Relator da LDO de 2024 diz que fala de Lula sobre não zerar o déficit causa 'constrangimento' a Haddad

Lula

O deputado Danilo Fortes (União-CE), responsável por relatar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano de 2024, expressou sua opinião na última sexta-feira (27) a respeito do comentário feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Fortes, a fala de Lula sobre não zerar o déficit fiscal no ano seguinte provoca um "embaraço" para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O governo estabeleceu a meta de eliminar o déficit fiscal até 2024 já em janeiro de 2023. No entanto, a equipe econômica tem enfrentado obstáculos para alcançar as receitas necessárias para equilibrar as contas públicas. Apesar de ser considerada uma possível alternativa por economistas, o governo tem descartado a opção de cortar gastos.

Lula compartilhou uma refeição matinal com profissionais da imprensa no Palácio do Planalto em um horário antecipado. Durante a conversa, ele discutiu, entre outras pautas, a respeito do Orçamento destinado ao ano de 2024.

Lula declarou que conhece a determinação de Haddad, a sua força de vontade e a sua própria determinação. Ele também previu que é improvável que alcancem a meta zero.

O mandatário ressaltou seu anseio em começar o ano de 2024 sem reduzir gastos em investimentos, tais como projetos de desenvolvimento de infraestrutura.

As declarações geraram repercussão negativa no mercado financeiro e também em segmentos do Congresso.

Fortes disse que as palavras do presidente Lula sobre a desistência de cumprir a meta fiscal deixaram o ministro Fernando Haddad em uma situação desconfortável, tendo em vista seu esforço para alcançar o equilíbrio orçamentário após a aprovação das medidas econômicas.

O deputado encarregado de elaborar a Lei de Diretrizes Orçamentárias também declarou que a declaração é desanimadora para o time econômico.

O parlamentar argumentou que a fala dirigida à agenda econômica foi desanimadora, pois há impedimentos dentro do Congresso. Além disso, a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias foi adiada para que o governo pudesse convencer os legisladores sobre as ideias propostas pela equipe econômica.

O governo federal submeteu ao Congresso Nacional a proposta de orçamento para o ano de 2024 com a almejada meta de zerar o déficit. Entretanto, essa pretensão requer a implementação de medidas que gerem uma receita adicional de até R$ 168 bilhões.

Durante o ano, o ministro encarregado pela administração financeira, Fernando Haddad, sustentou medidas a fim de alcançar o objetivo estipulado para as contas públicas dentro de 2024. O ex-presidente Lula reconheceu a dedicação do ministro, contudo, afirmou que frequentemente o mercado é "avarento" com relação a esse assunto.

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