O giro completo de Joe Biden: da prepotência à resignação - Crusoé
Na noite de quarta-feira, 24, o presidente Joe Biden discursou na Casa Branca de forma surpreendente, em contraste com diversas declarações feitas durante sua campanha para a reeleição. Vamos analisar.
Joe Biden antes da data 21
Até retirar sua candidatura no domingo, 21, devido à pressão do Partido Democrata, Biden afirmava ser o mais apto a vencer Donald Trump nas eleições.
De acordo com o que ele disse, era necessário que ele fosse eleito novamente para dar continuidade ao seu projeto.
A continuidade dele no posto era algo almejado pelos líderes europeus, que manifestavam discretamente sua torcida por ele durante a reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte, conhecida como Otan.
Sua persistência em permanecer na competição também foi uma forma de respeito à democracia, visto que ele foi selecionado pelos eleitores do partido democrata durante as primárias.
Os votantes do Partido Democrata já exerceram seu direito de voto, e escolheram-me como o candidato indicado pelo partido. Será que agora devemos ignorar esse processo democrático? Não podemos simplesmente desconsiderar as opiniões dos eleitores. Eu me sinto responsável e comprometido com a confiança e a fé que os votantes democratas depositaram em mim para disputar as eleições deste ano. A decisão foi deles, e eu respeito isso. Em uma carta de duas páginas no dia 8, Biden expressou sua posição.
Biden até mesmo expressou sua indignação contra a elite do Partido Democrata em sua correspondência.
A mídia, os especialistas, os financiadores poderosos, nenhum grupo privilegiado, não importa quão bem-intencionado seja, não devem decidir o representante do Partido Democrata. A decisão cabe somente aos eleitores. Como podemos defender a democracia em nossa nação se ignorarmos isso dentro do nosso próprio partido? Eu não posso fazer isso. Eu não farei isso.
"Eu prezo pelo cidadão comum. O que os ricos dizem não me afeta", declarou Biden. "Estou bastante desapontado com a elite. Não estou me referindo a vocês, mas sim à elite do partido."
Confira na revista Crusoé: A surpreendente revolta de Biden contra a alta cúpula do Partido Democrata.
Após o dia 21, Joe Biden.
O atual líder é muito menos prepotente do que antes.
No discurso de terça-feira, dia 24, ele expressa sua admiração por Kamala: "Ela possui experiência. Ela é forte. Ela é competente."
A forma como ele foi excluído da disputa pela presidência não foi democrática. Biden percebeu que não contava com o apoio de seus colegas e estava sem recursos financeiros. Porém, de forma inesperada, ele alega que a democracia foi respeitada.
"Trabalhemos em conjunto, vamos proteger a democracia", declarou ele ao término de seu discurso hoje, quarta-feira.
Atualmente, Kamala tem recursos financeiros abundantes para impulsionar sua campanha. Ficou evidente que o problema era ele. No entanto, Biden não nutre nenhum ressentimento em relação ao seu partido.
"Nos últimos dias, percebi a importância de unir meu partido neste momento crucial. Apesar de acreditar que meu histórico como presidente, minha liderança global e minha visão para o futuro dos Estados Unidos merecerem um segundo mandato, nada pode ser mais importante do que garantir a preservação de nossa democracia. Isso significa deixar de lado interesses pessoais", declarou.
Biden e o Partido Democrata mantiveram em segredo a condição de saúde do presidente dos Estados Unidos, agora ele astutamente afirma que sempre dirá a verdade para os americanos.
Seu desempenho lastimável no debate inicial deixou clara a sua situação para todos no país.
Atualmente, no entanto, ele discute a relevância de transmitir o conhecimento para as gerações mais jovens.
"Optei por seguir o percurso de passar a liderança para uma nova geração", declarou. "Existe momento e local adequado para novas vozes, vozes frescas - sim, vozes mais jovens. E esse momento e local é agora."
Biden nunca havia proferido essas palavras anteriormente.
O atual líder dos Estados Unidos é agora uma pessoa conformada, modesta, que está disposta a delegar responsabilidades e não se considera insubstituível.
Não há nada como ser afastado da corrida presidencial pelo seu próprio partido.
Confira na revista Crusoé: Ausência de democracia na seleção dos membros do partido democrata.