Golpe do “Pix errado”: veja como funciona e como não ser enganado – Educação Financeira – Estadão E-Investidor – As principais notícias do mercado fin

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Uma técnica utilizada por criminosos para fraudar dinheiro dos usuários através do Pix tem sido destacada nas redes sociais. Conhecido como golpe do "Pix indevido" ou do "Pix reverso", o golpe se aproveita do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central, criado para simplificar as devoluções em situações de fraude.

O golpe começa com os fraudadores realizando uma transferência para a conta da possível vítima. Utilizando o número de telefone celular como uma das chaves do Pix, eles conseguem facilmente localizar as contas dos clientes.

Após efetuar a transferência, o delinquente faz contato com a pessoa lesada através do telefone, seja por ligação ou mensagem pelo WhatsApp, por exemplo. Após o contato, tenta persuadir a vítima de que cometeu um equívoco na transação e solicita que ela devolva o valor transferido.

Neste momento crucial, acontece o aspecto decisivo para a fraude: ao invés de solicitar um reembolso para a conta de origem da transferência, os golpistas fornecem informações bancárias diferentes para receber o dinheiro de volta. A pessoa enganada acaba sendo induzida a depositar os valores nessa nova conta.

Ao mesmo tempo, o bandido se vale do MED, recurso estabelecido pelo Banco Central com o objetivo de combater fraudes. Os criminosos utilizam esse mecanismo, alegando terem sido lesados pela pessoa que, na realidade, foi ludibriada. Dessa forma, o dinheiro é retirado à força do saldo da vítima, enquanto o golpista recebe de volta o valor por meio do MED, além da transferência obtida anteriormente de forma voluntária.

Proteção Contra Golpe Do Pix Errado

Para começar a se proteger, é essencial verificar se o dinheiro referente à transação equivocada realmente foi creditado na conta. Se o valor foi de fato depositado, a recomendação é efetuar a devolução por meio da opção de reembolso oferecida pelo Pix, disponível em todas as instituições financeiras.

Em outras palavras, o indivíduo não precisa efetuar outra transação para reembolsar o valor, mas sim utilizar a funcionalidade provida pela sua entidade financeira. Essa alternativa está disponível em diversas plataformas bancárias com denominações como "restituir montante" ou "realizar reembolso".

Quando essa opção é escolhida, o dinheiro retorna pelo mesmo trajeto em que foi enviado e o fraudador não tem a oportunidade de argumentar que ainda necessita do reembolso.

Como Agir Após Cair Em Um Golpe

Se o cliente cair no golpe do "Pix incorreto", deve comunicar ao banco sobre o ocorrido em até 80 dias da data em que a transferência foi realizada. O banco irá analisar a situação e, se considerar que se enquadra no Mecanismo de Devolução Especial (MED), os recursos enviados pelo Pix serão bloqueados na conta do destinatário.

A situação é avaliada em no máximo uma semana. Se considerarem que não houve golpe, o destinatário terá o dinheiro liberado. Caso seja identificada fraude, a vítima terá o valor restituído em até 96 horas. Se não houver saldo na conta do fraudador, o banco precisa acompanhar a situação por até 90 dias desde a transação inicial e, caso apareçam fundos, realizar reembolsos parciais à pessoa lesada.

O Banco Central informa que o banco fraudulento não é obrigado a utilizar seu próprio dinheiro para reembolsar o montante solicitado. Caso a situação não seja solucionada, a pessoa lesada pode buscar ajuda no Procon local, acionar o Poder Judiciário ou registrar uma queixa no Consumidor.gov.

É importante ressaltar que o Mecanismo de Devolução (MED) pode ser acionado caso ocorra alguma falha no sistema Pix da instituição financeira. Um exemplo disso é quando há a realização de uma transação duplicada. Diante disso, o banco analisa a situação e, se confirmada a falha, o valor é reembolsado em até 24 horas.

Se o cliente realizar uma transferência por Pix para o destinatário incorreto, o MED não é a plataforma apropriada para resolver o problema. Neste caso, a pessoa deve entrar em contato com a instituição financeira para obter as instruções necessárias.

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