Quem é Hugo Motta, nova aposta de Lira para sucessão na Câmara
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) surge como forte candidato à presidência da Câmara, apesar de sua jovem idade de apenas 34 anos. Ele conquistou uma ampla rede de contatos em Brasília durante seus quatro mandatos como parlamentar federal.
Uma das principais razões que o ajudaram a se tornar favorito para o cargo é a ligação com o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), que o considera como um membro da família.
Nogueira teve um papel fundamental nas negociações para que Arthur Lira persuadisse Marcos Pereira a desistir de sua candidatura, permitindo assim que Motta se lançasse na disputa. O objetivo é que ele se torne um candidato de consenso, embora Elmar Nascimento, Antonio Brito e Isnaldo Bulhões tenham afirmado que pretendem manter suas candidaturas.
Com habilidades extraordinárias na política, Motta se destacou ao se tornar o deputado federal mais novo eleito em 2010, com apenas 21 anos na época. Ele pertence a uma família influente em Patos, o quarto maior município da Paraíba. Seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos), é o atual prefeito da cidade, ocupando o cargo pela terceira vez, e está concorrendo à reeleição no pleito deste mês.
Sua avó, Francisca Motta, ocupou o cargo de prefeita de 2013 a 2016, enquanto um tio liderava a cidade durante o período da ditadura militar.
Hugo entrou na Câmara em 2010, porém foi durante seu segundo mandato que se destacou como integrante dos "Cunha boys" - parlamentares jovens que ganharam destaque ao lado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (Republicanos-RJ). Na época, Cunha e Motta eram filiados ao PMDB (atual MDB), e o presidente da Casa naquela época o nomeou para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, com o objetivo de investigar o governo de Dilma (PT) na época.
Dilma foi destituída através de um processo de impeachment, com o apoio de Motta, porém Cunha acabou sendo retirado do cargo meses depois por ter sido acusado de mentir sobre possuir dinheiro em contas no exterior. Nessa situação, Motta optou por se abster e não participou da votação que resultou na perda do mandato de seu aliado.
Motta mudou de filiação partidária visando concorrer à reeleição em 2018 e filiou-se ao Republicanos. Inicialmente cogitou-se a possibilidade de se filiar ao PP, porém o partido já estava sob a liderança de outro parlamentar, sendo Nogueira quem o indicou ao presidente do Republicanos, Marcos Pereira.
Na sua trajetória política, Motta esteve presente nos governos dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), e agora também está apoiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O político paraibano segue pelo terceiro ano consecutivo como líder do partido Republicanos na Câmara e, no ano de 2022, foi o deputado federal mais bem votado em sua região. A possibilidade de se candidatar à presidência da Câmara, se de fato acontecer, pode interferir em seus planos, mas há rumores de que ele poderá concorrer ao Senado ou até mesmo ao cargo de governador da Paraíba em 2026.
