Em Manaus, Biden anuncia aporte ao Fundo Amazônia e diz que deixa legado 'forte' para Trump na área ambiental | Amazonas
O comunicado ocorreu durante a programação do democrata no Museu da Amazônia (Musa), onde ele se encontrou com representantes indígenas da Amazônia brasileira e especialistas. Esse novo aporte elevará o total das investigações dos EUA ao Fundo Amazônia para 100 milhões de dólares.
A contribuição precisa ser aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, que atualmente é dominado pelos republicanos, e visa agilizar as iniciativas globais para preservar territórios e recursos hídricos, salvaguardar a biodiversidade e combater a crise climática.
A adição de mais US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia foi a segunda anunciada pela administração Biden. No início de 2023, com a nova gestão de Lula, foi divulgado um primeiro repasse de US$ 50 milhões, marcando a reativação do fundo, que estivera inativo durante o governo de Jair Bolsonaro.
Estabelecido há 16 anos, o Fundo Amazônia agrega contribuições de doações internacionais com o objetivo de financiar iniciativas que visam a diminuição das emissões resultantes da degradação das florestas e do desmatamento. Além disso, busca apoiar comunidades tradicionais e organizações não governamentais que operam na área, bem como disponibilizar recursos diretamente para estados e municípios, voltados para o enfrentamento do desmatamento e dos incêndios florestais.
O presidente dos Estados Unidos também declarou a formação de uma coalizão global com o objetivo de arrecadar, no mínimo, US$10 bilhões até 2030 para a restauração e proteção de 20.000 milhas quadradas de áreas terrestres. Além disso, ele assinou uma declaração estabelecendo o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação.
Outras ações divulgadas por Biden foram:
Ele enfatizou que está estabelecendo "uma fundação sólida" para as políticas climáticas que seu sucessor, Donald Trump, irá assumir.
Negando a existência das mudanças climáticas, Trump adotou o lema "Perfure, bebê, perfure" ao falar sobre a ampliação da exploração de petróleo nos Estados Unidos durante sua campanha recente. Famoso por sua abordagem permissiva em relação à regulamentação e por seu suporte à indústria de combustíveis fósseis, ele se compromete a implementar uma agenda contrária à proteção ambiental, gerando apreensão entre os especialistas.
Durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, um tratado firmado pela comunidade global em 2015 com o objetivo de conter o aquecimento global. Além disso, ele anulou mais de 100 normas ambientais, que afetaram as emissões de gases de efeito estufa, considerados um dos principais fatores do aquecimento global.
Joe Biden chegou a Manaus por volta das 13h30 (horário de Brasília) e deixou a cidade por volta das 18h, rumo ao Rio de Janeiro. Ele estava acompanhado da filha Ashley e da neta Natalie, conforme informou a agência de notícias AFP. A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, também fazia parte da comitiva.
Por volta das 14h, o político do partido democrata realizou um sobrevoo de helicóptero sobre a área. Ele estava acompanhado por mais seis helicópteros da Força Aérea dos Estados Unidos. Durante alguns minutos, Biden sobrevoou o Encontro das Águas, onde se encontram os rios Negro e Solimões, além da Reserva Florestal Adolpho Ducke e o Museu da Amazônia (Musa).
Biden se reúne com líderes indígenas na Amazônia — Imagem: Alexandro Pereira/Rede Amazônica
Em seguida, o presidente fez uma visita ao Musa, onde se reuniu com os cientistas Henrique Pereira, do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa), e Filippo Stampanoni, diretor geral do Museu. Também estiveram presentes a pesquisadora Camila Ribas, do Inpa, e Peter Fernandez, CEO da Mombak, uma empresa que atua na negociação de créditos de carbono.
No Museu, Biden realizou uma caminhada pela mata. Ele também se reuniu com representantes indígenas das comunidades Kokama, Xerente e Wapichana, que o esperavam sob uma Sumaúma - a maior árvore da Amazônia, que pode alcançar até 50 metros de altura e viver aproximadamente 120 anos.
Biden também foi acolhido pela embaixadora americana no Brasil, Elizabeth Bagley, pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), e pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
O climatologista brasileiro Carlos Nobre, uma autoridade reconhecida há muitos anos nas pesquisas sobre o impacto das mudanças climáticas na Amazônia, também esteve presente com o presidente dos Estados Unidos durante sua visita.
Fotos Da Visita De Trump A Manaus: Veja A Seguir
Biden chega a Manaus para tour pela Amazônia — Imagem: Leah Millis/Reuters
Biden durante sua passagem pelo Museu da Amazônia, em Manaus (AM), neste domingo (17). — Imagem: Leah Millis/Reuters
Joe Biden fazendo um discurso durante sua visita à Amazônia brasileira. — Imagem: Alexandro Pereira/Rede Amazônica
Joe Biden formalizou uma declaração que designa o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação. — Imagem: Alexandro Pereira/Rede Amazônica
Biden sobrevoou a Amazônia em uma aeronave oficial dos Estados Unidos e retornou ao aeroporto de Manaus — Imagem: Manuel Balce Ceneta/AP
Biden dialoga com autoridades na pista do Aeroporto Internacional de Manaus. — Imagem: Alexandro Pereira/Rede Amazônica
Helicóptero com o presidente Biden, prestes a levantar voo para um sobrevoo na Amazônia. — Imagem: Alexandro Pereira/Rede Amazônica
Biden sobe a bordo de um helicóptero para um sobrevoo na Amazônia. — Imagem: Alexandro Pereira/Rede Amazônica
Biden desembarca em Manaus para uma viagem à Amazônia — Imagem: Reprodução/GloboNews
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarca em Manaus na companhia de sua filha, Ashley Biden, e de sua neta, Natalie Biden — Imagem: Daniela Branches/Rede Amazônica
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chega a Manaus no dia 17 de novembro de 2024 — Imagem: Reprodução GloboNews
Aeronave com Biden aterrissa em Manaus — Imagem: Reprodução/GloboNews
Aeronave de Biden aterrissa em Manaus — Imagem: Reprodução/GloboNews
Biden aterrissa em Manaus para uma visita histórica à Amazônia.