Saiba qual o próximo passo no caso do Nego Di, preso por suposto golpe

15 Julho 2024
Nego Di

Sodré explica que é necessário investigar a possível lavagem de dinheiro, envolvendo algum tipo de propriedade ou patrimônio, associado a crimes patrimoniais.

Conforme afirmou Sodré, o comediante foi encaminhado para a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).

O jornal G1 entrou em contato com os advogados do comediante, que informaram que estão tomando todas as providências legais possíveis (confira a nota na íntegra abaixo).

Nego Di é acusado de prejudicar no mínimo 370 indivíduos ao vender produtos através de uma loja online que ele mesmo administra - porém, os itens nunca foram enviados. A investigação da Polícia Civil revela que mais de R$ 5 milhões foram movimentados em contas bancárias associadas a ele durante o ano de 2022.

Nego Di foi detido pela polícia civil do Rio Grande do Sul, em Florianópolis, Santa Catarina - Imagem: Divulgação/ Polícia Civil

Anderson Bonetti, parceiro de negócios de Nego Di, também é acusado de fraude e encontra-se em fuga, com um mandado de prisão preventiva emitido.

Boneti também teve sua detenção preventiva determinada pelo Judiciário, no ano anterior. Ele foi detido na Paraíba em 25 de fevereiro de 2023, porém foi libertado poucos dias depois.

A equipe do site G1 não conseguiu contato com a defesa de Bonetti.

A loja online denominada "Tadizuera" funcionou de 18 de março a 26 de julho de 2022, quando uma decisão judicial determinou o encerramento de suas atividades. Nego Di era responsável por promover os produtos disponíveis para venda, como aparelhos de ar condicionado e televisores, muitos deles com valores abaixo do praticado no mercado. Um exemplo é a televisão de 65 polegadas, vendida por R$ 2,1 mil.

Segundo informações da Polícia Civil, uma parcela dos admiradores do influenciador adquiriu os itens, porém não os recebeu. A apuração policial indicou que não havia mercadoria disponível, e que Nego Di ludibriou os consumidores ao prometer que os produtos seriam entregues, mesmo ciente de que isso não ocorreria. Mesmo assim, ele continuou movimentando dinheiro que entrava nas contas da empresa.

Segundo a Polícia Civil, eles tentaram várias vezes convocar Nego Di para prestar depoimento, porém ele sempre esteve em local desconhecido.

De acordo com as forças policiais, calcula-se que o prejuízo dos 370 clientes prejudicados ultrapasse os R$ 330 mil. No entanto, devido às grandes transações bancárias envolvidas, acredita-se que o número de vítimas do golpe seja ainda maior e englobe indivíduos que não denunciaram o influenciador à polícia.

Antes de ser preso, Nego Di se pronunciou em sua rede social X, a antiga Twitter. "Estávamos cientes do que iria ocorrer ontem [sexta-feira]. Já estávamos preparados para isso, pois sabíamos que mais cedo ou mais tarde algo assim aconteceria, e todos sabem o motivo do que ocorreu ontem", escreveu ele.

Nego Di no Big Brother Brasil 21 - Imagem: Captura de tela/Globo

Nego Di é alvo de uma investigação que apura a suspeita de lavagem de dinheiro no valor de R$ 2 milhões por meio de rifas.

Defesa Do Investigado: Esclarecimentos

Sobre os eventos recentes envolvendo o comediante Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como NegoDi, informamos que estamos tomando todas as providências legais necessárias.

Enfatizamos a relevância do princípio constitucional da presunção de inocência, que garante a todo indivíduo o direito de ser considerado inocente até que se prove o contrário. É essencial que o devido processo legal seja seguido à risca, assegurando que o réu tenha direito a uma defesa completa e justa, sem qualquer tipo de julgamento antecipado.

Solicitamos que tanto a imprensa quanto o público tenham prudência ao compartilhar detalhes sobre o assunto, já que a divulgação exagerada de acontecimentos não confirmados pode prejudicar de maneira irreversível a reputação e trajetória profissional de NegoDi.

Qualquer divulgação prematura pode levar a um julgamento injusto antecipado, afetando negativamente sua reputação e integridade.

