Formador e vendedor, vitorioso Del Valle é exemplo para SAF do ...

17 Junho 2023
Del Valle ficou conhecido como “matador de gigantes”.

Del Valle ficou conhecido como “matador de gigantes”.| Foto: Divulgação/Conmebol

Um dos clubes mais bem sucedidos do continente nos últimos anos, o Independiente del Valle, do Equador, é abertamente uma das referências para a SAF do Coritiba.

Clube-empresa, El mata gigantes combina excelência em formação de atletas com ótimos resultados dentro de campo a partir de 2016. Nessa temporada, foi vice-campeão da Libertadores eliminando Boca Juniors e River Plate no mata-mata, feito até então inédito em uma mesma edição do torneio.

+ Confira a tabela do Coritiba no Brasileirão

A derrota na final para o colombiano Atlético Nacional, contudo, não travou o crescimento do projeto. Em 2019, o Del Valle faturou a Sul-Americana pela primeira vez, diante do Colón, da Argentina. Repetiu o feito no ano passado, contra o São Paulo.

Neste ano, bateu o Flamengo e garantiu o título da Recopa em pleno Maracanã. Localmente, venceu o Campeonato Equatoriano em 2021 e a Copa do Equador em 2022.

Em entrevista ao UmDois Esportes, o CEO Carlos Amodeo ressalta que há várias diferenças entre Coxa e Del Valle, especialmente quanto ao tamanho do clube e da torcida, mas revela que o "Matador de Gigantes" é, sim, um exemplo para a nova fase do Alviverde.

"O Del Valle, é um modelo de evolução desportiva muito consistente, mas um mercado muito diferente do brasileiro. A gente não pode fazer comparações entre os clubes nem da pressão externa pelos resultados. Mas reconhecemos que é um projeto muito bem estruturado. Esse clube, de matador de gigantes, está se consolidando como uma referência desportiva nos últimos anos. Então, é uma referência positiva pra gente", fala o executivo, que ressalta que o exemplo equatoriano é um dos modelos que o Coritiba usa como base para formar o seu próprio "case".

Vendas milionárias após sucesso em campo

Fora de campo, o Independiente del Valle soma R$ 186 milhões com vendas de jogadores somente no recorte das últimas três temporadas. Foram 12 atletas negociados, média de R$ 15,5 milhões por transação.

Os dois mais valorizados foram o volante Moisés Caicedo (R$ 26,2 milhões), comprado pelo Brighton, da Inglaterra, e o zagueiro Willian Pacho (R$ 29,2 milhões), titular do Royal Antwerp na conquista do Campeonato Belga de 2023.

Mas o sucesso nos negócios acontece prioritariamente após a consolidação dos talentos com a camisa azul e branca. Com um centro de treinamento de primeiro nível, além de escolinhas espalhadas por todo o país e uma grande rede de olheiros, o Club de Alto Rendimiento Especializado Independiente del Valle tem uma das melhores categorias de base América do Sul.

Caminho que o Coxa imagina seguir. Na venda da SAF, há obrigação de investimento de R$ 100 milhões para construção, em até quatro anos, do CT de Campina Grande do Sul.

De acordo com Amodeo, a reestruturação e fortalecimento dos conceitos de categoria de base ajudarão o Coxa a captar atletas cada vez mais cedo, seguindo a tendência do mercado.

A ordem, então, é "captar o atleta, formar, promover à equipe principal, ter protagonismo desportivo e depois vender.

"Não queremos vincular nosso projeto prioritariamente à venda de atletas. A venda é consequência do bom processo de captação, formação e promoção e do protagonismo. À medida que nós tenhamos protagonismo desportivo de forma coletiva, individualmente temos o sucesso também e aí as potencialidades de venda. A gente muda a prateleira dos atletas à medida que tem protagonismo desportivo", conclui o dirigente.

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