Lipedema: Yasmin Brunet diz que sentiu dores; veja 5 sinais da doença

25 Abril 2024
Lipedema

Yasmin Brunet compartilhou que experimentou desconforto causado pelo lipedema; conheça 5 indicativos da patologia para estar atento.

Lipedema - Figure 1
Foto Grande Prêmio

Durante uma entrevista concedida ao programa "Encontro", exibido pela TV Globo na última quarta-feira (24), Yasmin Brunet, modelo e ex-participante da vigésima quarta edição do "Big Brother Brasil", revelou que foi diagnosticada com lipedema antes de entrar para o reality show. Ela contou que sua condição piorou enquanto estava confinada na casa mais vigiada do Brasil, fazendo com que sua perna ficasse muito inchada e causando dores e desconforto. Após deixar o programa, Yasmin encontrou um médico que está lhe ajudando muito no tratamento.

A personalidade digital não está solitária: mesmo que seja uma condição pouco conhecida, o lipedema afeta cerca de 10% das mulheres. De acordo com a cirurgiã vascular Aline Lamaita, que é filiada à Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, essa patologia diverge devido ao acumulo exagerado de tecido adiposo em áreas como coxas, culotes, quadris e pernas.

Embora reconhecido como uma doença desde 2022, o lipedema ainda é pouco conhecido pela sociedade em geral e pelos próprios médicos, dificultando a sua identificação e tratamento. Muitas vezes, as mulheres com lipedema parecem magras na parte de cima do corpo, mas apresentam dificuldades nas pernas. Essa condição pode ser considerada um padrão de família, já que muitas mulheres apresentam essa condição. Como o lipedema não era considerado uma doença até pouco tempo atrás, a literatura científica a respeito dos seus mecanismos ainda é bastante escassa. Como resultado, os médicos estão começando a se conscientizar dessa doença e se capacitando para tratá-la. Essa falta de conscientização acerca dessa condição e a sua confusão com outras doenças, como obesidade e celulite, atrasa o diagnóstico e tratamento, o que pode piorar a condição do paciente. No entanto, alguns sinais podem ajudar a identificar o lipedema, tais como:

Desproporcionalidade no acúmulo de gordura: Lipedema é um distúrbio que se caracteriza pela acumulação excessiva de tecido adiposo nos membros, ocasionando um aumento desproporcional no seu tamanho. "Esta patologia atinge primordialmente áreas como coxas, nádegas, quadril e pernas, porém, em algumas situações, pode afetar também os braços, embora com menor frequência. É importante salientar que o lipedema é sempre simétrico", afirma a médica, alertando que indivíduos com excesso de peso necessitam de maior atenção em relação a este transtorno, pois pode ser difícil perceber o incremento no volume dos membros inferiores.

Eliminar gordura difícil: O lipedema geralmente é confundido com obesidade, o que causa frustração em pacientes quando estratégias comuns falham. A gordura do lipedema é problemática e não desaparece facilmente com dietas e exercícios básicos. Isso deve ser um alerta para buscar ajuda profissional.

Sensibilidade ao toque dolorida: A sensibilidade dolorida ao toque é um dos principais indicadores do lipedema. É comum que as pessoas que sofrem com essa doença achem estranho o desconforto ao se submeterem a uma drenagem linfática ou massagem relaxante, já que normalmente esses procedimentos são prazerosos. Além disso, outras manifestações da doença incluem aumento na frequência de hematomas espontâneos e maior propensão à retenção de líquidos. A especialista destaca que o lipedema pode causar esses sintomas.

O lipedema pode ocasionar a presença de nódulos visíveis na pele, que conferem à área afetada um aspecto semelhante à celulite. A evolução desses nódulos deve ser observada com atenção, já que se eles aumentarem de tamanho, as pernas também crescerem e a pele começar a ter dobras, dando a impressão de flacidez, é possível que se trate de lipedema - diz a especialista.

Riscos: Se algum dos elementos de riscos da doença estiver presente, é imprescindível estar ciente dos sintomas do lipedema. Esse mal afeta principalmente mulheres, e estima-se que 10% delas sejam afetadas. Por ser uma condição genética, geralmente atinge vários membros da mesma família. A médica também menciona que há uma forte ligação entre desequilíbrios hormonais e o agravamento da doença. Por essa razão, períodos como a puberdade, a gestação, o uso de anticoncepcionais e a menopausa podem causar uma piora nos sintomas.

Ao perceber tais indicações, é crucial buscar assistência médica, visto que o lipedema, embora seja uma patologia crônica que não tem cura, pode ser gerenciado de forma adequada. Entretanto, diferentemente do que se imagina, tratar o lipedema não é limitado à realização de lipoaspiração cirúrgica.

A concepção de que a lipoaspiração é a grande solução para o lipedema se revela como uma ideia demasiadamente simplista. Não seria suficiente remover somente a gordura acumulada, visto que essa condição representa mais do que um simples excesso de gordura. O lipedema é uma doença que acomete todo o organismo, por isso, a lipoaspiração não pode ser considerada como uma solução completa por si só, de acordo com Aline. Ela esclarece que, embora a lipoaspiração seja um procedimento importante no tratamento do lipedema, ela não é recomendada em todos os casos e sempre deve ser complementada por tratamentos clínicos.

Segundo a médica, em situações iniciais, o manejo clínico pode ser o bastante para gerir a enfermidade. No entanto, se isso não surtir efeito, a lipoaspiração pode ser recomendada, especialmente em casos mais avançados que causam limitações de mobilidade. Ela ainda ressalta que, caso a indicação da lipoaspiração não seja apropriada e não esteja acompanhada do tratamento clínico prévio e posterior, a lipomobilidade pode reocorrer após algum tempo.

De acordo com Aline Lamaita, é essencial que, para um tratamento eficaz do lipedema, haja acompanhamento não somente do cirurgião vascular, mas também de outros profissionais como endocrinologistas, nutricionistas, fisioterapeutas, ortopedistas e cirurgiões plásticos. Uma dieta anti-inflamatória e exercícios físicos rotineiros são métodos cruciais para manter o lipedema sob controle. Além dessas medidas, é importante usar meias de compressão e medicamentos, bem como realizar sessões de fisioterapia e tratamentos vasculares. Em casos mais extremos, a lipoaspiração pode ser necessária para retirar o tecido doente.

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