Festa Literária das Periferias, no Rio, faz homenagem ao escritor ...
O escritor, que é uma referência da literatura brasileira, teve sua própria história apagada: na certidão de óbito, Joaquim Maria Machado de Assis é declarado branco e isso foi repetido ao longo dos anos. Mas Eduarda e Lorena, do projeto "Pretinhas Leitoras", sabem que na verdade ele era negro.
Esse é o ano homenageado na Flup, a Festa Literária das Periferias. A abertura será neste sábado (13), no Rio, com participação de Gilberto Gil.
“Machado de Assis é cria, e é isso que Flup quer reforçar esse ano nessa 13º edição. Foi embranquecido, foi colocado no lugar de uma literatura elitista, mas agora o nosso objetivo é trazê-lo de volta às suas raízes, literalmente”, explica a porta-voz e diretora da Flup, Dani Salles.
A festa acontece no lugar em que ele nasceu: Machado de Assis foi criado em um conjunto de casas que fica no Morro do Livramento. Teve uma juventude difícil como ainda hoje é a vida de meninos e meninas que nascem em favelas. Autodidata, se transformou num dos maiores nomes da história da Literatura. Ele foi da favela para o mundo. Ele fundou a Academia Brasileira de Letras e a cadeira dele é a 23.
“O fato é que existe, hoje, por parte dos círculos intelectuais brasileiros, um empenho no sentido de atribuir definitivamente uma negritude clara ao Machado de Assis”, diz Gil.