Ibovespa tem pior queda em um dia em quase 2 anos | CNN Brasil
Nesta quinta-feira (12), o Ibovespa caiu significativamente, registrando seu pior resultado diário em quase dois anos, conforme informações da Elos Ayta. O movimento reflete a reação dos mercados a indicações de uma política de juros mais apertada.
O índice mais importante da bolsa brasileira finalizou o pregão com uma diminuição de 2,74%, chegando a 126.042 pontos. Essa foi a maior desvalorização desde 2 de janeiro de 2023, quando houve uma queda de 3,06%.
Das 86 ações que fazem parte do portfólio do Ibovespa, somente a Hapvida (HAPV3) apresentou valorização no dia, com um aumento de 1,12%.
O desempenho foi especialmente negativo para as ações relacionadas ao consumo e ao varejo, que costumam ser mais vulneráveis ao aumento das taxas de juros.
Principais desvalorizações do dia:
No total, os investidores das 322 companhias registradas enfrentaram uma perda de R$ 133,2 bilhões em valor de mercado, diminuindo a soma total das empresas de R$ 4,35 trilhões para R$ 4,22 trilhões.
A Petrobras (PETR4) se destacou negativamente, registrando uma queda de R$ 31,8 bilhões em sua capitalização de mercado, sendo responsável por cerca de 24% das perdas entre as 10 maiores desvalorizações.
O resultado desfavorável demonstra as expectativas dos investidores em relação à política de juros, após a postura mais rigorosa do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) no dia anterior.
O grupo de deliberadores decidiu por unanimidade aumentar a Selic em 1 ponto percentual, elevando a taxa básica para 12,25% ao ano. Além disso, indicou que deve continuar com essa estratégia nas duas próximas reuniões, marcadas para janeiro e março de 2025.
“A ação do Copom destaca a dificuldade que a política monetária enfrenta para estabilizar as expectativas de inflação. De acordo com o Comitê, isso só deve ocorrer no segundo trimestre de 2026, desde que as condições sejam favoráveis”, explica Idean Alves, que é planejador financeiro e especialista em mercado de capitais.
“Isso evidencia as dificuldades que o Banco Central enfrenta, além da alta dos juros no país, o que diminui a confiança e a disposição dos empresários em realizar novos investimentos na economia produtiva, resultando, dessa forma, em uma redução de empregos e renda.”
De acordo com o grupo de especialistas, a situação se agravou desde a última reunião, realizada em novembro, com mais elementos indicando um aumento da inflação do que uma diminuição.
Entre os fatores que podem elevar o índice, o Banco Central ressaltou a desancoragem das expectativas, uma maior resistência da inflação nos serviços e a interação das políticas econômicas tanto externas quanto internas que podem ter um efeito inflacionário.
Por outro lado, o Copom destacou que uma desaceleração mais intensa da economia global do que a prevista, assim como os efeitos do aperto monetário sobre a desinflação no mundo, podem contribuir para a redução da inflação.
De acordo com o Banco Central, o Pix é o método de pagamento mais popular entre os brasileiros.