Sem surpresa, João Campos (PSB) é reeleito no primeiro turno no Recife

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Joao Campos

As urnas ratificaram o que as pesquisas apontavam como desfecho da eleição no Recife: João Campos (PSB) foi oficialmente reeleito para a prefeitura, com 70% dos votos já contabilizados no primeiro turno. Ao término da apuração, o prefeito somou 78,11% dos votos válidos.

O pessebista possui uma elevada taxa de aprovação na administração da cidade, com 77% dos habitantes do Recife avaliando a atuação da prefeitura como excelente ou satisfatória, de acordo com uma pesquisa do Datafolha, publicada em 19 de setembro.

Em segundo lugar, apontou-se Gilson Machado (PL), obtendo 13,90% dos votos, enquanto Dani Portela (Psol) ficou em terceiro com 3,78%. Daniel Coelho (PSD), que recebeu o suporte da governadora do estado, Raquel Lyra (PSDB), conquistou 3,21% dos votos válidos, encerrando sua participação na quarta posição.

João Campos, com 30 anos, é descendente de uma renomada linhagem política em Pernambuco, que inclui figuras como o ex-governador Eduardo Campos, seu pai, falecido em um acidente aéreo durante a corrida presidencial de 2014, e Miguel Arraes, seu bisavô.

Campos formou uma aliança que reuniu, além de seu próprio partido, a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), junto com a União, os Republicanos, MDB, Solidariedade, Avante, DC, Agir e PMB.

Visando o ano de 2026, Campos optou por Victor Marques como seu vice-prefeito, um amigo próximo e colaborador fiel, que se juntou ao PCdoB a convite do chefe, em abril deste ano. Existe a possibilidade de que o membro do PSB renuncie ao cargo para concorrer ao governo em 2026, permitindo que seu indicado assuma a posição.

Na corrida pela prefeitura do Recife, Campos não foi o único a ter ligações com um clã político familiar. Gilson Machado Neto (PL) é sobrinho e sucessor político de Gilson Machado Filho, ex-deputado federal alinhado ao conservadorismo e figura de destaque no setor empresarial de usinas de cana-de-açúcar. Gilson Filho teve uma proximidade com presidentes durante o período da ditadura militar e, como parlamentar, votou contra o impeachment de Collor. Por sua vez, Daniel Coelho (PSD) é o sucessor político do ex-deputado João Coelho (PDT).

A alegação de que a administração Campos utilizou as creches conveniadas da prefeitura para fins políticos foi um dos tópicos mais debatidos pela oposição no Recife. Esse tema foi abordado em uma sequência de reportagens da Marco Zero Conteúdo. O programa de parcerias público-privadas (PPP) que possibilitou o aumento do número de vagas em creches na cidade incluiu 74 “creches parceiras”, das quais, de acordo com a matéria, pelo menos 23 estão associadas a vereadores ou candidatos que fazem parte da campanha do prefeito à reeleição.

A acusação foi utilizada na campanha eleitoral do postulante do PL, porém a Justiça determinou a suspensão da sua divulgação ao avaliar que as alegações eram pouco consistentes, apresentando apenas “informações descontextualizadas de um blog político como evidência, além de recortes de página de um site”.

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