Quem é Keir Starmer, novo primeiro ministro britânico trabalhista após 14 anos de governos conservadores

Keir Starmer

Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista britânico, foi nomeado como o novo primeiro-ministro do país hoje, após 14 anos de governos conservadores. Starmer e seu partido conquistaram 409 das 650 cadeiras na Câmara dos Comuns, de acordo com os resultados mais recentes divulgados nesta manhã. A apuração dos votos em oito circunscrições ainda não foi finalizada.

Os membros conservadores sob a liderança do atual primeiro-ministro Rishi Sunak conseguiram 119 assentos, o que representa o pior desempenho eleitoral desde a criação do partido em 1834, ficando abaixo dos 156 parlamentares eleitos em 1906, que, até então, detinha o recorde negativo.

Mesmo com sua significante conquista, Starmer não conseguiu ultrapassar a marca de 418 deputados trabalhistas, estabelecida por Tony Blair em 1997, ao finalizar um período de 18 anos de governos conservadores.

Depois da derrota trabalhista nas eleições de 2019, o líder do partido trabalhista se aproximou de posições mais moderadas, em contraste com seu antecessor Jeremy Corbyn, que seguia uma linha mais à esquerda. Este ano, Starmer promoveu uma campanha por uma "mudança" menos radical.

Corbyn, de 74 anos, que foi expulso do Partido Trabalhista por acusações de antissemitismo, confirmou sua presença no Parlamento ao ganhar a eleição na área eleitoral de Islington North, em Londres. Starmer prometeu uma administração cuidadosa da economia, com um plano de crescimento a longo prazo que envolve a melhoria dos serviços públicos criticados, com destaque para o sistema de saúde.

Rishi Sunak, líder conservador que, de acordo com algumas pesquisas, poderia não ser reeleito como deputado, conseguiu manter seu assento ao vencer a disputa em seu distrito eleitoral em Richmond, no norte da Inglaterra. "O Partido Trabalhista saiu vitorioso nestas eleições. Os britânicos deram um veredito claro e eu assumo a responsabilidade. Hoje, o poder troca de mãos de maneira pacífica e ordenada, com boa vontade de todas as partes", declarou Sunak.

Depois das várias acusações de Sunak sobre como uma vitória do partido trabalhista resultaria em aumento de impostos para a próxima geração, Starmer buscou acalmar os eleitores, destacando que haverá aumento de taxas apenas para determinados contribuintes, como escolas particulares ou empresas ligadas ao setor de hidrocarbonetos, e não para os trabalhadores.

Starmer também informou que desistirá da iniciativa conservadora de enviar aeronaves para Ruanda com migrantes indocumentados - enquanto aguardam a análise de seus pedidos de refúgio - para conter a chegada em grande número de pessoas atravessando o Canal da Mancha, que separa a Inglaterra da França.

Chefes de Estado de todo o mundo saúdam Starmer.

Diversos líderes parabenizaram Starmer. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ressaltou uma "conquista nas eleições sem precedentes" e o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, expressou sua expectativa de "colaborar de forma positiva" com o novo governo britânico.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, também felicitou Starmer. "A Ucrânia e o Reino Unido têm sido e continuarão a ser aliados fiéis em todas as circunstâncias", afirmou.

O presidente da França, Emmanuel Macron, felicitou o líder do Partido Trabalhista pela sua vitória e declarou que a França irá buscar uma parceria com o Reino Unido em questões de segurança, inovação tecnológica e meio ambiente.

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