CPI diz ter encontrado “CNPJ do MST”

17 Agosto 2023
MST

A CPI do MST acredita ter encontrado o que vem sendo chamado pela cúpula da comissão do “CNPJ do Movimento dos Sem Terra”.

Trata-se da Associação Brasil Popular (Abrapo), uma entidade controlada por advogados próximos ao movimento, que fechou contratos de R$ 1,5 milhão com o BNDES e a Petrobras durante o governo Dilma. A CNN teve acesso a um conjunto de documentos levantados pela CPI.

A associação tem registro na junta comercial em que aparece como sócio da empresa um escritório de advogados, que, conforme a CPI, tem ligação com o MST. A entidade está sediada em um endereço na região central de São Paulo.

A CNN também recebeu comprovantes de contratos selados no governo Dilma com a Associação Brasil Popular para financiar eventos da cultura camponesa.

O primeiro é com a Petrobras e vigorou de fevereiro de 2014 a fevereiro de 2015, no valor de R$ 199 mil. O segundo foi selado com o BNDES, em 2014, no valor de R$ 350 mil.

Também com o banco estatal consta mais um contrato de R$ 350 mil. E o último documento, de R$ 650 mil, foi selado com a Petrobras. Todos vigoraram no ano de 2014. No total, os contratos somam R$ 1,5 milhão.

Procurado, o MST não se manifestou. A CNN não conseguiu contato com a Associação Brasil Popular no telefone e no e-mail disponíveis no registro da empresa.

Contratos encerrados

A Petrobras afirmou que se tratam de dois contratos de patrocínio já encerrados. Um para realização da Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa, realizada em Brasília, com vigência entre fevereiro e junho de 2014.

O outro refere-se a patrocínio ao Projeto Cultura Infantil no Campo, realizado em Brasília, com vigência entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2015.

O BNDES informou que os acordos “foram aprovados conforme os contratos de conformidade em vigor” na época e que estavam em linha com os objetivos do banco de promover suas linhas de crédito para a agricultura familiar.

Ontem na CPI, João Pedro Stédile, líder do MST, foi questionado sobre o assunto. “Sobre as entidades que apoiam o movimento e são solidárias, cada entidade tem a sua autonomia. Se a Abrapo tem esses convênios, o senhor [se dirigindo ao deputado Ricardo Salles] tem todo o direito. Entra no Ministério Público para ver se houve desvio”, afirmou.

O líder do movimento prosseguiu: “agora tá todo mundo usando o boné [do movimento]. Eu vou perguntar ‘qual é a sua ficha? você tem processo?’”.

VÍDEO – “Covarde e golpista”: Sâmia e Salles discutem na CPI do MST
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