Como Lewis Hamilton e a Mercedes Forjaram a Parceria de Maior Sucesso na F1
Lewis Hamilton culminou sua trajetória com a Mercedes, marcando o fim de uma das fases mais brilhantes da história da Fórmula 1. Isso aconteceu neste domingo (8), quando ele cruzou a linha de chegada na quarta posição, pilotando o Mercedes AMG Petronas F1 Team W15, durante o Grande Prêmio de Abu Dhabi, realizado no Circuito de Yas Marina, nos Emirados Árabes Unidos.
O que teve início como uma jogada ousada em 2013 evoluiu para a colaboração mais duradoura e bem-sucedida entre um piloto e sua equipe na história do automobilismo. Juntos, alcançaram seis títulos mundiais de pilotos, oito campeonatos de construtores, 78 pole positions, 153 pódios e notáveis 84 vitórias — o maior número de triunfos de um piloto em uma única equipe.
Depois de mais de dez anos, o heptacampeão mundial se despede das Flechas de Prata para assumir o vermelho da Ferrari em 2025, dando mais um grande passo antes de finalmente se aposentar do automobilismo.
A Carreira De Lewis Hamilton Em Apostas
Hamilton tomou uma decisão audaciosa ao optar por deixar a McLaren e se juntar à equipe Mercedes, que enfrentava dificuldades, para a temporada de 2013. Quando a informação foi anunciada em setembro de 2012, ele já tinha garantido três vitórias com a McLaren, enquanto a Mercedes vivia um momento desafiador, sem conseguir pontuar em cinco corridas seguidas.
A única conquista da equipe na temporada de 2012 foi alcançada por Nico Rosberg, que celebrou sua estreia no pódio e conquistou o primeiro triunfo da Mercedes desde 1955, quando a equipe faturou seu último título de pilotos com o icônico Juan Manuel Fangio.
Hamilton, durante o Grande Prêmio da Hungria, realizado em Hungaroring, Budapest, no dia 28 de julho de 2013.
A revelação tomou todos de surpresa, pois muitos pensavam que as possibilidades de Hamilton conquistar mais uma vitória haviam se esgotado, considerando que a Mercedes se encontrava acomodada na parte intermediária do grid, enquanto a McLaren lutava pelo campeonato. Após conquistar seu primeiro título mundial com a McLaren em 2008, parecia sensato continuar na equipe que apresentava melhores oportunidades de triunfar.
Hamilton tinha consciência de que o sucesso após deixar a McLaren não era algo certo, mas decidiu arriscar-se, depositando total confiança na Mercedes. "Eu sabia que, se não fizesse essa mudança, iria me arrepender", comentou Hamilton, uma década após sua mudança para a equipe. "Não tive hesitações... embora me recorde de estar sentado no frio, próximo ao Natal, olhando para as montanhas nevadas e pensando: 'Espero que eu tenha tomado a decisão correta.'" E, na verdade, ele acertou. A Mercedes estava prestes a entrar em um período de grande domínio, enquanto a McLaren caminhava para uma década de estagnação.
O Início De Uma Parceria Lendária
Em 2013, o último ano da era dos motores V8 de 2,4 litros, a Mercedes começou a demonstrar avanços — uma evolução bem-vinda após ter encerrado a temporada anterior em quinto lugar, acumulando 142 pontos. Entre abril e agosto, a equipe obteve a pole position em oito das nove corridas, mas conseguiu transformar apenas três dessas posições de destaque em vitórias.
Rosberg conquistou triunfos em Mônaco e Silverstone, enquanto a primeira vitória de Hamilton com a equipe ocorreu apenas na décima etapa da temporada. Na Hungria, o piloto britânico comemorou seu 22º triunfo na carreira após uma largada excelente da pole position. Ele apresentou um desempenho sólido ao longo de toda a corrida, administrou os pneus de forma eficaz e realizou ultrapassagens impressionantes sobre Jenson Button e Mark Webber, cruzando a linha de chegada com uma vantagem de 10,938 segundos em relação a Kimi Raikkonen, da Lotus.
Hamilton, no Mundial de Fórmula 1, após a corrida realizada em Abu Dhabi, no traçado de Yas Marina, em 23 de novembro de 2014.
Esse triunfo tornou a Mercedes a única escuderia daquela temporada a conquistar vitórias com os dois pilotos. Uma sequência de pódios conquistados por Hamilton e Rosberg, junto a diversas chegadas entre os cinco primeiros classificados, elevou a pontuação da equipe para mais do que o dobro em comparação a 2012, assegurando seu melhor desempenho no campeonato até aquele momento: a segunda posição, atrás da Red Bull.
