Auto da Compadecida 2: conheça Cabaceiras, a Roliúde Nordestina, onde o primeiro filme foi gravado
A tecnologia triunfou – e talvez a ambição por lucros mais altos também – e Auto da Compadecida 2, que será lançado nesta quarta-feira (25), dia de Natal, nas salas de cinema de todo o Brasil, não foi filmado em Cabaceiras (PB), conhecida como a Roliúde Brasileira.
Ao contrário do filme inicial baseado na obra do autor paraibano Ariano Suassuna, a sequência da história de João Grilo e Chicó deixou as ruas da pequena cidade da Paraíba e foi filmada em um estúdio no Rio de Janeiro (RJ).
Nesta ocasião, as vias de Taperoá, cenário das histórias elaboradas por Suassuna, foram reimaginadas pela equipe do diretor Guel Arraes com o auxílio de enormes painéis de LED, sem a presença do sol e do calor autênticos do sertão do Cariri.
Entretanto, o cinema brasileiro vai além de Auto da Compadecida. Cabaceiras já serviu como locação para mais de 50 obras audiovisuais. Uma das mais recentes é a aclamada série Cangaço Novo.
A Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, a prisão, a padaria—tudo ali serve de cenário para fotos e memórias. Natural de Cabaceiras, Manoel Batista de Lima foi um dos 20 cangaceiros que invadiram a cidade na película. Até o presente, ele percorre as ruas recriando as cenas, vestido com uma réplica do traje que usava durante as gravações.
A conexão entre o cinema e a cidade, no entanto, não se baseia apenas em aspectos positivos e revela algumas lacunas, conforme apontam os habitantes. Um dos principais problemas é que as produções frequentemente não se dão ao trabalho de retornar à cidade para exibir o filme após sua finalização. "Eles ainda não vieram aqui para mostrar, sabe? Ninguém trouxe nenhum filme até agora", dizem, aludindo ao sucesso de Auto da Compadecida.
Descubra Cabaceiras, a Hollywood Brasileira, na matéria de Pedro Stropasolas para o programa Bem Viver: