John de se recuperar, e não o nosso papel na sua volta. Agimos com convicção e fizemos o que precisava ser feito.

John Kennedy festeja um gol durante a partida entre o Fluminense e o Sampaio Corrêa na Copa do Brasil - Fotografia: André Durão

FD: - A volta do John Kennedy é motivo de alegria para nós e, especialmente para mim. É uma nova oportunidade para ele e para nós, uma vez que estamos construindo uma relação. A vida de John Kennedy é difícil, com uma história complexa que somente quem o conhece pessoalmente pode entender completamente. Eu já o encontrei mais de 50 vezes e sempre tento estender a mão para ajudar. É uma relação que é construída com muitas mãos ajudando. Meu foco principal é o bem-estar humano dos jogadores.

— Temos aqui um indivíduo que pratica o esporte futebol. Ele é como uma máquina em campo, mas na verdade, há algo frágil emocionalmente em sua essência. Às vezes, aparentam ser fortes, mas quando se tem um contato mais próximo com o jogador, pode-se notar um vazio que precisa ser preenchido. Acredito que o futebol brasileiro carece muito de atenção nesse aspecto, que é mais de ordem psicossocial do que tático, técnico ou físico. Precisamos mudar nossa perspectiva quanto a isso.

Há muitos outros indivíduos como John Kennedy por aí, que estão perdidos. No Fluminense, anteriormente, já houve outros jogadores que se encontraram nesta situação, e nós queremos oferecer a ele a oportunidade de se encontrar novamente e ter uma vida significativa. Não estamos apenas focando em sua carreira de jogador, mas sim, em sua vida pessoal - que é o meu principal interesse. Queremos que ele tenha sucesso em campo, mas, acima de tudo, nós desejamos que ele tenha uma vida plena, mesmo após os 35 anos de idade. Eu quero que o jogador construa uma família, como a minha, e que seu filho possa ter uma profissão de sucesso no futuro, como a medicina.

FD— Segue em frente. O cenário que se formou desta vez, com aquele erro ocorrido, assim como no ano anterior, já passou quando foi necessário. É um trabalho em conjunto com os atletas para criar harmonia. Não adianta trazer algo que cause grande rejeição. Foi construído em colaboração com os jogadores de forma admirável em torno de John Kennedy, pois ele é muito querido por eles. John Kennedy precisa da ajuda de todos, e também precisa ajudá-los, então ele retornou de forma muito forte e da melhor maneira possível.

— Não foi algo imposto, mas construído com a participação de diversos indivíduos. Portanto, se houve poucas pessoas presentes hoje, foi porque algo positivo aconteceu. Quanto a ele, ele agora tem uma nova chance e espero que o John Kennedy possa guiá-lo para um progresso significativo. Ele está completamente diferente durante os treinos, mais profissional, respeitando os horários e se dedicando arduamente. Os jogadores estão muito satisfeitos com o seu retorno, disso eu tenho certeza.

FD: - Quando ocorrem situações semelhantes em outros lugares, a abordagem pode variar significativamente. Pode envolver afastamento permanente do jogador ou um retorno sem acolhimento e uma perda de credibilidade dos jogadores em seu ambiente. Acredito que tais eventos não passam impunes. No caso dos quatro meninos, o resultado pode ser para melhor ou para pior, mas certamente não será o mesmo. Acredito que conseguimos melhorar a situação, tanto para o Kauã Elias, que obteve um grande desenvolvimento, quanto para o Arthur, que agora está muito bem. Demonstramos uma qualidade única no Fluminense ao transformar algo negativo em algo positivo.

Arias festeja tento em partida entre Fluminense e Sampaio Corrêa — Imagem: André Durão / geucorreio

Ao perder um pênalti, a torcida aplaudiu merecidamente Arias. Desde que eu cheguei em 22, vi como ele foi se tornando um dos maiores jogadores do continente. Ele joga de forma excelente aqui no Fluminense, na seleção colombiana e é um jogador confiante. Encontrar o Arias foi um prêmio em minha vida. Disse isso para ele hoje, ele é uma pessoa e jogador especial e bonito. Ele precisava estar em um ambiente como este para mostrar seu verdadeiro potencial. Futebol é um meio para desenvolver as pessoas, e Arias é um exemplo disso. Ele é um homem diferente agora, não somente um jogador diferente.

FD: - Eu não vejo diferença, o que importa é jogar bem. A Libertadores tem particularidades, como jogar em altitudes elevadas, que são justas socialmente, mas mudam completamente o jogo por razões fisiológicas. Jogar em altitude é um fator que interfere muito. Alguns casos na Libertadores são difíceis de produzir nesse ambiente. Mas em termos de dificuldade, eu não tenho preferência. Eu acho que com 16 clubes, tanto faz, sorteio é sempre difícil.

MB explicou que o Thiago só poderá ser registrado no começo de julho e estará disponível a partir do dia 10. Não se sabe se ele jogará a primeira partida contra o Palmeiras, já que as datas foram adiadas. A decisão da Diretoria de Competições da CBF mantém a ordem das rodadas do Brasileirão, o que não garante a estreia contra o Palmeiras. O Thiago chegará antes para treinar, mais ou menos na primeira quinzena de junho, após o término de suas férias. Será necessário aproximadamente um mês de treinamento até que ele esteja apto a jogar. O planejamento de estreia dependerá do Fernando.

FM: - Existe essa chance, tanto o Felipe Melo quanto ele. Contudo, não significa que ambos jogarão juntos, mas sem dúvida é uma possível alternativa. Não há impedimento em relação a isso.

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