Hernani Fortini, Jefferson Billo da Silva, Flora Volcato e Clementina Ana Dalapicula. Hernani Fortini, Jefferson Billo da Silva, Flora Volcato e Clementina Ana Dalapicula.

Sorteios Online: Participe E Ganhe!

Na sexta-feira, ocorreu uma operação que investiga a possível ocorrência de falcatruas em sorteios online. Com prêmios chamativos, como dinheiro via transferências instantâneas, smartphones, consoles de videogame e até automóveis, Nego Di descobriu nas promoções uma maneira de atrair o público e obter lucro. Contudo, de acordo com o Ministério Público, o esquema inclui a prática de lavagem de dinheiro.

Durante uma das ofertas, Nego Di divulgou:

Os descontos incluíram ainda a possibilidade de ganhar um carro Porsche, divulgado pelo influenciador da seguinte maneira: "Você pode ter esta Porsche por apenas 0,99 centavos. Leve esse prêmio para casa com 10 bilhetes premiados no valor de 10 mil cada".

Em janeiro, Nego Di organizou um sorteio de um automóvel de luxo à prova de balas - Imagem: Captura de tela/ RBS TV

O que inicialmente parecia uma chance de ganhar prêmios baratos acabou se tornando motivo de investigação. No mês de janeiro, ao divulgar um sorteio de um carro de luxo blindado, Nego Di chamou a atenção do Ministério Público.

Em comunicado após a ação, os representantes legais do casal declararam que não foram autorizados a ter acesso aos documentos do inquérito (conferir abaixo).

Uma pesquisa descobriu que o dinheiro dos sorteios de Nego Di era transferido para contas associadas à sua esposa, negócios registrados em nome do casal e até familiares. O valor movimentado chegou a R$ 2,6 milhões.

Um veículo de alto padrão foi confiscado durante a execução de mandados judiciais contra o influenciador Nego Di — Imagem: Divulgação

De acordo com Flávio Duarte, promotor da 8ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal, as atividades configuram lavagem de dinheiro. Ele afirma que todos os fundos provenientes das rifas promovidas por esse influenciador são ilegais.

Os pesquisadores encontraram evidências de que Nego Di utilizou parte do dinheiro para comprar dois veículos, que somam mais de R$ 630 mil em valor.

O Ministério Público está apurando se o carro em questão foi realmente sorteado e sua localização atual. O promotor também ressalta que não havia qualquer tipo de monitoramento das rifas e nem uma data definida para o sorteio.

Durante o evento de sorteio, o veículo foi vendido sem que tenha sido feita a demonstração da realização do sorteio. O carro foi vendido diretamente por uma empresa parceira de negócios. Mesmo após a venda para uma revendedora, continuaram sendo depositados na conta dele valores relacionados à rifa. Duarte esclarece essa situação.

Veículos de alta gama foram roubados e uma arma de uso exclusivo foi confiscada pelo Ministério Público.

Perfil De Nego Di

Nego Di está no 'Big Brother Brasil 21' - Imagem: Reprodução/Globo

Depois do programa de televisão, ele começou a organizar sorteios nas redes sociais, informando nas regras que o vencedor seria aquele que adquirisse mais bilhetes. O Ministério Público está investigando essa prática e ela foi o motivo da operação realizada contra ele e sua parceira nesta sexta-feira (12).

Nego Di foi penalizado pela Justiça do Rio Grande do Sul por disseminação de notícias falsas em suas contas nas redes sociais. Em uma decisão tomada em maio deste ano, o Tribunal de Justiça o obrigou a remover postagens sobre as inundações.

Recentemente, Nego Di afirmou que as autoridades estariam proibindo barcos e jet skis particulares de realizarem resgates na área de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, devido à falta de habilitação dos condutores. Além disso, ele também divulgou fotos de corpos boiando que não estavam relacionadas à tragédia mencionada, incluindo uma de uma inundação no Rio de Janeiro.

A Justiça ordenou a remoção imediata das postagens e proibiu Nego Di de repetir as declarações falsas, sob a ameaça de uma multa de R$ 100 mil.

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