Após derrota nas eleições do Parlamento Europeu, Macron dissolve parlamento e convoca novas eleições na França
Em suas declarações, Macron alertou para o risco representado pelo crescimento de movimentos nacionalistas na Europa. Ele reconheceu que os resultados das eleições da União Europeia não foram satisfatórios para sua administração.
A votação recém-agendada acontecerá através de dois períodos, sendo eles em 30 de junho para o primeiro turno e em 7 de julho para o segundo turno.
A França anuncia a convocação de novas eleições parlamentares.
Eleições Na UE: O Futuro Político Em Jogo
O presidente francês tomou uma decisão enquanto os primeiros resultados das eleições parlamentares da União Europeia foram divulgados. Institutos de pesquisa franceses previram que o partido de extrema direita RN (Reunião Nacional) está liderando os demais.
Com Jordan Bardella, líder do Partido Reunião Nacional de ultradireita, à frente, as primeiras pesquisas realizadas pela agência Reuters indicam que o partido conseguiu conquistar aproximadamente 32% dos votos nas eleições deste domingo. Esse resultado representa mais do que o dobro dos 15% obtidos pela chapa de Macron.
Nos últimos cinco anos, a liderança no parlamento esteve sob a responsabilidade de uma aliança composta por três grupos políticos.
Em conjunto, essas legendas dirigiram a política da União Europeia, incluindo o Pacto Ecológico Europeu e o posicionamento da UE em relação à invasão russa na Ucrânia.
As eleições da União Europeia apresentaram resultados desfavoráveis para os partidos governamentais da Alemanha, assim como os números das pesquisas de boca de urna demonstraram um crescimento da extrema direita, com o advento do partido Alternativa para a Alemanha (AfD). O partido Social-democrata liderado por Olaf Scholz ocupou o terceiro lugar e ficou atrás da extrema direita.
No último domingo, em um comício, Marine Le Pen afirmou que estão preparados para assumir o poder caso os franceses depositem sua confiança em sua chapa nas próximas eleições nacionais.
Le Pen destacou que sua vitória na eleição é um fato "histórico" e que está preparada para os próximos pleitos.
Caso seja eleita, Marine Le Pen assegura uma reviravolta na política externa francesa.
Marine Le Pen buscou se posicionar como uma personalidade central e tem um histórico de atitudes hostis em relação a estrangeiros e de estabelecimento de laços com a Rússia.
Os partidos de direita conservadora e extrema da Europa, incluindo o partido liderado por Le Pen, possuem pontos de concordância que geram controvérsia entre os europeus, como a limitação da imigração e a revogação das regulamentações ambientais. No entanto, possuem destacadas divergências em assuntos como o apoio à Ucrânia.
O projeto de Le Pen consiste em formar uma aliança de nacionalistas, que possa direcionar a Europa para uma perspectiva conservadora, e, com este objetivo, planeja colaborar com Meloni. Em entrevista concedida ao jornal italiano "Corriere della Sera", a líder francesa enfatizou a importância da união no continente. "Não podemos deixar escapar uma chance como essa", afirmou Le Pen.
De acordo com a The Economist, é possível encontrar uma forma de liderança estável na União Europeia que demonstre como pessoas moderadas podem lidar de maneira inteligente com a presença da direita populista no cenário político. A interrogação já não está em saber se é viável conter o movimento populista. A questão que se coloca é como lidar com sua crescente influência.
Eleições Do Parlamento Europeu
As eleições para o Parlamento Europeu ocorrem de forma diferenciada: as votações são realizadas individualmente nos 27 países do bloco, em que cada país elege os seus eurodeputados - a nação alemã, por exemplo, detém maior quantidade de cadeiras, contabilizando 96; por outro lado, Malta e Luxemburgo possuem o menor número, totalizando seis. Ao todo, há 720 eurodeputados no parlamento.