Para Hamilton, o início não foi de todo insatisfatório. Ele conquistou uma vitória com um carro que não lhe proporcionava total conforto e finalizou a temporada na quarta posição, superando Raikkonen e Rosberg.
O Começo De Uma Era Poderosa
A temporada de 2014 foi o ponto de partida para a era dos motores V6 turbo de 1,6 litro, o que possibilitou à Mercedes estabelecer-se como uma potência incontestável, contando com o motor mais eficiente da grelha. O desempenho impressionante do W05 durante os testes de pré-temporada foi confirmado na corrida inaugural, sinalizando uma época de supremacia pela frente.
Hamilton durante o Grande Prêmio de Fórmula 1 dos EUA, realizado em 25 de outubro de 2015, na cidade de Austin.
A Mercedes também deu a seus pilotos a liberdade de competir uns com os outros, mantendo a batalha pelo campeonato de pilotos até a corrida final, em Abu Dhabi. No início da temporada, na Austrália, Rosberg garantiu a primeira vitória da equipe e se tornou o líder do campeonato, enquanto Hamilton teve um revés logo no começo e precisou desistir da corrida.
Hamilton deu a resposta na Malásia, triunfando na prova com uma diferença de 17 segundos e alcançando sua primeira conquista do Grand Chelem — pole position, volta mais rápida, vitória e liderança em todas as voltas. Após uma dura disputa ao longo do ano, Hamilton venceu a corrida final em Abu Dhabi, acumulando 384 pontos e assegurando seu segundo título mundial. A Mercedes festejou seu primeiro campeonato de construtores, terminando com 296 pontos à frente da Red Bull.
Lewis Hamilton: Sete Títulos Mundiais
Com recordações marcantes, como sua 100ª vitória na Rússia em 2021 e sua consagração como heptacampeão mundial em 2020, Hamilton firmou sua posição na história da Fórmula 1.
Depois de uma trajetória cheia de obstáculos e vitórias, a lenda da Mercedes se despede da equipe como um dos mais destacados nomes do automobilismo, almejando conquistar um oitavo campeonato mundial com a Ferrari.
Depois de conquistar seu quarto título no Campeonato Mundial de Pilotos de Fórmula 1, durante o Grande Prêmio do México, realizado em 29 de outubro de 2017.
A Despedida De Lewis Hamilton Da Mercedes
Em fevereiro de 2024, Lewis Hamilton chocou a todos ao revelar que fará parte da Ferrari em 2025, classificando essa transição como a concretização de um “sonho de criança”. Depois de uma longa fase sem triunfos, que se estendeu por quase três anos desde sua vitória na Arábia Saudita em 2021, Hamilton finalmente voltou às vitórias no Grande Prêmio da Grã-Bretanha em 2024. Em uma corrida caracterizada por condições meteorológicas difíceis, ele alcançou sua nona vitória em Silverstone — estabelecendo um novo recorde na história da Fórmula 1.
Comovido, Hamilton expressou seus sentimentos pelo rádio da equipe: “Essa vitória tem um significado especial.” Ele considerou o triunfo como uma compensação após anos de batalhas e obstáculos enfrentados em sua vida pessoal.
Neste domingo, 8 de dezembro, ele terminou na quarta posição no Grande Prêmio de Fórmula 1 de Abu Dhabi, realizado no Circuito de Yas Marina.
“Existem diversos instantes em que percebemos que nosso máximo empenho não é o bastante... Já passei por situações em que acreditei que essa conquista nunca mais aconteceria.” O chefe da equipe, Toto Wolff, descreveu a vitória como “praticamente uma história de fadas”.
Na sua última corrida com a Mercedes, realizada em Abu Dhabi, Hamilton começou na 16ª posição e teve uma performance incrível, finalizando em quarto lugar, marcando o fim de sua notável carreira na equipe. Agora, ele se prepara para ingressar na Ferrari com um objetivo bem definido: conquistar o oitavo campeonato mundial que lhe tem escapado nos últimos anos e afirmar sua posição como o maior piloto da história da Fórmula 1.
Yara Elshebiny é uma redatora associada à Forbes dos Estados Unidos e possui especialização em jornalismo esportivo, com ênfase na Fórmula 1. Ela também comanda sua própria plataforma de notícias sobre Fórmula 1, chamada F1District, a qual fundou em 2021.
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