Médico contou à polícia que mãe tinha 'ideias perversas' para filhas gêmeas que morreram em intervalo de 8 dias no RS

Gemeas Igrejinha RS

As declarações do especialista fundamentaram o requerimento de prisão temporária, realizado nesta quarta-feira (16). A suspeita, Gisele Beatriz Dias, é investigada por homicídio. O pai das gêmeas foi ouvido e não é considerado suspeito.

As meninas foram nomeadas como Antonia e Manoela Pereira. Antonia faleceu na terça-feira (15) e Manoela no dia 7 de outubro. De acordo com a polícia, não foram detectados indícios visíveis de violência nos corpos das garotas. Relatórios do Instituto Geral de Perícias (IGP) irão determinar as causas dos falecimentos.

Na residência da família, foram descobertos remédios destinados a tratamentos psiquiátricos. Em seu testemunho, a mulher já teria declarado que padecia de depressão e que, após a morte de um filho há dois anos, passava a ter pensamentos suicidas com frequência.

Conforme o chefe do Corpo de Bombeiros Voluntários de Igrejinha, Graciano Ronnau, que participou do atendimento do último incidente, as "condições das duas crianças eram bastante parecidas". Elas foram resgatadas na residência onde moram, no loteamento Jasmim, localizado no bairro Morada Verde.

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Igrejinha declarou, em comunicado, que foi informado sobre o incidente e irá "investigar se houve, por parte do conselho tutelar, a transgressão da obrigação legal de proteger os menores" (veja a seguir a íntegra da declaração).

A Polícia Civil está apurando as mortes das irmãs gêmeas Antonia e Manoela Pereira — Foto: Acervo pessoal.

Nota Do Conselho Municipal Dos Direitos Da Criança

O COMUDICA, composto por membros da sociedade civil e do poder executivo, trabalha de maneira contínua e proativa na proteção dos direitos de crianças e adolescentes, além de garantir a aplicação da legislação vigente.

Comunicamos que não recebemos queixas ou relatos de abusos relacionados às gêmeas que vieram a falecer. Além disso, não temos conhecimento de qualquer falha na atuação do conselho tutelar ou da rede de apoio no acompanhamento deste caso em particular, que justificasse a abertura de uma sindicância ou Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) por parte do COMUDICA.

Ficamos cientes da situação através da mídia e faremos uma investigação para verificar se o conselho tutelar descumpriu seu dever legal de proteger as crianças, conforme estabelecido pela legislação, já que não aceitamos nenhuma forma de violação de direitos.

Nós nos unimos à comunidade que está de luto pela perda prematura das crianças.

Temos plena confiança nas atividades realizadas pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pelo Judiciário, que estão envolvidos nas investigações necessárias. Além disso, sempre colaboramos com a comunidade para garantir que a legislação seja respeitada.

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