Quem é Luigi Mangione, suspeito de assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare

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Luigi Mangione

Luigi Mangione, de 26 anos, foi detido na última segunda-feira (9), na Pensilvânia, Estados Unidos, sob suspeita de ser o autor do assassinato do diretor executivo da UnitedHealthcare, Brian Thompson. A polícia suspeita que o crime tenha sido planejado e que os motivos estejam relacionados a ressentimentos em relação a empresas americanas. As informações foram divulgadas pelo jornal The New York Times.

O suspeito estava envolvido com tecnologia. Seu perfil no LinkedIn revela que ele possuía um diploma em ciência da computação pela Universidade da Pensilvânia. De acordo com o NYT, em uma entrevista com Mangione publicada na página da universidade, foi mencionado que ele fundou um clube de pesquisa e desenvolvimento de jogos eletrônicos chamado Fixarixis, após se conectar com colegas de classe através de um grupo do Facebook destinado aos estudantes da turma de 2020.

Conforme seu perfil no LinkedIn, ele começou a atuar como engenheiro de dados na TrueCar, uma plataforma online de venda de automóveis novos e usados. Um representante da empresa informou à BBC que ele não faz parte do quadro de funcionários desde 2023.

O perfil de Mangione nas redes sociais não apresenta muitos elementos que o destacariam de outros jovens envolvidos com tecnologia. Ele costumava compartilhar novamente publicações de algumas personalidades renomadas, muitas das quais abordavam temas relacionados ao autodesenvolvimento ou aos efeitos prejudiciais à saúde decorrentes dos hábitos contemporâneos de consumo.

Entre os mencionados estão Andrew Huberman, um neurocientista da Universidade de Stanford que comanda um podcast renomado sobre saúde e ciência; Tim Urban, um autor e ilustrador com um grande seguimento no Vale do Silício; Tim Ferriss, um empresário famoso pelo seu livro "Trabalhe 4 Horas por Semana"; Michael Pollan, que aborda os riscos dos alimentos industrializados; e Jonathan Haidt, um sociólogo da Universidade de Nova York que discute os efeitos nocivos do uso de smartphones entre os jovens.

No site de avaliações literárias Goodreads, suas escolhas englobam obras de ficção científica como "Ender's Game", títulos encontrados em livrarias de aeroportos como "Freakonomics" e "Outliers", além de clássicos voltados para o público jovem, como as séries "Harry Potter" e "Jogos Vorazes".

Em certas análises que fez, o suspeito associou-se ao Google Docs, onde guardava anotações mais minuciosas. Em um documento digitalizado de suas anotações manuscritas, ele expôs suas reflexões sobre o renomado livro científico "Grit: O Poder da Paixão e da Perseverança", escrito por Angela Duckworth.

No começo deste ano, ele publicou uma avaliação de quatro estrelas para "Sociedade Industrial e Seu Futuro", popularmente conhecido como o manifesto do Unabomber, de Ted Kaczynski. Em sua crítica, Mangione o caracterizou como um "gênio da matemática".

Natural de Maryland, Mangione possui conexões com São Francisco, na Califórnia, conforme informou o chefe dos detetives de Nova York, Joseph Kenny. Não há registros de prisões anteriores dele na cidade de Nova York, e, segundo a polícia, seu último endereço conhecido foi em Honolulu, Havai.

O indivíduo foi apreendido pela polícia da região enquanto se encontrava em um restaurante da rede McDonald's e foi identificado por uma testemunha, com base nas imagens divulgadas pelas autoridades. Mangione portava uma arma produzida por uma impressora 3D, equipada com um silenciador. De acordo com Jessica Tisch, comissária do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD), o equipamento é "compatível com a arma utilizada no homicídio".

O delito aconteceu na quarta-feira passada (4) em Midtown Manhattan. Brian Thompson, o CEO da UnitedHealthcare, foi baleado à queima-roupa em frente ao New York Hilton Midtown, onde estava participando de uma conferência de investidores. Fotos veiculadas por veículos de comunicação dos EUA mostram o autor dos disparos aguardando a chegada da vítima e atirando no CEO assim que ele atravessou a rua. O criminoso escapou de bicicleta pelo Central Park e saiu da cidade em um ônibus intermunicipal.

Além da arma, Mangione carregava documentos falsificados e roupas que, segundo a polícia, são semelhantes às do criminoso. "Ele atuou sozinho", declarou o prefeito de Nova York, Eric Adams, em uma entrevista coletiva. As autoridades estão investigando o percurso de Mangione entre Nova York e a Pensilvânia e estão examinando anotações escritas à mão que foram encontradas com ele.

Conforme a comissária Tisch, os documentos indicam um possível ressentimento do suspeito em relação a empresas dos Estados Unidos. Mangione teria manifestado críticas à tecnologia atual e outros assuntos em suas contas de redes sociais.

A detenção de Mangione aconteceu depois de uma semana de intensas investigações, durante a qual a polícia revisou longas horas de gravações de vídeo e reuniu provas forenses. No domingo (8), mergulhadores da Polícia de Nova York realizaram buscas submersas no Central Park, mas não descobriram novas informações. A mochila do acusado, deixada na cena, continha dinheiro do jogo Monopoly e uma jaqueta.

O UnitedHealth Group se pronunciou através de um representante, expressando gratidão às autoridades pela gestão da investigação. "Desejamos que a apreensão provoque algum conforto para a família de Brian, amigos e colegas que foram profundamente impactados por esta tragédia", afirmou o comunicado.

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