Linfoma de Hodgkin: como se manifesta o câncer diagnosticado em Luana Bertolucci, da seleção brasileira de futebol

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Linfoma de Hodgkin

A jogadora da equipe nacional feminina de futebol do Brasil, Luana Bertolucci, revelou que está passando por um processo terapêutico para combater o linfoma de Hodgkin, uma enfermidade maligna que prejudica o aparelho linfático.

A atleta de trinta anos declarou que foi diagnosticada após realizar exames minuciosos e que passará em breve por terapias de quimioterapia.

Em seu perfil no Instagram, o atleta de carreira relatou ter se deparado com inúmeros obstáculos em sua trajetória, dentro e fora dos gramados. Contudo, ele sempre enfrenta tudo com bravura e empenho, e, desta vez, não seria diferente.

A atleta foi chamada pelo treinador Arthur Elias para integrar a equipe que disputaria o torneio internacional She Believes, mas teve que se ausentar do grupo.

Conhecendo O Linfoma De Hodgkin: Informações Essenciais

O linfoma de Hodgkin é uma condição oncológica que tem origem no sistema linfático, responsável por defender o organismo humano.

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Encerramento das Sugestões de Leitura

Ocorre o linfoma de Hodgkin quando um linfócito, que é uma célula responsável pela imunidade do organismo, sofre uma mutação e se torna uma célula cancerígena, que começa a se reproduzir de forma descontrolada.

De modo geral, esses tipos de linfomas tendem a ser predominantemente localizados, ainda que o grau de avanço possa variar de uma disseminação menor até uma situação bastante disseminada, e isso tem um efeito significativo tanto nas previsões quanto no cuidado do paciente", relata Renato Sampaio Tavares, o coordenador do grupo especializado em doenças crônicas de suprimento sanguíneo da ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular).

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), essa modalidade de câncer dissemina-se de forma organizada, de um conjunto de nódulos linfáticos para outros, por meio de canais linfáticos, que funcionam como vias para as células neoplásicas circularem pelo organismo.

Comumente, o linfoma de Hodgkin é detectado na área cervical ou no centro do tórax, situado entre os pulmões.

Este fenômeno pode manifestar-se em diferentes momentos da vida, mas é mais preponderante entre jovens adultos (com idades entre 15 e 29 anos), adultos plenos (com idades entre 30 e 39 anos) e idosos (com idades de 75 anos ou mais).

Embora a medicina não possua conhecimento acerca dos fatores que causam a doença, é sabido que pessoas com sistema imunológico debilitado, seja por patologias hereditárias, infecção pelo vírus HIV ou consumo de substâncias imunossupressoras, têm uma probabilidade um pouco mais elevada de contrair a enfermidade, assim como indivíduos que pertencem a famílias onde um ou mais membros foram diagnosticados com ela.

Na Fase Inicial

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Os indícios mais corriqueiros de linfoma de Hodgkin referem-se ao aumento das ínguas, ou seja, dos gânglios linfáticos, na área do pescoço e na parte interna do tórax, especificamente no mediastino, sem uma razão evidente.

De acordo com Jacques Tabacof, especialista em Linfomas da Oncoclínicas, os gânglios linfáticos aumentados podem ser encontrados em áreas como as axilas, abdômen ou virilha, e sua consistência é semelhante à borracha, além de não causarem dor.

Em estágios mais avançados é possível manifestar febre noturna, sudorese durante a noite e perda de peso.

Um indicativo relevante é a elevação da temperatura corporal. Normalmente, ela surge ao entardecer, em níveis moderados, e é difícil determinar que a causa seja uma infecção. Isso foi relatado por Tavares.

O diagnóstico do linfoma de Hodgkin é sempre confirmado por meio de uma biópsia da área afetada, a fim de identificar o subtipo da doença.

Segundo o expert da clínica oncológica Oncoclínicas, a análise de tecido, denominada biópsia, pode ser realizada por meio de um procedimento cirúrgico de pequena extensão ou por meio de punção com uma agulha, tendo como finalidade coletar uma fração mínima ou a totalidade do linfonodo. Após a coleta, ocorre sua posterior avaliação patológica.

A detecção precoce é essencial para obter sucesso no processo terapêutico.

Tratamento Do Linfoma De Hodgkin

Existem diversos subtipos da doença, cada um com características clínicas distintas e prognósticos variados. Por esse motivo, o tratamento não é padronizado, mas geralmente envolve a combinação de quimioterapia com várias drogas (poliquimioterapia), radioterapia ou ambas as formas de tratamento em conjunto.

De acordo com Tabacof, a maior parte dos pacientes obtém a cura por meio do tratamento inicial. No entanto, caso haja recaída ou se a resposta à terapia for desfavorável, buscam-se outras alternativas como medicamentos quimioterápicos alternativos, imunoterapia, transplante de células-tronco da medula óssea e radioterapia para alcançar a cura.

Apesar de ser efetivo no combate a esse tipo de câncer, o procedimento quimioterápico pode apresentar efeitos prejudiciais. Essas reações, em sua maioria, podem ser gerenciadas, ou seja, tratadas e lidadas com outras formas de abordagem.

É crucial que se mantenha o profissional médico sempre atualizado sobre eventuais desconfortos ou incertezas.

Os sintomas mais frequentes compreendem debilidade, exaustão, diarréia, obstipação, redução de peso, úlceras na cavidade oral, falta de cabelo e pelos corporais, alta temperatura corporal, incapacidade reprodutiva, contusões, náuseas, vômitos e vertigens.

Segundo Tabacof, somente casos infrequentes que apresentam maior resistência e recorrência necessitam de atenção paliativa.

De acordo com as projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA), acredita-se que cerca de 3.080 indivíduos sejam diagnosticados com linfoma de Hodgkin no Brasil por ano, durante o período de 2023 a 2025.

Embora não haja medidas preventivas devido à falta de conhecimento sobre as causas da neoplasia, é crucial um diagnóstico precoce para alcançar sucesso na realização do tratamento.

Atualmente, a taxa de recuperação dos casos varia de 70% a 80%.

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