Margot Robbie, estrela de 'Barbie', já atuou em novela e tem uma ...

Quem vê a estrela de Hollywood se dividindo entre grandes papéis em blockbusters e personagens desafiadores em filmes indies nem imagina que ela começou de uma forma até bem brasileira: atuando em uma novela.

Margot Elise Robbie nasceu em 2 de julho de 1990, em Queesland, na Austrália. Ela começou sua carreira por lá mesmo, na produção "Neighbours", aos 18 anos: "É tipo um campo de treinamento para atores australianos", disse em entrevista a Jimmy Kimmel. "É praticamente um pré-requisito pra você se mudar para Los Angeles", contou. Cinco dias depois de sair da novela, em 2011, a atriz seguiu para os Estados Unidos.

Margot Robbie na novela australiana "Neighbours" — Foto: Channel 5/Divulgação

E de lá... não saiu mais. Entre algumas tentativas hollywoodianas não tão bem sucedidas, Margot logo encontrou o sucesso após aparecer ao lado de Leonardo DiCaprio em "O Lobo de Wall Street", elogiado filme de Martin Scorcese de 2013.

Ela ficou nua para a produção, mas não foi isso que a fez despontar na indústria do entretenimento, não. Em um papel relativamente pequeno, a atriz soube chamar atenção pra si e se impor ao lado de outro gigante do cinema. Nascia uma estrela.

Margot Robbie em cena emblemática de "O Lobo de Wall Street" — Foto: Reprodução/IMDb

Mulheres complexas

Uma coisa que podemos perceber pela carreira de Margot é que ela gosta de interpretar mulheres intensas e controversas, que erram tanto quanto acertam e que passam por grandes jornadas de transformação - seja em um mundo fantasioso, seja no mundo real.

"Qualquer trabalho em que eu posso gritar, fazer algo extremo, algo muito divertido, ou muito nervoso, ou muito depressivo... Emoções extremas são sempre muito divertidas de se brincar", disse em entrevista à Radio Times em 2014.

Sua lista de personagens não nos deixa mentir. Após o sucesso de "O Lobo de Wall Street", a australiana assumiu o que seria um dos maiores desafios de sua carreira: interpretar a vilã Arlequina no filme "Esquadrão Suicida", de 2016.

Margot Robbie como a Arlequina em "Esquadrão Suicida" — Foto: Reprodução/IMDb

Grande conhecida dos fãs de quadrinhos, Harley Quinn nunca havia aparecido em uma versão de carne e osso, só em desenho. Ela era apenas a "namorada do Coringa" para muitos, mas, nas mãos de Margot, ganhou camadas, levantou um debate sobre relacionamentos abusivos, já que sofria nas mãos do vilão do Batman, roubou a cena e se tornou um marco na cultura pop. Mérito do carisma e do talento de Margot Robbie.

O sucesso da Arlequina foi tanto que, mesmo tendo estreado em um filme bem criticado como "Esquadrão Suicida", ela ainda voltou a protagonizar outros dois longas: "Aves de Rapina", de 2020, e uma nova versão de "O Esquadrão Suicida", de 2021. Tal como o Homem-Aranha, que tem uma marca tão forte que já ganhou diferentes versões no cinema, Harley agora será interpretada por Lady Gaga, que trará uma pegada mais obscura para a personagem em "Coringa 2".

Margot Robbie produziu filme sequência para a história de Arlequina; "Aves de Rapina" saiu em 2020 — Foto: Reprodução/IMDb

Se por um lado a atriz fez seu nome para o grande público em filmes de super-heróis, por outro ela se dedicou a mostrar as nuances de sua atuação e conquistar os críticos em trabalhos mais intimistas. Em "Eu, Tonya", de 2017, Margot interpretou a competitiva patinadora de gelo Tonya Harding, figura polêmica na história do esporte. Pelo papel ela conquistou sua primeira indicação ao Oscar.

Margot Robbie em "Eu, Tonya"; papel lhe rendeu a primeira indicação ao Oscar — Foto: Reprodução/IMDb

Dois anos depois, mais uma indicação, dessa vez como Melhor Atriz Coadjuvante. Foi por "O Escândalo", filme que aborda as denúncias de assédio sexual que muitas funcionárias da Fox News fizeram sobre o executivo Roger Ailes, ex-presidente do canal.

