João Fonseca admite surpresa com rápida evolução, mas mira alto: 'Quero ser nº 1 do mundo'

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Joao Fonseca

Jovem Tenista Brasileiro No Torneio Next Gen 2024

18 de dezembro de 2024 - 07h10

O jeito descontraído, o sorriso natural e os poderosos golpes de fundo de quadra não são as únicas semelhanças que fazem de João Fonseca um possível sucessor de Gustavo Kuerten. A mais recente promessa do tênis nacional almeja trilhar o mesmo caminho que o tricampeão de Roland Garros. "Meu objetivo é chegar ao topo do ranking mundial", revelou o jogador de 18 anos em uma entrevista ao Estadão.

Joao Fonseca - Figure 1
Foto Terra

O jovem talento carioca está quase finalizando sua primeira temporada entre os profissionais, depois de se destacar no juvenil, onde conquistou a liderança do ranking, o título do US Open na categoria e o troféu da Copa Davis Júnior. Sua última "missão" em 2024 será o Torneio Next Gen, que reúne os oito melhores jogadores do mundo com até 20 anos. Sendo o mais novo da competição, Fonseca fará sua estreia logo no primeiro dia, nesta quarta-feira, às 14h30 (horário de Brasília), enfrentando o francês Arthur Fils.

Independentemente do resultado que obtiver em Jeddah, na Arábia Saudita, Fonseca tem razões para comemorar. Ele começou a se destacar este ano ao conquistar duas vitórias consecutivas no Rio Open – uma delas justamente contra Fils, seu oponente desta quarta-feira, com um impressionante 6/0 no marcador. Seu excelente desempenho no saibro carioca lhe garantiu oportunidades em competições de maior porte, como o Masters 1000 de Madri, onde saiu vitorioso na primeira rodada.

Enquanto explorava as competições mais renomadas, ele intercalava excelentes atuações em torneios Challenger, que estão um nível abaixo dos ATPs, com uma sequência de vitórias e conquistou seu primeiro título em julho. Além disso, teve uma atuação notável na Copa Davis em seu primeiro ano como membro titular da equipe brasileira, acumulando duas vitórias importantes.

"Acredito que, assim como em toda a minha trajetória profissional, as coisas acontecem de forma bastante acelerada. Após o Rio Open, muitas coisas mudaram e comecei a aproveitar as oportunidades que surgiram, sem me preocupar com uma meta de classificação, mas focando em me desenvolver e aprender ao longo deste ano", revelou Fonseca à equipe de reportagem, que atualmente ocupa a 145ª posição no ranking mundial, sendo o terceiro melhor brasileiro da classificação.

O circuito profissional impôs novas demandas ao brasileiro. "A transição do circuito juvenil é bastante significativa, mesmo tendo participado de algumas competições profissionais no ano passado. A intensidade é outra, e por isso um dos principais objetivos deste ano foi concentrar-se no aprimoramento físico", ressaltou.

Simultaneamente, Fonseca destaca a "maturidade" como uma das lições mais valiosas que obteve em seu primeiro ano completo na carreira. "Aprendi a ver o circuito de forma profissional e a aproveitar as chances que surgem", comentou o carioca, que permanece insatisfeito. "É fundamental sempre buscar evoluir em todos os sentidos. Creio que, ao longo do ano, aprimorei meu saque e avancei fisicamente, mas sempre há espaço para crescimento."

O jovem tenista de 18 anos considera Guga Kuerten uma das suas maiores influências, sendo ele o primeiro brasileiro a alcançar o topo do ranking da ATP. "O Guga é uma enorme fonte de inspiração, não apenas no mundo do tênis, mas em diversos esportes. Ele possui um grande carisma e transmite alegria, e é justamente onde eu desejo chegar: ser o número um do mundo", disse Fonseca, que também admira Beatriz Haddad Maia. "A Bia sempre me envia mensagens motivacionais. A resiliência dela mentalmente serve como uma grande inspiração para mim."

A última etapa do ano trouxe um desafio para o atleta brasileiro. Em sua estreia no torneio, que segue o modelo do ATP Finals, Fonseca se vê como um "underdog" na disputa, que já teve como campeões o italiano Jannik Sinner, atual número 1 do mundo, e o espanhol Carlos Alcaraz, ex-líder do ranking.

"Integrar esta nova geração e estar entre os oito melhores jogadores sub-20 do mundo é uma experiência incrível. Isso demonstra que estou seguindo a direção certa. Reconheço que estou em um grupo bastante competitivo, mas qualquer grupo que eu tivesse encontrado seria desafiador. Sendo o mais jovem daqui e classificando-me em oitavo lugar, sou considerado o 'azarão' entre os classificados", comentou o brasileiro.

Após competir contra Artur Fils, o atleta com a melhor classificação no torneio (20º do mundo), Fonseca se preparará para enfrentar o americano Learner Tien (122º) e o checo Jakub Mensik (48º). Os dois primeiros colocados desta fase conseguirão uma vaga nas semifinais.

"É entrar de forma relaxada, e eu aprecio jogar sem a pressão de resultados. Então, vou me concentrar em executar o que sei fazer de melhor. Tive bons treinos aqui em Jeddah e agora é hora de aproveitar essa chance de estar presente. Será desafiador, mas também promete ser divertido", afirmou o atleta carioca.

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