Maguila será velado em cerimônia aberta ao público na Alesp; enterro ocorrerá no ABC só para a família

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Maguila

O ícone do boxe brasileiro faleceu na quinta-feira (24) devido a complicações da demência pugilística, uma condição sem cura que o afetava. Em 2013, ele foi diagnosticado com essa doença degenerativa, também chamada de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC).

Maguila, que contava com 66 anos, deixa sua esposa e três filhos: Edimilson Lima dos Santos, Adenilson Lima dos Santos e Adilson Rodrigues Júnior. A viúva, Irani Pinheiro, deve conceder uma coletiva à imprensa por volta das 9h no Hall Monumental da Alesp. Foi Irani quem anunciou ao g1 o falecimento do marido.

O casal residia em Itu, uma cidade no interior do estado, onde o ex-boxeador estava se tratando devido a sua enfermidade. No entanto, sua condição de saúde se agravou, levando à sua transferência para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde veio a falecer.

Após a Alesp, está agendado um cortejo motorizado com o caixão que transportará Maguila ainda nesta sexta-feira até São Caetano do Sul, uma cidade próxima no ABC Paulista. A intenção da família é que o ídolo do boxe brasileiro receba homenagens da população nas ruas da cidade. Os familiares o esperarão no Cerimonial Ossel, um espaço dedicado onde poderão prestar suas últimas homenagens ao ex-atleta.

O sepultamento do ex-boxeador também acontecerá nesta sexta-feira em São Caetano. Essa cerimônia de despedida será somente para familiares e amigos do multicampeão de boxe brasileiro. A família ainda não divulgou à imprensa quando o corpo será trasladado da Alesp, nem o nome do cemitério no ABC ou o horário do enterro.

Na conta do Instagram de Maguila, a família compartilhou a notícia de seu falecimento na última quinta-feira: "Com grande tristeza, informamos o falecimento de Adilson Maguila, uma personalidade marcante e muito amada, tanto dentro quanto fora dos ringues. Ele deixa um legado valioso no esporte e na vida de muitas pessoas no Brasil. Maguila continuará vivo em nossas lembranças e em nossos corações."

Faleceu o ex-pugilista Maguila, aos 66 anos de idade.

Maguila atuou como analista econômico no programa Aqui Agora — Imagem: Reprodução/SBT

Maguila, renomado lutador de boxe brasileiro na categoria peso-pesado, veio ao mundo em 12 de junho de 1958, em Aracaju, Sergipe. Sua trajetória no boxe se estendeu de 1983 até 2000. Ao todo, ele participou de 85 combates profissionais, dos quais saiu vitorioso em 77 - sendo que 61 delas foram por nocaute - além de ter enfrentado sete derrotas e um empate técnico. Dentre as lutas que mais chamaram a atenção, destacam-se seus embates contra George Foreman e Evander Holyfield, onde o brasileiro foi nocauteado pelos dois americanos.

O ex-pugilista atuou como analista econômico no programa "Aqui Agora", transmitido pelo SBT, durante os anos 90. Além disso, integrou o elenco principal do "Show do Tom", um programa de comédia da Rede Record, em 2004.

Antes de atingir 50 anos, o boxeador recebeu o diagnóstico de Encefalopatia Traumática Crônica. Porém, antes disso, um engano médico levou ao tratamento para Alzheimer até 2015, ano em que o neurologista Renato Anghinah iniciou a sua assistência, considerando como principal causa do desenvolvimento da ETC os impactos na cabeça que ele havia enfrentado durante sua trajetória como lutador.

"Gostaria de enviar um abraço a todos os brasileiros que me acompanharam em minhas lutas. Estou me recuperando e podem ficar calmos. Infelizmente, não posso mais participar de combates, mas estou em boa condição. Essa enfermidade, cujo nome eu mal consigo pronunciar, é complicada. Quero que todos saibam que estou bem", afirmou Maguila na ocasião.

Maguila remove as luvas de boxe e se transforma em um personagem astuto durante uma roda de samba.

Antes de se tornar atleta, ele realizava trabalhos temporários e atuou como segurança em casas noturnas. Devido à sua estatura imponente, ganhou o apelido de "Godzilla", um personagem de ficção famoso por sua semelhança com um dinossauro.

Depois, começaram a se referir a ele como Maguila, em uma alusão racista ao gorila "Maguilla", um personagem dos desenhos animados da Hanna-Barbera.

No começo, o lutador não se sentia à vontade com o rótulo que lhe atribuíam, mas rapidamente o nome se espalhou, e ele começou a ser reconhecido assim nas competições. Maguila reinterpretou o apelido ofensivo e o converteu em um ícone de poder.

Imagem do boxeador brasileiro Adilson Rodrigues Maguila durante uma entrevista realizada em 18 de janeiro de 1990 — Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO CONTEÚDO

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