A segunda indicação ao Oscar de Margot Robbie veio em "O Escândalo" — Foto: Reprodução/IMDb

Mais recentemente, ela esteve em outros dois filmes cultuados. Em "Era Uma Vez... em Hollywood", longa 2019 de Quentin Tarantino, Margot foi Sharon Tate; já em "Babilônia", do diretor Damian Chazelle, conhecido por "La La Land", ela se jogou na Era de Ouro do cinema, lá nos anos 20.

Margot Robbie viveu Sharon Tate em "Era Uma Vez... Em Hollywood" — Foto: Reprodução/IMDb

Produtora executiva

Em 2013, quando ainda estava no comecinho de sua carreira em Hollywood, Margot Robbie gravou um filme chamado "Suíte Francesa". A produção não fez grande sucesso e passaria despercebida pelo agora extenso currículo da estrela, se não fosse um detalhe: foi durante as filmagens deste longa que ela conheceu aqueles que viriam a ser parceiros em sua produtora.

Josey McNamara e Tom Ackerley, hoje marido da atriz, eram apenas assistentes de produção, mas buscavam algo a mais. Eles queriam produzir seus próprios filmes, algo que Margot também desejava. O trio se juntou à amiga de infância da australiana, Sophia Kerr, e juntos criaram, em 2014, a produtora LuckyChap Entertainment.

Margot Robbie ao lado do marido, Tom Ackerley; ao lado de outros dois amigos eles tem uma produtora — Foto: Todd Williamson/NBC/NBCU Photo Bank

Os quatro amigos produziram desde longas estrelados por Margot, como "Eu, Tonya", "Aves de Rapina" e, agora, "Barbie", até "Bela Vingança", protagonizado por Carey Mulligan. A ideia é "expandir o que histórias femininas e mulheres contadoras de histórias podem fazer nessa indústria", explicou a australiana em entrevista ao The Hollywood Reporter. Uma empreitada de sucesso!

E ainda que suas produções tenham conquistado sucesso de crítica e de público, a estrela diz que não sente que é reconhecida como produtora. Ela acredita que outros executivos presumem que seu título de "produtora executiva" é apenas fachada, e que ela não coloca a mão na massa:

"E aí todo mundo percebe depois de alguns meses: 'Ah, ela é realmente uma produtora'. Mas ainda assim, as pessoas dirigem todas as questões sobre dinheiro à meus parceiros, nunca à mim. E muitas vezes, Tom e Josey precisam dizer, 'você deve perguntar a ela, na verdade'", desabafou Margot para a Vanity Fair.

À caminho da Barbielândia

Agora Margot se prepara para lançar mais um filme assinado por sua produtora. Dessa vez, ela novamente se joga no desafio de dar vida à um ícone cultural. A boneca mais amada do mundo será ressignificada em suas mãos e nas de Greta Gerwig, diretora e roteirista do longa.

Barbie dirige conversível no filme — Foto: Reprodução/YouTube

Em entrevistas com o elenco, a atriz tem mostrado que sua versão da Barbie é, assim como as protagonistas das histórias que gosta de atuar e produzir, muito complexa. "Greta leva o filme em direções que não achei que eles nos deixariam ir", disse ao Fandango.

"Acho que grande parte disso foi reconhecer as coisas que pessoas acham problemáticas sobre a Barbie, assim como as coisas que as pessoas amam sobre a Barbie. Poder fazer os dois enquanto promovemos uma conversa relevante sobre como o mundo é hoje em dia, além de reconhecer os 60 anos de história da boneca... São muitas coisas pra fazer de uma vez, e ela faz de forma muito hábil", completou ela, elogiando a diretora.

"A experiência ainda é divertida e estranhamente emocional, e no final você nem vai estar pensando em uma boneca, mas sim no que significa estar vivo. Fica inesperadamente profundo", confessou. E assim, retratando mulheres reais (mesmo que elas sejam de brinquedo), Margot Robbie vai, de pouco a pouco, transformando Hollywood.

Margot Robbie em "Barbie" — Foto: Divulgação

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