Comissão de Ética da Câmara abre investigação contra Glauber Braga

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Glauber Braga

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deu seu parecer favorável, com 10 votos a favor e 2 contra, para dar início à investigação sobre a suposta quebra de decoro parlamentar do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). O deputado é acusado de ter agredido e expulsado da Casa um membro do Movimento Brasil Livre (MBL) após este ter ofendido sua mãe.

Na reunião anterior, após tomar conhecimento da opinião positiva sobre o início das investigações, Glauber denunciou o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), de estar manobrando para derrubar seu mandato no Conselho de Ética.

O deputado federal Paulo Magalhães (PSD-BA), que é o relator do caso, rejeitou a ideia de que está sendo guiado por Lira e afirmou que não há como evitar a solicitação de admissibilidade do processo de quebra de decoro, considerando as provas disponíveis.

"Como poderia eu impedir o deputado Glauber de comparecer aqui para esclarecer e refutar todas as afirmações contidas no meu relatório? Estaria permitindo que ele tivesse a chance de se apresentar, não apenas para nós, mas para todo o Brasil, e demonstrar que estava sendo tratado de forma injusta", ressaltou.

Glauber reiterou suas acusações contra Lira e Magalhães, afirmando que eles estão trabalhando para remover seu mandato. “Vossa Excelência afirma ao público o compromisso de não aparecer em nenhum vídeo ou gravação de áudio onde tenha conversas com Arthur Lira e seus associados, solicitando que o relatório seja apresentado exatamente dessa maneira?”, indagou.

“Nem ele, nem qualquer pessoa me diz o que devo fazer. Agora, meu voto é contra Vossa Excelência”, respondeu Magalhães.

O deputado Alexandre Leite (União-SP) afirmou que as alegações feitas por Glauber desrespeitaram o Conselho de Ética e declarou que solicitará a suspensão cautelar do mandato deste na Mesa Diretora.

Em contrapartida, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) ressaltou que, entre as 34 denúncias submetidas na atual legislatura ao Conselho de Ética, somente duas foram acolhidas: uma contra o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ter ordenado o assassinato da vereadora Marielle Franco, e outra envolvendo Glauber. De acordo com Sâmia, essa situação demonstra a inconsistência do Conselho em comparação a outros casos de violação do decoro parlamentar.

Os simpatizantes do deputado do PSOL estiveram presentes na reunião do Conselho de Ética. Imagem - Lula Marques/Agência Brasil.

De acordo com ela, a resposta do deputado Glauber se deu em razão da doença de sua mãe, que foi insultada por um ativista do MBL. “O que vocês fariam se estivessem com sua mãe enfrentando um momento tão difícil, pouco antes de sua morte, sendo agredida, xingada e humilhada em seu local de trabalho?”.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, criticou a atitude do deputado Glauber Braga. Em um comunicado, afirmou que ofensas, insultos e agressões são atitudes que não condizem com a dignidade e o respeito que se espera de um membro da Câmara dos Deputados.

"São dignos de rápida reprovação incidentes como o que aconteceu hoje, envolvendo um parlamentar que já enfrenta outro processo no Conselho de Ética, por ter agredido um indivíduo dentro da própria Câmara dos Deputados, a casa dos representantes do povo", ressaltou Lira.

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