Tiro que matou médica da Marinha entrou pela janela do 2°andar de anexo do Hospital Marcílio Dias; FOTO
A médica geriatra, de 55 anos, estava presente em um evento no auditório do local quando foi atingida por uma bala perdida. Gisele recebeu atendimento imediato e foi encaminhada para o centro cirúrgico, mas não sobreviveu e faleceu algumas horas depois.
Nesse instante, de acordo com a Polícia Militar, estava sendo realizada uma operação no Complexo do Lins, a poucos metros da unidade de saúde, com o objetivo de capturar bandidos envolvidos em furtos de automóveis na área do Grande Méier.
Gisele Mendes, 55 anos, ao lado do filho — Imagem: Reprodução/Redes sociais.
Especialistas da Marinha e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) estimam que o disparo tenha se originado de um local acima do segundo andar, onde está localizada a sala onde a médica assistia à cerimônia. De acordo com os investigadores, a bala atingiu sua testa e ficou presa na região da nuca.
Um pedaço da arma foi coletado e existem indícios significativos de que se trate de uma pistola.
O corpo da médica foi submetido a uma autópsia na manhã desta quarta-feira (11) no Instituto Médico-Legal (IML) do centro da cidade. Peritos da Marinha estiveram presentes, mas não participaram da investigação conduzida pelos policiais civis. Os militares tiveram acesso apenas ao relatório da perícia.
Aproximadamente às 9h, os parentes de Gisele chegaram ao local. Um oficial da Marinha está presente para auxiliar nos procedimentos burocráticos.
Gisele ocupava o cargo de superintendente de saúde no Hospital Marcílio Dias, uma posição que ocupa o terceiro nível em hierarquia na instituição. O g1 investigou e descobriu que ela estava prestes a ser promovida ao posto de almirante médica.
Gisele concluiu sua graduação em medicina na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) em 1993 e se especializou em geriatria. Em 1995, ingressou na Marinha. Além disso, atuou como diretora do Hospital Naval de Brasília (HNBra).
Morte No Aniversário Do Filho
Gisele faleceu no dia em que seu filho mais novo fazia 22 anos. Daniel Mello, o universitário que estuda Arquitetura e Urbanismo na UFRJ, recorreu às redes sociais para prestar uma homenagem à sua mãe:
O irmão, Carlos Eduardo Mello, de 31 anos, atua como assessor da vereadora Mônica Cunha (Psol). Amigos revelaram que ele está "devastado".
Hospital Marcílio Dias, localizado no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio de Janeiro — Imagem: Reprodução/ TV Globo
O servidor público Felipe Lacerda Mendes, de 46 anos e irmão de Gisele, revelou que ela tinha a intenção de cursar educação física, mas decidiu seguir a profissão médica porque "tinha uma grande paixão por ajudar os outros e cuidar das pessoas".
Ele também recordou que a oficial participou de um treinamento da Organização das Nações Unidas (ONU) voltado para missões humanitárias.
"Ela se inscreveu em um curso de assistência humanitária da ONU e sonhava em participar de uma missão. No começo do ano que vem, sua promoção a almirante estava prestes a ser anunciada. [A Gisele] estava esperando esse momento para decidir se iria se juntar a alguma unidade ou embarcação da Marinha, voltada para a ajuda humanitária," relatou o servidor ao jornal 'O Globo'.
Conforme Felipe, a notícia de que sua irmã tinha sido atingida por um tiro chegou à família através do esposo de Gisele, no final da manhã. Ele foi informado pela Marinha. O falecimento da militar foi confirmado pela entidade no final da tarde.
O irmão de Gisele ressaltou que os pais da militar, que têm 85 anos, estão “profundamente tristes e devastados”, assim como os filhos, que estão “se esforçando para manter a calma” a fim de apoiar o pai.
"Ela participava de uma cerimônia do Corpo de Saúde, que é um edifício adjunto [ao hospital], quando, durante o momento de confraternização, a bala atingiu. As pessoas só perceberam quando a viram caindo no chão, com uma poça de sangue na cabeça", relatou Felipe.
Creio que ela foi capaz de desempenhar essa função de solidariedade, como demonstram os depoimentos que recebemos dos colegas, retratando-a como uma pessoa amada, sem rivais, com quem todos apreciavam passar tempo.
Veja a localização do hospital da Marinha, onde um militar faleceu em decorrência de um disparo — Imagem: Arte g1 / Kayan Albertin.
Capitã de Mar e Guerra na área da Medicina, Gisele Mendes, é a Superintendente de Saúde do Hospital Naval Marcílio Dias — Imagem: Reprodução.
A janela da Escola de Saúde da Marinha, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro, apresentou a marca do disparo que resultou na morte da médica — Foto: Reprodução/ TV Globo.