Como James Earl Jones virou a voz de Darth Vader; ator morreu aos 93 anos

James Earl Jones

Ele foi convidado para dublar a poderosa voz do personagem em 1977. Naquela época, George Lucas, o idealizador da saga, já havia escolhido o ator David Prowse para dar vida ao antagonista, mas ainda buscava um outro profissional — alguém que pudesse transmitir suas falas de maneira mais impactante.

"Creio que inicialmente George considerou [a contratação do ator] Orson Welles. Em seguida, ele percebeu que [a sua voz] seria bastante fácil de identificar", revelou James durante uma entrevista a Conan O’Brien, em 1995.

De acordo com o norte-americano, levou aproximadamente duas horas e meia para que ele registrasse as falas de Darth Vader em "Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança" (na época, o filme ainda era conhecido como "Guerra nas Estrelas" no Brasil).

Inicialmente, James não desejava receber reconhecimento pelo seu trabalho. Ele só começou a figurar nos créditos da série a partir de 1983, com o lançamento do terceiro filme.

Após interpretar o mesmo personagem nos três filmes da trilogia principal, ele retornou a usar a armadura e o capacete em "Rogue One: Uma História Star Wars" (2016).

James Earl Jones no Teatro Paris, em Nova York (EUA), no ano de 2012 — Imagem: Evan Agostini/AP

A voz inconfundível se tornou um símbolo na trajetória vitoriosa de James. O ator também ganhou a admiração das crianças ao emprestar sua voz a Mufasa, o pai do protagonista de "O Rei Leão" (1994).

Sua performance (e estilo vocal) foi tão impactante que ele se destacou entre os poucos do elenco original a retornar para a nova adaptação digital de 2019.

Apreciado e admirado por várias gerações de amigos e admiradores, o ator norte-americano está entre os raros artistas que conquistaram os mais prestigiosos prêmios da televisão (Emmy), da música (Grammy), do teatro (Tony) e do cinema (Oscar) — categoria que é comumente chamada de EGOT.

Após cumprir seu serviço militar no exército dos Estados Unidos durante a Guerra da Coréia, na década de 1950, Earl Jones iniciou sua trajetória no teatro. Sua primeira apresentação na Broadway, a famosa área de Nova York conhecida por suas produções teatrais de renome, ocorreu em 1957.

Em 1968, conquistou seu primeiro prêmio Tony como o personagem principal da peça "The great white hope". Essa atuação também lhe garantiu uma indicação ao Oscar em 1970, pela versão cinematográfica da obra intitulada "A grande esperança branca".

Sua estreia no cinema ocorreu alguns anos antes, em 1964, no aclamado "Dr. Estranho", dirigido por Stanley Kubrick. No entanto, o papel mais icônico de sua trajetória, aquele que o tornaria famoso mundialmente, ainda levaria mais 13 anos para surgir.

Sua mais recente participação no cinema ocorreu em 2021, quando reprisou o papel do rei Jaffe Joffer no filme "Um Príncipe em Nova York 2", ao lado de Eddie Murphy.

Embora não tenha sido agraciado com uma estatueta por nenhuma atuação em particular, o ator foi contemplado com o Oscar honorário em 2012.

No Emmy, conquistou o prêmio em duas ocasiões, ambas em 1991, pelos trabalhos "Conflito em Los Angeles" e "Anjo Maldito", além de ter recebido mais seis indicações.

No palco, recebeu dois prêmios Tony de melhor ator e um prêmio honorário. Em 1977, conquistou um Grammy na categoria de melhor narração em audiolivro por "Great American Documents".

Segundo o site Deadline, ele se encontrava em sua residência, localizada em Nova York, nos Estados Unidos. A confirmação foi feita pelos seus representantes. A razão do falecimento não foi revelada.

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