NBA: os "clutchs" dos Celtics e os ineditismos dos Mavericks

Resumo Diário Das Finais Da NBA Por Rafa Prado

Em treze de junho de dois mil e vinte e quatro, às dezesseis horas e vinte e nove minutos.

No final da tarde, a multidão já se movimentava para a NBA House em São Paulo, que este ano estava localizada pela primeira vez no Parque Villa-Lobos. A equipe de cobertura do Terra já estava lá, registrando mais um jogo da Final [o terceiro], e notando um fenômeno recorrente: a maioria esmagadora dos torcedores era do Boston Celtics.

Os Celtics são amplamente considerados como a principal franquia da NBA, e ocupam o terceiro lugar em popularidade no Brasil, ostentando ainda o título de torcida mais confiante, principalmente antes das partidas. A expressão mais comum ouvida era: "Nossa equipe vai vencer por quatro a zero, uma varrida completa!"

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Os reduzidos adeptos do Dallas Mavericks adotavam um comportamento mais discreto e dependiam unanimemente de uma única figura: "Luka, passe a bola para o Luka!". Sem dúvida, o nome mais valioso da equipe nessas finais, Doncic tinha a responsabilidade de representar a única chance de esperança de uma torcida que havia completamente ignorado o apagado Kyrie Irving até então.

Ao cair da noite, a NBA House, que é iluminada e maravilhosa, estava lotada de torcedores. Cerca de duas horas antes do terceiro jogo começar, o público "Life Style" chegou em massa. Esse grupo é composto por pessoas que aproveitam o estilo, a celebração e a atmosfera animada do ambiente, sem se importarem muito com o jogo em si. Essa presença contribuiu indiscutivelmente para o esgotamento do espaço.

Em sua posição como líder da NBA no Brasil, Rodrigo Vicentini não hesitou em demonstrar tranquilidade ao falar sobre os 50 milhões de torcedores que a liga possui no país, bem como a expectativa de ter mais de 50 mil pessoas presentes durante os jogos das Finais.

Com exatidão às 21h30, começou o jogo em Dallas e houve uma animada celebração no Texas, enquanto na sede da NBA, sentia-se um ar de ansiedade.

Sob a liderança de Luka Doncic, o Dallas Mavericks iniciou o jogo com grande intensidade no American Airlines Center. A ausência de Kristaps Porzingis deixou o garrafão do Boston Celtics vulnerável aos ataques frequentes. Kyrie Irving mostrou seu potencial e assumiu a responsabilidade, mas não por muito tempo. A vantagem de quase 15 pontos desapareceu rapidamente em poucas posses de bola, levando a tensão ao clima em Dallas quando Jason Kidd notou. Enquanto isso, a torcida se animava em São Paulo com a NBA House. Apesar de estar na frente por um ponto, o Dallas Mavericks sentiu o gosto amargo da derrota.

Imagem: Peter Casey / Piscina/Getty Imagens

O segundo quarto da partida apresentou um nível de equilíbrio impressionante. O time de Boston conseguiu a liderança nos primeiros minutos, com uma excelente performance de Irving, que já havia alcançado 20 pontos. Já do lado oposto, Jayson Tatum também marcou uma pontuação semelhante. Apesar do sabor amargo de ter perdido a vantagem que havia sido construída no começo do jogo, o Dallas foi para o intervalo vencendo por 51 a 50.

Ao retornar do intervalo, a habilidade coletiva impressionante da equipe de Boston intensificou a tensão para Dallas. A calma e humildade da dupla Tatum & Brown começou a influenciar os jogadores dos Mavericks. Com a pontuação de 35 a 19, a possibilidade de um placar de 3 a 0 se tornou mais real.

No desfecho crucial do jogo, Boston estava em alta e conseguiu abrir uma assustadora vantagem de 21 pontos, fazendo com que a derrota parecesse inevitável para o time do Texas. Foi então que Kidd, Doncic e Kyrie assumiram o controle novamente e, em uma impressionante sequência de 20 a 2, conseguiram diminuir a diferença para apenas três pontos. O momento "Clutch time" prometia inflamar a torcida no American Airlines Center, mas a controversa arbitragem da Liga entrou em ação. Com uma falta bastante questionável, Luka Doncic foi expulso – a primeira vez em sua carreira. A jogada foi revista, mas a decisão dos árbitros permaneceu, deixando a torcida local revoltada quatro minutos antes do final do jogo. Naquele momento, o clima em Dallas era tenso e a partir da NBA House, a torcida dos Celtics pôde sentir um certo alívio.

Irving fez sua melhor tentativa para reviver os bons tempos dos Cavs ao lado de LeBron James, com uma bola de três que teria sido marcante e emocionante, mas infelizmente o aro e a equipe experiente e tranquila de Boston não permitiram um final épico para os Mavericks. A pontuação final foi de 106 a 98 e Boston garantiu uma vantagem de 3 a 0 na série. É uma desilusão para os fãs no Texas, mas uma grande festa para os torcedores de São Paulo.

Tatum e Brown juntos marcaram 61 pontos. O jogador que usa a camiseta número zero fez 31 pontos, seis defesas e ajudou com cinco assistências. Por outro lado, o jogador que veste a camiseta número sete conquistou 30 pontos, oito defesas e oito assistências.

Na equipe dos Mavericks, é importante salientar a excelente performance de Kyrie Irving, que finalizou a partida com 35 pontos. Além disso, Luka Doncic também obteve estatísticas impressionantes, tendo marcado 27 pontos, pegado seis rebotes e efetuado seis assistências.

Um aspecto positivo da noite foi o desempenho das equipes: Boston teve 46,3% de aproveitamento, enquanto o adversário obteve 44,2%. Vale ressaltar também a significativa e decisiva discrepância no número de assistências a favor dos visitantes: 26 a 15, o que ressalta ainda mais a capacidade coletiva dos jogadores treinados pelo técnico Joe Mazzulla, que trabalham juntos sem qualquer figura secundária.

Luka e Kyrie estão enfrentando uma tarefa quase impossível. Até agora, em 154 séries, somente quatro times [3%] conseguiram virar um 3 a 0 e forçar o jogo sete. No entanto, todos eles acabaram perdendo o jogo decisivo.

O que quer dizer que nunca houve a ocorrência do milagre.

A ocasião em que algo semelhante esteve prestes a acontecer ocorreu durante a temporada 2022-23, quando Jimmy "Jordan" Butler liderou o Miami Heat, que se adiantou em relação ao Boston Celtics, mas, ao final, houve um empate em 3-3. No sétimo jogo decisivo, a equipe da Flórida se mostrou superior e avançou para a grande final da NBA.

A quarta partida das finais, que pode ser crucial, ocorrerá na sexta-feira (14) às 21h30.

Se a dupla de Dallas é vista por muitos como uma espécie de Batman e Robin na NBA, o camisa 11 terá que desempenhar a difícil tarefa de conseguir que os Mavs entrem em quadra com dois Batmans na próxima sexta-feira. Esse é o único método possível e o maior desejo dos tímidos fãs de SP do time agora considerado azarão nas finais, o Dallas Mavericks.

Nos encontramos no quarto jogo.