Preso há quase dois meses, influenciador Nego Di tem novo pedido de soltura recusado pela Justiça gaúcha -

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Nego Di

Na quarta-feira (4), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) negou um novo pedido de liberdade para o influenciador e comediante de Porto Alegre, Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como "Nego Di". Ele foi preso preventivamente em 14 de julho, durante uma operação do Ministério Público que investiga seu suposto envolvimento em casos de estelionato e venda ilegal de rifas.

Duas outras solicitações para anulação da medida já tinham sido feitas pela defesa do investigado, uma no começo e outra no final daquele mês. A juíza Patrícia Tonet, que foi responsável por mais uma recusa, também rejeitou a possibilidade de adotar outras medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Assim, Nego Di permanece na Penitenciária Estadual de Canoas, na Região Metropolitana da Capital.

O famoso está sendo acusado de participar de um golpe, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e organização de um sorteio virtual, o qual é considerado ilegal. Conhecido por ter participado do reality show Big Brother Brasil em 2021, ele e seu parceiro Anderson Bonetti teriam prejudicado pelo menos 370 pessoas através do site tadizuera.com.br, durante os meses de março a julho de 2022.

Consumidores da loja virtual informaram ter pago por TVs, smartphones, eletrodomésticos e outros itens, mas nunca os receberam. O reembolso nunca foi feito.

A negativa dos juízes em soltar Nego Di tem sido justificada com base em argumentos como o de que, apesar de alegar desconhecimento sobre o engano dos consumidores, Nego Di não tomou medidas para interromper as vendas através do site. Em um dos comunicados sobre o assunto, o site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (tjrs.jus.br) informou:

Frente aos fortes indícios da responsabilidade pelos dados informativos que embasam a investigação, o juiz negou mais uma vez o pedido de habeas corpus. Diante do perigo de repetição do crime, é necessário negar o pedido de liberdade, pois caso contrário não se estará protegendo a ordem pública.

A parceira dele está sob investigação por suposta participação em um esquema de lavagem de dinheiro através de rifas virtuais, envolvendo cerca de R$ 2 milhões. Ela foi detida em flagrante por possuir em sua residência, localizada na praia de Jurerê Internacional (SC), uma arma de uso exclusivo das Forças Armadas. No entanto, foi libertada pouco tempo depois.

No dia 12 de julho, Dilson Alves da Silva Neto teve sua primeira prisão preventiva determinada pela juíza Patrícia Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, na Região Metropolitana. Ele foi alvo de mandados judiciais enquanto estava na praia de Jurerê Internacional, no litoral de Santa Catarina, onde possui uma propriedade, e posteriormente foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde permanece detido desde então.

Três dias após, um apelo inicial foi rejeitado pelo juiz Honório Gonçalves da Silva Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Em 26 de junho, a mesma magistrada indeferiu o segundo pedido de libertação da prisão temporária.

A situação se torna mais complicada: em 25 de agosto, Nego Di foi sentenciado pela 4ª Vara Criminal de Porto Alegre a pagar uma indenização de R$ 10 mil para a deputada estadual Luciana Genro (Psol) por danos morais. Além disso, foi considerado culpado por difamação e injúria, e recebeu a pena de um ano e um mês de detenção em regime aberto, além de 20 dias-multa no valor de um décimo do salário-mínimo.

Contudo, devido à duração da pena (menor que quatro anos) e às circunstâncias do delito, foi autorizada a troca da pena de prisão por duas penas restritivas de direitos, conforme estabelecido no Código Penal.

Uma das sanções será a realização de serviços à comunidade, durante uma hora por dia, pelo período de um ano, um mês e dois dias - o local de cumprimento será determinado. A outra será o pagamento de uma quantia em dinheiro, destinada a fins sociais indicados pelo juiz responsável pela execução - no valor de cinco salários mínimos nacionais vigentes na época do pagamento. É possível recorrer da decisão.

Luciana denunciou judicialmente o influenciador que, em um vídeo postado em seu canal no YouTube, a insultou chamando-a de velha, usuária de maconha e sem vergonha, além de dizer "vai se f*, maconheira sem vergonha". De acordo com a autora da ação, em 11 de março de 2020, o vídeo tinha 153.995 visualizações e 726 comentários. O réu argumentou que o material produzido estava dentro do contexto de humor ácido de seu personagem.

Nego Di tentou aumentar sua visibilidade durante as enchentes em maio no Rio Grande do Sul, divulgando nas redes sociais que havia doado R$ 1 milhão em uma campanha de arrecadação para as vítimas da tragédia. No entanto, ao analisar as contas do investigado através da quebra de sigilo bancário, o Ministério Público (MP) descobriu que ele havia feito apenas uma transferência de R$ 100 via Pix.

O comediante fez várias aparições públicas durante esse período para questionar e critica o desempenho das autoridades diante da calamidade. Além disso, ele também mirou em celebridades como Xuxa Meneghel com seus comentários sarcásticos.

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