Lula diz que Venezuela elege quem quiser mesmo após ameaças de Maduro
Na sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a Venezuela tem toda a liberdade de escolher seus governantes. Essa declaração veio após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, alertar sobre a possibilidade de violência ou até mesmo uma guerra civil caso ele não seja reeleito.
"Qual o motivo de eu querer entrar em conflito com a Venezuela? Por que eu iria querer ter disputas com a Nicarágua? Por que eu iria me envolver em questões com a Argentina? Cada país tem o direito de eleger seus próprios presidentes. O que me importa é a relação entre Estados, o que o Brasil tem a ganhar e a perder com essa relação", declarou o membro do Partido dos Trabalhadores.
O líder máximo do governo ressaltou que o Brasil possui laços positivos com todas as outras nações e que seria o único país no globo sem conflitos com outros países.
"O Brasil se destaca por algo único: nenhum outro país no mundo possui tantos conflitos como o Brasil. Isso não acontece. O Brasil é querido por todos, e também deve ter esse mesmo sentimento por todos."
Os comentários foram feitos durante o evento de divulgação de investimentos em melhorias nas estradas Via Dutra (BR-116) e Rio-Santos (BR-101), em São José dos Campos (SP).
Também estiveram presentes na cerimônia os ministros Geraldo Alckmin (Indústria), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Renan Filho (Transportes), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Fernando Haddad (Fazenda).
Durante o evento, o presidente fez questão de cutucar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem mencionar seu nome. De acordo com Lula, Bolsonaro era evitado em reuniões internacionais, resultando no Brasil sendo deixado de lado no cenário mundial. O presidente destacou que durante seu governo, a imagem internacional do país foi restaurada. Ele frisou que, se antes viajava pelo mundo, agora não é mais necessário, já que o mundo vem até o Brasil. Essas declarações sugerem que ele pretende reduzir suas viagens internacionais durante o restante de seu mandato.
Nicolás Maduro, presidente em busca da reeleição na Venezuela, fez afirmações de que o país pode enfrentar um cenário de violência e conflito interno caso não seja reeleito. A eleição na Venezuela é vista com desconfiança por especialistas internacionais devido às acusações de perseguição e detenção de opositores ao governo atual.
Lula é um dos últimos líderes com quem Maduro ainda discute na região, porém, apesar de declarar que o país vizinho deve assegurar eleições transparentes e democráticas, tem sido pressionado para adotar uma postura mais firme em relação ao presidente venezuelano após as várias acusações de tentativas de manipulação nas eleições com a perseguição da oposição.
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Publicado em 19 de julho de 2024 às 14h30 / Atualizado em 19 de julho de 2024 às 14h30.
