Ator de Vamp e sobrinho de Jorge Fernando, João Rebello é assassinado aos 45 anos

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Jorge Fernando

João Rebello, ex-ator mirim da Globo e sobrinho do diretor Jorge Fernando (1955-2019), foi brutalmente assassinado aos 45 anos na noite de quinta-feira (24). Ele levou vários tiros dentro de seu próprio veículo. Conhecido na cena musical como DJ Vunje, o artista ganhou notoriedade por seus papéis como Juninho na novela Bebê a Bordo (1988) e Sig em Vamp (1991).

O delito ocorreu na Praça da Independência, situada no coração de Trancoso, uma popular localidade turística de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia.

Conforme informado pela Polícia Civil de Porto Seguro, Rebello estava só no carro. A disposição do corpo indica que ele estava no assento do motorista no instante do ataque. Testemunhas relataram que dois indivíduos em uma moto se aproximaram do veículo do ex-ator e dispararam de perto.

Não está claro se o veículo estava estacionado ou em movimento no momento em que foi atingido. As condições, a motivação e a responsabilidade pelo crime serão apuradas pela 1ª Delegacia Territorial (DT - Porto Seguro).

Fora da atenção do público, João Rebello atuava como produtor, DJ e também exercia a função de diretor de videoclipes. Era filho da atriz Maria Rebello, irmão da também atriz Maria Carol Rebello e neto de Hilda Rebello (1924-2019). Em setembro, a irmã de Jorge Fernando compartilhou nas redes sociais que seus filhos estavam residindo na Bahia.

Em entrevista à revista Quem, Maria Carol Rebello declarou que estava a caminho de Trancoso e que "não se sente apta a conversar" com os jornalistas.

João Rebello atuou em diversas novelas nas décadas de 1980 e 1990. Ele viveu o personagem Maneco em Cambalacho (1986) e fez parte do elenco de Bebê a Bordo, Deus nos Acuda (1992), Vamp, Vira Lata (1996) e Zazá (1997). Além disso, teve uma participação no programa humorístico Divertics (2013-2014), que foi dirigido por Jorge Fernando.

Em 2018, o antigo ator infantil participou de uma entrevista no segmento "Por Onde Anda" do programa Vídeo Show (1982-2019) e fez uma lembrança de sua atuação nas telenovelas.

Ele deu seus primeiros passos no mundo da atuação em Cambalacho, quando tinha apenas oito anos. "Minha mãe era ninguém menos que Fernanda Montenegro", ressaltou. Ele também mencionou seu papel na novela Bebê a Bordo: "Era um chato. Um garoto que trazia essa essência cômica. Seus pais eram dois neuróticos, interpretados por Tony Ramos e Inês Galvão."

João compartilhou sua experiência ao enfrentar o vampiro interpretado por Ney Latorraca na novela Vamp. "Fiz muitas amizades e conheci pessoas bem legais. Com apenas 11 anos, precisei ler dois livros de Freud [1856-1939]. Eu fui um dos poucos da trama que não se transformou em vampiro. No desfecho, teve um verdadeiro apocalipse vampírico. O meu personagem representa a resistência", revelou.

Ele também fez elogios a Glória Menezes, com quem atuou em "Deus nos Acuda". "Ela é uma pessoa extraordinária. Aprendi muitas lições com ela", disse. Além disso, relembrou sua amizade com Betty Lago (1955-2015), na qual interpretou seu filho na novela "Vira Lata". "Ela se interessou em me conhecer e me convidou para um bate-papo. Assim, surgiu uma conexão muito especial", compartilhou.

Rebello também compartilhou sobre sua transição de carreira. "Sempre tive uma paixão pelo cinema e decidi me aprofundar no assunto. Tive a chance de ir a Londres para aprender sobre câmeras e teoria cinematográfica. Retornei repleto de ideias, ansioso para começar a criar e inovar. Não apenas atuando, mas também me dedicando à produção."

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