Oi (OIBR3) reverte prejuízo e tem lucro líquido de R$ 15 bilhões no 2º trimestre
A empresa Oi (OIBR3), que está em processo de recuperação judicial, registrou um lucro líquido de R$ 15 bilhões em seu relatório do segundo trimestre de 2024, revertendo o prejuízo de R$ 845 milhões no mesmo período de 2023.
Essa mudança significativa ocorreu devido à aprovação do plano de reestruturação da Oi, que aconteceu em abril. O plano reduziu em aproximadamente 70% a dívida da empresa, por meio de descontos, parcelamento e conversão de valores em ações.
Essa operação resultou em um lucro de R$ 14,7 bilhões no balanço contábil da empresa, sem afetar o caixa. O lucro foi registrado na demonstração financeira (diferença entre receitas de investimentos e despesas com empréstimos), que ficou positiva em R$ 15,6 bilhões.
Por outro lado, os demais parâmetros financeiros e operacionais revelam uma situação mais desafiadora para a empresa.
No segundo trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 318 milhões negativos, revertendo o valor positivo de R$ 42 milhões do ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ordinário apresentou um resultado negativo de R$ 83 milhões, em contraste com o resultado positivo de R$ 133 milhões do ano anterior. O Ebitda ordinário exclui itens que não se repetem com frequência. Nesse contexto, a empresa teve um impacto negativo de R$ 234 milhões devido a um acordo não judicial com a V.tal.
O total de vendas líquidas consolidadas foi de R$ 2,1 bilhões, uma queda de 12,6%. A receita da Oi foi afetada pela diminuição de 23,1% das receitas não essenciais, totalizando R$ 575 milhões. Isso inclui serviços antigos que estão saindo de moda (como telefonia fixa e TV por assinatura via satélite).
No entanto, houve uma redução na receita também nas áreas de negócio consideradas prioritárias. A arrecadação da divisão de conectividade e TI para empresas (Oi Soluções) diminuiu 23,0%, atingindo R$ 449 milhões. A receita da divisão de serviço de banda larga (Oi Fibra) teve uma queda de 0,9%, chegando a R$ 1,094 bilhão.
Os gastos operacionais atingiram o montante de R$ 2,2 bilhões, com uma diminuição de 4% devido à reorganização da companhia. Como resultado, houve uma redução no quadro de funcionários e nos gastos com a manutenção da rede, dentre outras ações.
A empresa de telecomunicações Oi divulgou que teve um saldo negativo de caixa de R$ 226 milhões no trimestre e realizou investimentos no valor de R$ 137 milhões.
Com a aceitação do projeto de reestruturação, a Oi encerrou o segundo trimestre de 2024 com um endividamento líquido de R$ 6,6 bilhões, o que representa uma redução de 74% em relação ao ano anterior.
