10 anos sem Paul Walker: ator de Velozes e Furiosos aprendeu a pilotar e tinha coleção de carros

Paul Walker

Hoje, quinta-feira (30), celebra-se uma década da partida de Paul Walker. O ator dos Estados Unidos encarnou Brian O’Conner, uma das figuras mais icônicas dos sucessos cinematográficos Velozes e Furiosos, que segue sendo um símbolo do cinema. Walker tinha paixão por veículos, aprendeu a dirigir e ainda faz parte dos memes das redes sociais.

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Foto Autoesporte

O êxito da série de filmes que aborda carros está ligado à cultura do tuning que teve um crescimento sem precedentes no Brasil durante os anos 2000. Jantes cromadas, autocolantes, defletores em tamanho gigante e, evidentemente, luzes neon dominaram as ruas, e nem era preciso investir em veículos caros para atrair a atenção. Qualquer Parati e um pouco de imaginação eram suficientes.

Dois trabalhos lideraram a tendência: a coleção de jogos Need For Speed Underground e os primeiros filmes da franquia Velozes & Furiosos. Antes das sequências de estouro, armamentos pesados e cenas extremas, as produções eram centradas em corridas clandestinas.

Nascido em 12 de setembro de 1973 na Califórnia (EUA), Paul William Walker já atuava desde a infância, tendo participado como modelo da Pampers e de pequenos papéis na televisão.

O ator em questão estreou no universo do cinema com o filme "Meet the Deedlers" (1998), tendo a partir daí a oportunidade de se envolver em outros projetos de grande amplitude. No entanto, foi através de sua atuação em "Velozes & Furiosos" (2001), compartilhando a cena com Vin Diesel, que o seu nome alcançou renome internacional.

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A produtora Universal desembolsou 38 milhões de dólares para fazer um filme sobre corridas envoltas em crimes. O resultado foi tão bom que em pouco tempo, a bilheteria atingiu 207 milhões de dólares, o que o tornou um dos maiores sucessos do ano. É importante ressaltar que 2001 teve estreias grandiosas, como Harry Potter e O Senhor dos Anéis.

Motivada pelos números, a Universal encomendou uma continuação. No entanto, somente Paul Walker reviveu seu papel anterior, já que Vin Diesel não aprovou o enredo destinado a seu personagem, Dominic Toretto. O intérprete decidiu trabalhar em outros projetos, mas permaneceu receptivo a voltar para a série mais adiante.

A Universal Studios, sem a presença de Toretto, considerou métodos alternativos para conectar as duas histórias e manter o andamento da trama com Brian O'Conner. Uma das soluções encontradas foi o lançamento do curta-metragem de 6 minutos chamado "Turbo Charged Prelude" em 2003, com o objetivo de conectar os filmes.

O êxito de "Mais Rápidos, Mais Raivosos" (2003) foi incontestável. O filme obteve uma receita de $236 milhões, mas foi duramente criticado pela imprensa especializada por ter uma história fraca e sem interesse. Paul Walker se afastou da série por seis anos e não chegou a participar de "Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio" (2006). Ainda que o longa conte com um elenco diferente, é recordado com afeto por ser uma representação fiel da cena de corridas clandestinas no Japão.

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Elenco Original Retorna

A Universal optou por alterar a estratégia da franquia, presumindo que a audiência já havia se cansado das competições velozes. Em "Velozes & Furiosos 4" (2009), os responsáveis reuniram o elenco original para uma história policial, com menor ênfase nas corridas e maior ênfase em sequências de ação e suspense. Embora nem todos tenham ficado satisfeitos com essa mudança, provou-se ser uma verdadeira fonte de lucro.

Não passou muito tempo até que novos filmes carregados com a mesma ideia fossem apresentados. Os lançamentos de "Velozes e Furiosos 5" (2011) e "Velozes e Furiosos 6" (2013) foram igualmente bem-sucedidos, já que foram além das cenas de ação. A cada nova produção, a receita de bilheteria aumentava ainda mais.

Adorador De Carros Poderosos

Informações dos coulisses indicam que Paul Walker era um entusiasta do universo dos veículos. Ele se instruiu a dirigir, a fim de não necessitar de duplos em certas cenas, e passou a gostar dessa atividade.

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Antes de falecer, o artista possuía uma coleção de 18 carros que contava com veículos como o Nissan 370Z, BMW M3, Audi S4 e até mesmo um Ford Bronco. Em 2020, essa coleção foi vendida em leilão, arrecadando US$ 2,3 milhões, o que corresponde a cerca de R$ 9,7 milhões, de acordo com a taxa de câmbio da época.

Um roadster icônico de sua preciosa coleção, com um motor V8 de 550 cavalos de potência, era o raro Shelby Cobra FAM de 1965. Esse veículo esportivo único foi vendido em leilão durante o ano de 2021.

A revista Autoesporte já abordou o patrimônio automobilístico de Paul Walker. Para obter informações adicionais sobre esses veículos de luxo, clique neste link.

Brian, o protagonista, era um admirador da cultura JDM (mercado interno japonês). Em todos os filmes, o agente secreto conduziu veículos de origem japonesa, tais como o Mitsubishi Eclipse, Nissan Skyline GT-R, Toyota Supra e Subaru WRX STi.

No dia 30 de novembro de 2013, Paul Walker perdeu a vida em um trágico acidente de carro em Santa Clarita, Califórnia. O relatório técnico apontou que seu companheiro Roger Rodas estava conduzindo um Porsche Carrera GT em alta velocidade pouco antes do choque. O falecido ator ocupava o assento do carona.

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Em 2013, Kristy McCracken, uma detetive da polícia de Los Angeles, explicou ao The Guardian o que aconteceu no acidente. Ela disse que o motorista perdeu o controle do carro em alta velocidade, o que fez com que ele girasse. O Porsche acabou batendo na calçada e, em seguida, foi jogado contra uma árvore. Por fim, colidiu em um poste de luz.

"As pessoas que presenciaram o incidente afirmam que o impacto foi tão forte que o carro esportivo acabou girando completamente por duas vezes. Como resultado, o outro lado do veículo bateu contra uma árvore, causando um sério incêndio no modelo Carrera GT", relata.

Paul Walker faleceu devido aos danos traumáticos e ao incêndio que devastou o automóvel. Seu companheiro Roger Rodas veio a óbito antes do carro esportivo se imobilizar por completo, após colidir violentamente com uma árvore.

O relatório afirmou que o Porsche Carrera GT quase se partiu ao meio. Não há qualquer evidência de que Rodas estava conduzindo o veículo perigosamente antes do acidente, mas foi verificado que o carro esportivo colidiu com uma árvore a uma velocidade superior a 160 km/h. O condutor, além disso, possuía licença para ser piloto profissional. Nessa ocasião, Paul Walker se transformou em um ícone para os seguidores da franquia.

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Mentiras Sobre Morte Espalham-se

Depois do ocorrido, um certo comentário começou a ser compartilhado online, atribuído a Walker: "Se um dia eu morrer por causa da velocidade, não chore, porque eu estarei sorrindo". Foi mencionado no Jalopnik que alguém até mesmo fez uma tatuagem com essa citação. Contudo, essa afirmação é falsa.

Não existem provas concretas de que Walker tenha proferido tal discurso. Ademais, a origem verdadeira da citação permanece desconhecida. De qualquer maneira, a frase em questão capturou a imaginação popular provavelmente pelo fato de romantizar a morte precoce de um indivíduo que teria predito sua própria tragédia, em semelhança ao caso de James Dean.

Família Processa Porsche Após Acidente

Meadow Walker, a filha de Paul, empreendeu uma ação judicial contra a Porsche logo após o acidente. A razão dada era de que seu pai teria morrido em função de uma falha no cinto de segurança do Carrera GT, que não se soltou. A família afirma que isso impediu Paul de deixar o carro em chamas.

Um magistrado rejeitou a alegação de Meadow, declarando que não havia qualquer indicação de que a Porsche fosse culpada pela morte. No ano de 2017, o processo foi encerrado por mútuo consenso, sem maiores informações acerca do tipo de entendimento, conforme apontado em matéria veiculada pela ABC News à época.

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Algumas filmagens do filme "Velozes & Furiosos 7" (2015) já haviam sido finalizadas antes da morte de Paul Walker. A fim de homenagear o ator, cuja última aparição foi criada digitalmente para encerrar o papel de Brian O'Conner, a Universal usou imagens geradas por computador, com a assistência de seus irmãos, Cody e Caleb Walker.

Foram gravadas inúmeras cenas com os irmãos Walker pela Universal e enviadas para um estúdio de animação digital. Acredita-se que foram realizados mais de 350 processos de CGI para transformar Cody e Caleb na imagem do personagem.

O lançamento causou grande impacto e atraiu até mesmo aqueles que não conheciam a franquia para as salas de cinema. Em um curto espaço de tempo, o filme arrecadou uma quantia impressionante de US$ 1,5 bilhão, tornando-se um dos filmes mais rentáveis de todos os tempos. A canção "See You Again", interpretada por Wiz Khalifa e Charlie Puth, compôs o ranking das três músicas mais tocadas em 2015.

No Brasil, um dos momentos mais icônicos da franquia tornou-se um meme. Em "Mais Velozes, Mais Furiosos" (2003), quando O'Conner aparece para uma corrida, sua adversária lamenta: "Maldição, é o Brian".

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A expressão foi rapidamente modificada para "Erro, é o Braia", tornando-se popular na rede. O apelido "Braia" passou a ser frequentemente empregado para se referir a condutores apressados.

Diversos outros memes também ganharam popularidade devido à franquia, incluindo a lendária expressão de Vin Diesel "Aqui é o Brasil". No entanto, nenhum teve tanta influência quanto o meme que menciona o personagem.

Paul Walker, que faleceu há uma década, continua vivo na memória popular. Mesmo que a franquia "Velozes & Furiosos" eventualmente termine - se é que vai, considerando seus impressionantes números - os sete primeiros filmes sempre serão lembrados.

Os colegas de elenco ficam com a memória afetuosa. Vin Diesel prestou uma deferência ao seu parceiro de trabalho e amigo, batizando sua primogênita de Pauline em honra ao ator falecido.

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