Efeito Copom: Ibovespa derrete e nenhuma das 86 ações tem alta nesta quinta-feira
Juros Altos Afetam Empresas E Resultados Em 2025
Nesta quinta-feira (12), o Ibovespa apresenta uma queda acentuada após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu aumentar a taxa Selic para 12,25% ao ano. Às 10h53, o índice registrava uma diminuição de 1,59%, situando-se em 127.543,71 pontos. Nesse mesmo momento, todas as 86 ações da carteira teórica do IBOV mostravam desvalorização.
A "sangria" na Bolsa ocorre após a decisão do Banco Central de aumentar a Selic em 1 ponto percentual e sinalizar dois novos aumentos desse mesmo valor para as próximas reuniões, em reunião realizada na noite de quarta-feira (11). Assim, a taxa de juros do Brasil deve alcançar 14,25% ao ano já em março de 2025.
Gustavo Cruz, chefe de estratégia da RB Investimentos, esclarece que o panorama delineado pelo Banco Central torna o investimento em ações menos atrativo. Isso afeta especialmente empresas que são mais vulneráveis a taxas de juros, aquelas com elevado nível de endividamento ou que estão conectadas à economia interna. São exatamente essas que estão no topo das perdas do Ibovespa durante o dia de negociações.
"Já se pode observar um impacto nas empresas que possuem dívidas atreladas ao CDI, uma vez que os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025 devem ser inferiores ao esperado", declara Cruz. "Existem situações específicas, pois o efeito varia entre os diferentes setores. No entanto, notamos que o segmento de supermercados e a Magazine Luiza (MGLU3), que possui uma quantidade significativa de dívida de curto prazo em CDI, estão enfrentando mais dificuldades."
Às 10h53, as cinco empresas que apresentavam as maiores desvalorizações no Ibovespa eram Carrefour (CRFB3), com uma queda de 7,11%; Assaí (ASAI3), com 6,03%; Magazine Luiza (MGLU3), com 5,43%; Yduqs (YDUQ3), com 4,81%; e Pão de Açúcar (PCAR3), com 3,94%.
O desempenho ruim do Ibovespa interrompe uma série de três dias seguidos de valorização na Bolsa brasileira. Na quarta-feira (11), enquanto os investidores esperavam a decisão do Copom, o IBOV encerrou o dia com um aumento de 1,06%, alcançando cerca de 129 mil pontos.