Nintendo Switch 2 deve fazer amplo uso do DLSS, mas resolução ainda pode ser limitada
Especialistas do canal Digital Foundry opinam que, mesmo utilizando upscaling com DLSS, o Nintendo Switch 2 pode enfrentar dificuldades para suportar resoluções mais elevadas, seja em 4K em telas externas ou em Full HD no próprio display do console. A questão estaria relacionada ao impacto na performance dessa técnica, que provavelmente ainda influenciará o hardware do aparelho.
No episódio 192 do DF Direct Weekly, o podcast semanal do canal, os membros da equipe do Digital Foundry foram questionados (aos 2:10:25 do vídeo) se o Switch 2 poderia escolher utilizar 900P ou até 720P como resolução final, ao invés de 1080P, após o upscaling com DLSS, a fim de proporcionar vantagens como uma maior duração da bateria e menor sobrecarga no hardware.
Os especialistas perceberam que essa realmente poderia ser uma alternativa, pois a técnica tem um custo de desempenho que nem sempre é levado em conta pelos jogadores, especialmente quando a disparidade entre a resolução nativa, na qual o jogo é renderizado, e a resolução final exibida é bastante significativa.
Em síntese, o Deep Learning Super Sampling (DLSS) da NVIDIA emprega algoritmos de aprendizado de máquina para transformar uma imagem de entrada com resolução reduzida em uma imagem de saída com resolução superior. Esse procedimento é realizado por meio da combinação dos núcleos gráficos da GPU e dos Tensor Cores, que são especializados em Inteligência Artificial.
Embora utilize hardware especializado, a solução ainda demanda capacidade de processamento para operar, o que consome parte do desempenho disponível para os jogos. Em laptops e desktops equipados com placas de vídeo robustas, esse impacto é menos notável, mas no Switch 2, cujas características são mais restritas, ocorre um maior desgaste.
Podemos ter uma noção desse custo ao analisarmos o tempo necessário para que um quadro seja processado pela GPU. Para alcançar 30 quadros por segundo (FPS), cada quadro dispõe de apenas 33,3 milissegundos (ms), enquanto 60 FPS requer um desempenho ainda maior, com apenas 16,7 ms disponíveis. Caso o DLSS utilize entre 2 ms e 4 ms desse tempo, o jogo em execução terá uma margem bastante limitada para funcionar de forma suave.
Estes são os aspectos analisados pela equipe do Digital Foundry que indicam que é altamente provável que a maioria dos jogos de desenvolvedores independentes (aqueles que não são da Nintendo), especialmente os que estão disponíveis em várias plataformas, deverão escolher resoluções finais inferiores.
É possível que apenas jogos first-party (desenvolvidos por estúdios da Nintendo) consigam alcançar altas resoluções finais. No entanto, isso ocorre em detrimento da qualidade gráfica, pois prioriza visuais mais simples para assegurar um desempenho e fluidez superiores — uma abordagem que já foi adotada com o Switch original.
Esta não é a primeira vez que o Digital Foundry esclarece que o DLSS não proporciona um aumento de desempenho sem custo — em novembro do ano passado, quando as especificações do suposto chip do Switch 2 foram divulgadas, os especialistas recriaram as características do console em um laptop equipado com uma placa NVIDIA GeForce RTX 2050, que possui especificações semelhantes.
Apesar de demonstrar um alto potencial para rodar jogos mais pesados, o hardware quase não teve melhorias ao empregar o DLSS, independentemente da resolução selecionada. A justificativa é similar àquela apresentada no vídeo divulgado esta semana: o tempo de processamento necessário para o upscaling pode sobrecarregar ainda mais a GPU, dificultando qualquer aumento na taxa de quadros.
Mesmo assim, a equipe ressalta que, por ser um console, o Switch 2 pode oferecer melhorias que não são encontradas em PCs, como uma versão mais leve do DLSS, projetada para se adaptar melhor às limitações do console da Nintendo, ou alterações mais significativas na qualidade visual para assegurar um desempenho superior e uma melhor definição.
No final, teremos conhecimento do que a grande empresa japonesa está desenvolvendo somente quando a novidade for divulgada oficialmente ou, até mesmo, depois que plataformas como o Digital Foundry conseguirem testar o produto finalizado com mais profundidade.
O Nintendo Switch 2 tem sua apresentação confirmada para ocorrer antes do término de março de 2025. Também surgiram rumores sobre os preços: o aparelho pode ser comercializado por valores que variam entre US$ 399 (~R$ 2.430) e US$ 449 (~R$ 2.730), dependendo da localidade. Levando em conta a conversão feita pela empresa na geração anterior, é provável que o console chegue ao Brasil com preços entre R$ 3.500 e R$ 4.000.