Putin e Kim Jong-un assinam acordo sobre assistência mútua em caso de agressão

19 Junho 2024
Kim Jong-un

Nesta quarta-feira (19), o líder da Rússia, Vladimir Putin, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, firmaram um acordo de parceria estratégica que estabelece "ajuda mútua em caso de ataque contra uma das partes deste tratado". Durante a chegada do presidente russo, a Coreia do Norte expressou seu respaldo à Rússia no conflito na Ucrânia.

Em 2000, o líder da Rússia fez uma visita à Coreia do Norte, que naquela época era governada por Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un. Durante a reunião entre os dois líderes, foram debatidos assuntos relevantes como a colaboração no setor espacial e a resistência às sanções impostas pelo Ocidente.

"A assinatura do acordo de parceria total também estipula a disponibilidade de auxílio recíproco caso uma das partes pactuadas venha a ser alvo de ataque", expressou o líder governamental.

Antes mesmo de começar a visita, Yuri Ushakov, o assistente de relações internacionais de Putin, havia sinalizado a preparação de um acordo para estabelecer uma "parceria estratégica ampla" entre as nações, porém sem fornecer maiores informações.

O recente acordo tomou o lugar de vários papéis assinados pela Coreia do Norte e pela Rússia, como o Tratado de Boa Vizinhança, Cooperação e Amizade, que foi firmado em 2000, no mesmo ano em que Putin visitou o país pela última vez.

Outro aspecto destacado no acordo firmado entre Moscou e Pyongyang se refere à rejeição da utilização de sanções por razões políticas, as quais, segundo o presidente russo, resultam somente em prejuízos para o sistema econômico e político mundial.

Putin ressaltou que vamos continuar a nos opor à prática de pressionar através de sanções, pois isso é uma tática comummente usada pelo Ocidente para manter sua dominação na política, economia e outras esferas.

Kim Jong-un informa a Putin que a Rússia começou uma "batalha sagrada para preservar sua soberania".

O Conselho de Segurança da ONU, que tem a Rússia como membro permanente, também impôs diversas sanções à Coreia do Norte. Essas sanções foram aprovadas de forma unânime pelos membros do Conselho em 2013.

Em contrapartida, Kim Jong-un declarou que a presença do líder russo "atesta a excelência dos laços entre a Coreia do Norte e a Rússia, que atravessam uma fase de crescente aprimoramento e, simultaneamente, representa um momento histórico de grande magnitude".

O chefe da Coreia do Norte mostrou apoio explícito à Rússia no conflito ucraniano, declarando que a ação militar singular de Moscou em relação ao país vizinho se trata de preservar a soberania e a integridade territorial russas.

Kim afirmou que a Coreia do Norte valoriza a missão e a influência de uma Rússia fortalecida em garantir a estabilidade estratégica e o equilíbrio global. Ele também manifestou completo apoio e solidariedade ao governo, às forças armadas e ao povo russo, que realizam uma operação militar especial na Ucrânia com o objetivo de proteger a sua soberania, interesses de segurança e integridade territorial.

Segundo ele, diante de uma situação global em transformação, Pyongyang busca manter um diálogo estratégico em desenvolvimento com Moscou.

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