Manaus registrou ventos de 70,4 km/h durante 'tempestade de poeira'
Gravações produzidas por residentes exibem a areia sendo levantada e espalhada pela metrópole, invadindo domicílios (assista ao conteúdo acima). Afora o "turbilhão de poeira", a rajada de vento ocasionou desprendimento de telhas e prejuízos à infraestrutura elétrica.
De acordo com informações do Censipam, chuvas fortes como as registradas no último domingo são frequentes nesta época do ano na cidade de Manaus. Atualmente, o estado do Amazonas encontra-se em um período de transição entre a estação menos chuvosa, que é conhecida como "verão amazônico", e a estação mais chuvosa, a qual é chamada de "inverno amazônico".
Na ocasião atual, o forte vendaval resultou inclusive em uma "tormenta de poeira" em Manaus. Em conjunto com a fuligem proveniente dos incêndios que cobre a cidade há mais de sete dias, a poeira cobriu construções e teve impacto negativo na capacidade de enxergar.
Durante a tempestade, não houve muita chuva na capital - foram registrados menos de 10 milímetros de precipitação em um período de 24 horas. No entanto, os ventos fortes causaram danos significativos.
Segundo informações da Defesa Civil de Manaus, durante o período das 9h do último domingo até as 9h desta segunda-feira, foram registrados quantidades de chuva distintas em diferentes regiões da cidade. Na Zona Oeste, o volume de chuva foi de somente 2,4 milímetros, enquanto na Zona Leste registrou-se 2,6 milímetros e na Zona Norte, a maior quantidade de chuva, com 8,8 milímetros.
Ventos com intensidade superior a 70 km/h estão sendo registrados nas imediações do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. A administração do Aeroporto de Manaus assegurou que as operações de pouso e decolagem não sofreram qualquer impacto proveniente dos ventos.
Contudo, houve no passado três casos de deslocamento de telhados em diferentes áreas da cidade de Manaus: dois no distrito Lírio do Vale, localizado na região Oeste, e um no bairro Redenção, na região Centro-Oeste.
De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, ventanias similares podem ocorrer novamente na região de Manaus tanto em novembro quanto em dezembro.
Manaus é atingida por tempestade de poeira; confira mais destaques da previsão climática.
Embora seja possível que haja uma repetição da tempestade, a precipitação pluviométrica deve continuar abaixo da média para a época em Manaus. Isso se deve ao fato de que a região do Amazonas ainda está sofrendo com os efeitos do fenômeno climático conhecido como El Niño.
Do ponto de vista climático, dezembro marca o início da estação chuvosa nesta área da Amazônia. Contudo, em virtude do Efeito El Niño, um fenômeno natural caracterizado pela elevação anormal da temperatura das águas do Oceano Pacífico, assim como pela temperatura mais elevada que o usual das águas do Oceano Atlântico no norte, estamos enfrentando uma situação diferente este ano, conforme esclareceu Gustavo Ribeiro.
Segundo os especialistas em meteorologia, as condições observadas nos oceanos afetam a circulação dos ventos na atmosfera. Como resultado, a formação de nuvens densas é inibida, o que retarda e diminui a ocorrência de chuvas em muitas áreas da região da Amazônia Legal. Esse aspecto foi ressaltado pelo meteorologista em questão.
Após a tempestade de domingo, a poeira foi amenizada em Manaus, mas ainda persiste uma névoa na capital nesta segunda-feira (6).
Desde o mês de agosto, a capital vinha sendo coberta, de vez em quando, por uma nuvem cinzenta. Contudo, a neblina se tornou mais densa e agora persiste por mais de uma semana.
Hoje é segunda-feira e a condição atmosférica continua lamentável na cidade.
