Fluminense dá voto de confiança a John Kennedy, que mira sequência após afastamento

Fluminense vence por 2 a 0 o Sampaio Corrêa no jogo mais destacado da terceira fase da Copa do Brasil de 2024. Confira os melhores momentos do confronto.

— Já é a segunda ou terceira vez que abraçamos alguém após uma reprimenda, e é essencial que os indivíduos compreendam que esse ato vem em seguida à correção que foi dada. Acredito que a maioria das pessoas já tenha captado esse conceito. O Fluminense é reconhecido há anos pela sua excelência na formação de jogadores e, mais importante ainda, de seres humanos. Temos uma equipe de base altamente qualificada e comprometida com a construção de gente de caráter. — comentou Mário, complementando:

Quando oferecemos uma segunda oportunidade a um jogador após um comportamento inadequado, estamos trabalhando incansavelmente para resgatá-lo, mais do que nos preocuparmos exclusivamente com as questões da equipe. Sem dúvida alguma, o Fluminense irá descobrir outros talentos promissores ao longo dos anos, como já fez no passado e continuará fazendo no futuro. Assim como Marcelo e muitos jogadores renomados que atuam no futebol pelo mundo afora, haverá outros jovens adentrando no universo esportivo.

John Kennedy festeja seu gol marcado na partida entre Fluminense e Sampaio Corrêa, válida pela Copa do Brasil - Foto: Lucas Merçon e Marcelo Gonçalves/FFC

Os jogadores Alexsander, Arthur e Kauã foram readmitidos devido não apenas ao bom comportamento, mas também por terem cumprido completamente o cronograma de treinamentos que o Tricolor impôs. Porém, JK não cumpriu um dos treinos exigidos. Além disso, no dia da partida para o Paraguai, ele se atrasou por mais de uma hora, o que resultou em sua nova exclusão - dessa vez, sem data definida para voltar.

O evento no hotel reservado pelo time do Fluminense, que foi considerado "excessivo", causou incômodo em alguns jogadores do grupo. Nesse período, a equipe não estava passando por bons momentos nos jogos contra adversários locais, acumulando 13 partidas sem vitórias. Esse foi o principal motivo para o processo de concentração antes do jogo contra o Vasco: manter a atenção e tentar minimizar as reações negativas recebidas.

Na hora de estipular a sanção para John Kennedy, o histórico de reincidência em casos de comportamento inadequado também foi considerado. Durante uma entrevista, Mário afirmou que o clube reconhece ter uma parcela de responsabilidade na reintegração do jogador, porém, é de sua própria responsabilidade buscar o perdão. A reintegração ocorreu antes da partida contra o São Paulo em 13 de maio.

Durante a conferência de imprensa, Fernando Diniz e Mário Bittencourt, integrantes do time Fluminense, foram fotografados por Lucas Merçon e Marcelo Gonçalves da FFC.

Mário acrescentou que eles falam muito internamente sobre isso: eles têm uma parcela de responsabilidade, mas John é quem deve querer se ajudar e se salvar em relação à vida como um todo. Qualquer pessoa que tenha problemas pessoais ou comportamentais precisa procurar ajuda, mas precisa querer. Para Mário, o mais importante é a vontade de John em voltar e não eles serem considerados por isso. Eles agiram com convicção em fazer o que deveria ser feito.

Na quinta-feira passada, o jogador John Kennedy jogou novamente na Libertadores, enfrentando o Cerro Porteño. Em uma entrevista, ele mencionou pela primeira vez seu afastamento, mas afirmou que o sentimento negativo da punição já havia passado. Em vez disso, ele destacou seu "sonho" de participar do torneio continental.

Fernando Diniz concordou com a decisão de trazer John Kennedy de volta à equipe. Segundo o técnico, seria impossível reintegrar o jogador sem contar com a confiança de todos os membros do grupo. Afinal, criar um ambiente ruim poderia prejudicar a motivação de outros atletas que não têm nada a ver com o assunto. Antes de tudo, era importante garantir a união do time.

John Kennedy festeja seu gol no jogo entre Fluminense e Sampaio Corrêa, válido pela Copa do Brasil - Fotografia de André Durão.

— Existem indivíduos que atuam no futebol como se fossem máquinas, de tão talentosos. Muitos deles apresentam uma fragilidade emocional extrema, e por mais que aparentem ter força interior, quando você conversa pessoalmente com esses jogadores e busca uma abordagem mais íntima, percebe-se que há um grande vazio que precisa ser constantemente preenchido. Eu costumo dizer que o futebol brasileiro tem sérias carências quando se trata dessa tensão emocional indispensável ao esporte. O problema é mais psicossocial do que técnico, tático ou físico, e muitas vezes não é tratado com a devida atenção e importância.

Após marcar um gol contra o Sampaio Correa, John Kennedy afirmou seu interesse em obter mais êxito na temporada. Sua oportunidade próxima pode ser durante a partida com o Alianza Lima na próxima quinta-feira, na Conmebol Libertadores, onde o estádio Maracanã será o palco do jogo. O time Tricolor já garantiu sua classificação para as oitavas da referida competição, estando em primeiro lugar no grupo A.

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