Bolsonaro sobre objetos ''perdidos'' do Alvorada: Lula fez ''falsa comunicação de furto''
Na quarta-feira (20), o antigo presidente Jair Bolsonaro (do partido PL) afirmou que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (também do partido PL), cometeu o crime de falsa comunicação de furto ao acusar Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, pelo "sumiço" de 261 objetos do Palácio da Alvorada. No entanto, tais objetos foram encontrados dentro do próprio edifício pelo governo no ano anterior.
No antigo Twitter, o ex-presidente escreveu que todos os móveis foram levados para Alvorada e que Lula cometeu o crime de denunciação caluniosa de roubo.
Ao fim de 2022, no período de transição do governo, Lula e sua esposa Rosângela Silva, também conhecida como Janja, manifestaram insatisfação com as condições da residência oficial em Brasília. Eles perceberam a ausência de diversos bens, incluindo móveis, objetos de cozinha, livros e obras de arte, que deveriam estar no local após a saída de Bolsonaro e Michelle do Palácio da Alvorada.
Até setembro do ano passado, os itens foram localizados após dez meses da primeira inspeção no local, ocorrida em novembro de 2022. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência afirmou que os objetos estavam em "diversas dependências" dentro do Palácio da Alvorada. Ao ser questionada sobre quais seriam essas dependências, a pasta informou que os objetos estavam "distribuídos" pelo imóvel, sem especificar onde.
Segundo a pasta responsável, foram realizadas três reuniões para encontrar os móveis. Na primeira análise, em novembro de 2022, foi constatado o desaparecimento de 261 itens. Na segunda verificação, realizada no início do ano passado, foram encontradas 173 peças. A última reunião foi conduzida em setembro e afirmou que todos os itens estavam no lugar e nada havia sido perdido pelo casal Bolsonaro. Apesar disso, segundo a Secretaria de Comunicação, os móveis sofreram com a negligência de Bolsonaro e Michelle.
A possível ausência dos móveis gerou o incentivo para que Lula e Janja adquirissem uma nova mobília. No mês de dezembro do ano anterior, o Estadão divulgou um relatório que expôs que o governo federal despendeu R$ 26,8 milhões com renovações, aquisição de novos móveis, itens e utensílios domésticos para os prédios administrativos da presidência em Brasília em 2023.
Michelle recorreu às redes sociais para esclarecer o paradeiro da mobília desaparecida naquela ocasião.
Estes móveis encontram-se armazenados no depósito 5 do Palácio da Alvorada ou no armazém da Presidência. Há uma seleção de cadeiras, mesas, sofás e quadros que pode ser utilizada para reorganizar o ambiente. Quando visitei o Alvorada com Marcela Temer em 2018, ela mencionou essa conveniência e também a hipótese de trazer os meus móveis de casa.
