Justiça britânica retira acusações contra a ativista ambiental Greta Thunberg

Greta Thunberg

Nesta sexta-feira, 2, um tribunal de Londres aboliu as acusações movidas contra a ativista ambiental Greta Thunberg, que havia sido acusada de perturbar a ordem pública durante uma manifestação contra a indústria de hidrocarbonetos na capital britânica em outubro do ano passado.

No dia final da sessão, o magistrado do Tribunal de Primeira Instância de Westminster decretou que os agentes que denunciaram a jovem ativista sueca de 21 anos por desobediência impuseram restrições "inapropriadas", sem usar com clareza as suas instruções.

O magistrado encarregado do processo, John Law, avaliou que as exigências foram "injustificadamente impostas" pela polícia aos manifestantes no lugar da protesto.

De acordo com a avaliação do juiz, outras alternativas "estavam à disposição e poderiam ter sido adotadas". Logo, ele destacou que aqueles que não acataram as regras determinadas pelos agentes "não praticaram nenhuma infração".

No primeiro dia da audiência, que ocorreu na quinta-feira, o promotor acusou Thunberg de desobedecer a ordem de não obstruir a rua onde ocorria um protesto contra o Energy Intelligence Forum. O evento estava acontecendo no bairro Mayfair, em Londres, e contou com a participação de altos executivos de empresas do setor de gás e petróleo.

Durante o primeiro dia de audiência, o promotor Luke Staton informou que a ativista sueca foi detida por ter se recusado a deixar o local em que estava, conforme havia afirmado anteriormente.

Na audiência inicial em novembro, diante de outro tribunal em Londres, Thunberg alegou inocência em relação aos eventos ocorridos em 17 de outubro.

A moça, que tornou-se conhecida mundialmente pelas suas manifestações estudantis em prol do clima, iniciadas quando tinha 15 anos, estava em perigo de ser multada em até 2.500 libras (3.172 dólares ou 15.651 reais, conforme a cotação atual), devido às acusações contra ela.

Vinte e cinco indivíduos adicionais que também foram capturados durante a manifestação de meados de outubro e acusados do mesmo delito foram soltos.

Durante o início do julgamento, a defensora da natureza solicitou a identificação do agente responsável por causar danos ao meio ambiente.

Em todo o mundo, indivíduos que lutam pela causa ambiental estão enfrentando processos judiciais por agir de acordo com suas convicções. É importante que tenhamos em mente quem é o nosso real oponente. Essas palavras foram proferidas por Thunberg.

A organização não-governamental que defende o meio ambiente, Greenpeace, celebrou a determinação do sistema jurídico britânico.

O pronunciamento do Greenpeace destacou o valor que a decisão judicial teve para a consolidação da liberdade de expressão. É, sem dúvidas, desconcertante observar que cada vez mais defensores do clima são submetidos a julgamentos por simplesmente protestarem de forma pacífica, enquanto organizações como a Shell enchem os seus cofres com a comercialização de combustíveis fósseis responsáveis por atos destrutivos em relação ao clima.

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