PF prende militares e policial federal suspeitos de planejar assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes | Jornal Nacional
De acordo com a Polícia Federal, a conspiração para um golpe de Estado, nomeada de Punhal Verde-Amarelo, teria sido debatida na residência do general Braga Netto, que foi o candidato a vice na chapa eleitoral que perdeu nas eleições. Braga Netto ocupou os cargos de ministro da Defesa e da Casa Civil durante o governo de Bolsonaro.
Antes das 7h, todos já estavam detidos. Eles são considerados suspeitos de participar de ações contra a democracia e de conspirar para assassinar autoridades.
A ação Contragolpe recebeu apoio do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e foi aprovada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Na sua deliberação, Moraes destacou que os elementos apresentados demonstram a ocorrência de crimes extremamente graves e a alta periculosidade dos envolvidos, que fazem parte de uma organização criminosa com a intenção de realizar atos violentos, incluindo a vigilância de alvos e o planejamento de sequestros e, possivelmente, assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes.
Indivíduos suspeitos de arquitetar os homicídios do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes — Imagem: Reprodução/TV Globo
Em Goiânia, a Polícia Federal deteve o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, que atuava no Comando de Operações Especiais. No Rio de Janeiro, foi preso o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira. Naquele período, ambos tinham o posto de majores.
No Rio de Janeiro, a Polícia Federal deteve o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima e o general de brigada Mário Fernandes, que é o único militar da reserva entre os detidos. Mário foi o segundo na Secretaria-Geral da Presidência da República durante a administração de Jair Bolsonaro e, no ano passado, iniciou suas atividades no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello, que foi ex-ministro de Bolsonaro.
Na capital do país, a Polícia Federal deteve o agente Wladimir Matos Soares, acusado de repassar ilegalmente dados sobre a segurança de Lula para pessoas sob investigação. Esse agente chegou a trabalhar na proteção do local onde Lula se hospedou durante o período de transição governamental.
Os agentes também realizaram buscas em locais relacionados ao capitão Lucas Guerellus.
Os suspeitos denominaram o esquema de homicídios como Punhal Verde e Amarelo. De acordo com as investigações, o objetivo deles era obstruir a posse do governo que foi eleito em 2022 e estabelecer um gabinete de emergência para assegurar que Jair Bolsonaro continuasse no comando, com a colaboração de generais.
Bolsonaro não foi o foco dos mandados emitidos nesta terça-feira (19), porém o ex-presidente está sob investigação no inquérito sobre a tentativa de golpe, e a operação é parte dessa investigação.
A Polícia Federal declarou que "na verdade, estamos diante de um autêntico plano com traços de atividade terrorista, que inclui todos os detalhes essenciais para a realização de uma ação de alto risco."
O procurador-geral da República apontou que "a liberdade dos investigados ameaça a preservação da ordem pública."
O presidente Lula e o vice, Geraldo Alckmin, ainda não fizeram declarações. O ex-presidente Jair Bolsonaro não deu retorno ao Jornal Nacional. A defesa do ex-ministro Braga Netto optou por não se pronunciar. A reportagem não conseguiu falar com os advogados dos suspeitos detidos.