Dor nas costas leva a exame médico e cirurgia que salvam a vida de Otaviano Costa

29 Julho 2024
Otaviano Costa

Retornar para casa é como reencontrar a vida que pareceu ter parado durante o último mês.

Otaviano Costa e Flávia Alessandra foram entrevistados pelo Fantástico na sexta-feira, logo após retornarem de São Paulo, onde ele estava hospitalizado por duas semanas. Esse período agora simboliza um novo começo em suas vidas.

Jornalista: Qual é a sensação de retornar ao lar, de pisar novamente em casa, após tudo o que aconteceu?

"Estive ao lado dele todos esses dias, por isso, observei cada pequeno progresso, a cada dia... e será muito para absorver pois acabamos de retornar para casa", comentou Flavia Alessandra.

Durante uma viagem, Otaviano relata que experimentou um desconforto.

Viajei para Buenos Aires com minha família para aproveitar o feriado de Corpus Christi e comecei a sentir um incômodo leve na região da costela. Decidi retornar para o Rio.

Devido ao desconforto, ele decidiu consultar um médico. Ao realizar um ecocardiograma, descobriu acidentalmente um grave problema que não estava relacionado à dor. Foi diagnosticado um aneurisma na artéria aorta, em estágio avançado.

"Na realidade, o coração é um músculo responsável por bombear sangue para todo o corpo. Na saída, encontramos a aorta, um tubo que transporta o sangue da cabeça aos pés. A aorta possui suas dimensões e pode se expandir. Dependendo do nível de dilatação, ocorre um aneurisma, que é um alargamento maior da aorta", explicou o médico especialista em cardiologia, Roberto Kalil Filho.

Jornalista: Por qual razão essa dilatação ocorre?

Kalil: Consiste na fragilização da estrutura do vaso sanguíneo. É uma propensão natural que a pessoa apresenta.

Repórter: Isso pode resultar em morte?

Kalil: Claro. Trata-se de uma doença sorrateira, que passa despercebida se não for diagnosticada. Assim, à medida que um aneurisma da aorta vai se formando e se dilatando, há o risco de rompimento. Caso isso aconteça, a pessoa pode morrer instantaneamente. É o que chamamos de morte súbita.

O coração de Otaviano tem uma válvula aórtica com um defeito. Essa válvula é responsável por permitir o fluxo sanguíneo do coração para o resto do corpo. Na maioria das pessoas, essa válvula tem três partes que funcionam como "portinhas" que se abrem e se fecham para controlar o fluxo de sangue de forma eficiente. No entanto, Otaviano nasceu com apenas duas dessas partes, o que pode representar um risco para a sua saúde. Ele já está sendo monitorado devido a essa condição.

Tempo necessário para a situação piorar.

"Indivíduos que possuem tal válvula, essa condição congênita, apresentam uma maior propensão e uma maior probabilidade de desenvolver essas dilatações", afirma Kalil.

Para o Otaviano, a recomendação era a realização da cirurgia.

Kalil explica que substitui-se a válvula, insere-se a válvula e o tubo na aorta. Existem os tubos valvulados, que são feitos de um material semelhante ao plástico. Eles substituem a válvula junto com o tubo.

A informação de que Otaviano precisava passar por uma cirurgia foi recebida no dia anterior ao aniversário de Flávia.

"Como vou comunicar à Flávia? Amanhã, no dia 7 de junho, ela completa 50 anos. Toda nossa família estará reunida para comemorar a vida dela. Decidi que não vou contar, não posso contar", recorda Otaviano.

"Não, não haveria comemoração. Não haveria festa", afirmou Flavia.

"Realmente, não haverá celebração", afirma Otaviano.

No dia seguinte, ele relatou.

"Eu me virei para ela e disse: 'Lembra daquele teste? Então decidimos pensar no que está por vir'", lembrou Otaviano.

No décimo dia de julho, Otaviano passou por uma cirurgia.

A cirurgia durou quase oito horas. Enquanto os médicos corrigiam o aneurisma da aorta e substituíam a válvula aórtica de Otaviano, a circulação sanguínea dele era mantida através de um equipamento chamado de máquina de circulação extracorpórea.

Jornalista: Quem foi a primeira pessoa que cruzou seu caminho assim que você despertou?

Otaviano chamava por Flávia repetidamente.

Flávia descreve a volta como um cenário aterrorizante. A cirurgia não foi nada simples. Durou 8 longas horas, durante as quais havia 2 drenos expelindo sangue. Houve uma pequena complicação, um sangramento que persistia, o que exigiu intervenção para estancar o sangue. Para Flávia, essas foram as horas mais difíceis de sua vida.

Após passar por muitos sentimentos intensos e superar os primeiros dias complicados, Otaviano já estava se exercitando fazendo percursos pelo hospital.

Somente após sua completa melhora e recuperação no hospital, ele optou por gravar o vídeo compartilhado em suas mídias sociais na semana passada, no qual relatou o ocorrido.

Atualmente, é aproveitar a vida ao máximo, sem preocupações, seguindo em frente, mantendo-se conectado... afirmou Otaviano.

Ao optarmos por gravar o vídeo, decidimos fazê-lo com o intuito de dividir, compartilhar e oferecer um serviço de utilidade pública. Ficamos chocados ao perceber a quantidade de situações semelhantes a essa.

O ultrassom cardíaco é um procedimento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

Atualmente em São Paulo, a metrópole com maior população do Brasil, mais de 3 mil indivíduos aguardam na fila (3.413) e a espera média para marcar consulta é de 43 dias.

Jornalista: E aquela dor chata na região das costelas já melhorou?

Estava repleto de músculos.

Jornalista: existe a chance de ter uma rotina comum?

Otaviano: "Chance de uma vida completamente comum."

Ao contemplar a tatuagem antiga no peito neste momento, parece-me uma cruel coincidência do destino, ou talvez um alerta, uma profecia.

"Tenho uma tatuagem no meu corpo que reproduz o desenho de uma bateria de um coração que para em seguida, o que me parece uma parada cardíaca, e logo em seguida a palavra fé", revela Otaviano.

Atualmente, Otaviano não apenas deseja exibir ela, mas também a nova marca que ele carrega com satisfação.

"Aqui está a passagem para a vida", afirma.

Entrevistadora: Vocês mencionaram sobre algum plano para após a cirurgia, algo que tem sido adiado até agora.

Não comemorei meu aniversário de 50 anos, o que me fez sentir remorso. Agora, decidi festejar meus 52 anos. Porém, farei duas comemorações: uma no dia 13 de maio, data do meu nascimento, e outra no dia 10 de julho, dia em que sobrevivi.

"Você completou mais um ano, nós conversamos...", fala Flavia.

Jornalista: Que comemoração incrível que será, não é mesmo?

Otaviano: "Sim, excelente."

"Está bem, pessoal, preciso zelar pelo coração antes de me apresentar...", diz Otaviano.

Escute os áudios do Fantástico.

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