Medidas de austeridade de Milei levam metade da Argentina à pobreza

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Irma Casal, uma residente de Buenos Aires com 53 anos, exerce a função de recicladora de resíduos em três turnos. No entanto, assim como muitos argentinos que enfrentam um cenário de elevação da pobreza, ela ainda encontra dificuldades para arcar com suas despesas.

Informações reveladas pela Argentina a respeito da pobreza no país mostram que a porcentagem ultrapassou 50% da população nos primeiros seis meses da gestão do presidente Javier Milei, que tem implementado ações rigorosas de austeridade na tentativa de conter a dívida do país.

"Desde a chegada deste governo ao poder, as oportunidades de trabalho se esvaneceram. Estamos esforçando-nos o dobro por uma recompensa menor e precisamos seguir em frente", afirmou Casal, pai de 14 filhos e avô de 42 netos, no bairro carente de Villa Fiorito, em Buenos Aires.

As informações oficiais referentes ao intervalo de janeiro a junho representam a primeira prova palpável do aumento da pobreza desde a posse de Milei no governo, em dezembro. No segundo semestre de 2023, a taxa oficial de pobreza alcançou 41,7%.

As reduções orçamentárias implementadas por Milei têm sido elogiadas pelos mercados e investidores, pois contribuem para a recuperação das finanças públicas após anos de déficits. No entanto, essas medidas têm levado o país a uma recessão severa, embora haja indícios de que a economia possa já ter superado o seu estágio mais crítico.

O observatório da Universidade Católica da Argentina (UCA) calcula que a porcentagem de pobreza atingiu 55,5% no início do ano, antes de diminuir para 49,4% no segundo trimestre. Dessa forma, a média para os primeiros seis meses fica em 52%.

Agustín Salvia, chefe do Observatório da UCA, afirmou que as medidas adotadas por Milei no início do ano causaram um impacto considerável, mencionando o fechamento de restaurantes populares e a diminuição dos subsídios governamentais. No entanto, ele complementou que, nos últimos tempos, já se observaram indícios de progresso.

"Se você analisar a história de maneira abrangente, perceberá que houve um declínio no primeiro trimestre. A partir de então, essa situação começou a se estabilizar", declarou.

Nesta semana, a Secretaria da Infância, Adolescência e Família informou à Reuters que o governo ampliou dois programas de assistência social: o Subsídio Universal para Crianças e um programa de Cartão Alimentação, que tem auxiliado muitas famílias a se manterem.

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