Polícia investiga assassinato de jovem após encontro por aplicativo de relacionamento gay; família aponta crime de ódio

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Jovem morre aplicativo

Leonardo Rodrigues Nunes, oriundo de Minas Gerais, residia na área central da capital. Ele havia conhecido o indivíduo pelo aplicativo Hornet.

Para assegurar a sua própria proteção, antes de partir às 23h, ele partilhou a sua localização com amigos para monitorar o percurso e advertiu que, caso não regressasse até as 2h, poderia ser feita uma chamada à polícia.

Depois do horário combinado, quando Leonardo não tinha retornado, um dos amigos resolveu chamar a polícia para registrar uma queixa. Eles começaram a ficar desconfiados quando perceberam que o perfil do rapaz com quem Leonardo tinha marcado um encontro havia sido excluído do aplicativo.

Leonardo contava com 24 anos de idade. – Imagem: Registro pessoal.

Os entes queridos e conhecidos alegam que se trata de um delito motivado pelo ódio e preconceito contra indivíduos homossexuais.

Evelyn Andrade, amiga de Leonardo, afirma que não seria preciso tirar uma vida se o objetivo fosse apenas roubar. Isso não é justificável de forma alguma.

A cerimônia fúnebre do Leonardo ocorreu neste sábado (15), no Cemitério Parque dos Pinheiros, situado na região da Vila Nova Galvão.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) anunciou em comunicado que ele foi atingido por uma bala e transportado para a unidade de emergência do Hospital Ipiranga, onde faleceu. "Foram requisitados exames para o IC e para o IML."

O G1 tentou entrar em contato com a Hornet para se manifestar sobre o incidente, porém não obteve sucesso. Através do seu site, a empresa disponibiliza orientações de segurança aos usuários e um endereço eletrônico para denúncias. No entanto, não há esclarecimentos acerca do processo de verificação dos perfis dos usuários na plataforma.

A matéria também entrou em contato com o Grindr, um aplicativo para conexões homoafetivas diferente, a fim de comentar sobre a confirmação dos usuários da plataforma, porém não obteve resposta.

Através do site, a empresa afirma que "nós não gerenciamos ou regulamos as atividades e as falas dos nossos usuários. É de sua responsabilidade única o uso dos serviços do Grindr e todos os seus intercâmbios com outros usuários (seja dentro ou fora dos serviços do Grindr). A Grindr não faz nenhuma afirmação ou garante qualquer conduta, identidade, intenção, autenticidade ou veracidade de nenhum usuário".

Nova Onda De Golpes Atinge Vítimas

Após a grande repercussão da morte de Leonardo, muitas pessoas utilizaram as mídias sociais para denunciar golpes aplicados através de aplicativos de encontros para o público LGBT.

Segundo os vitimados, há uma gangue ativa na área de Sacomã, localizada na Zona Sul da cidade. Pelo menos três indivíduos já foram roubados nessa região.

Segundo as informações fornecidas, os delinquentes assumem a identidade de usuários para agendar encontros com o intuito de furtar os rapazes. No dia 31 de março, um dos indivíduos foi roubado na Rua Rolando, número 34.

Indivíduos jovens e armados se aproximaram dele em uma motocicleta e o assaltaram, levando todos os seus pertences.

O site G1 solicitou informações à SSP e está aguardando resposta.

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