Preenchimento de PMMA: entenda a substância e se ela é segura
Preenchimento De PMMA: Alternativas Mais Seguras?
12 de novembro de 2024 - 11h00
Recentemente, o tema do preenchimento com polimetilmetacrilato (PMMA) ganhou destaque, especialmente após a influenciadora Maíra Cardi compartilhar em seus stories do Instagram que pretende remover o seu devido a um inchaço facial. Mas, afinal, o que é esse material?
Compreenda os perigos associados ao uso de PMMA como preenchimento.
Imagem: Shutterstock / Alto Astral
"O PMMA é um preenchimento de gel acessível e com efeito duradouro, o que o torna atraente para muitos pacientes. No entanto, apresenta uma elevada taxa de complicações a longo prazo, podendo provocar reações, como nódulos e inflamações, mesmo anos após sua aplicação", esclarece a dermatologista Dra. Mônica Aribi, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, sobre os riscos envolvidos.
Além disso, caso seja necessário remover o preenchimento, o PMMA não pode ser retirado de maneira isolada. "Portanto, essa remoção pode prejudicar os tecidos preenchidos, resultando em deformações", afirma.
Mesmo na ausência de complicações, o PMMA frequentemente não consegue proporcionar uma satisfação duradoura aos pacientes. "Isso ocorre porque o envelhecimento pode provocar alterações estruturais que o produto não consegue acompanhar, o que resulta em um aspecto mais saliente e gera efeitos indesejáveis", explica a especialista.
Devido a situações como essa e a casos como o de Maíra Cardi, muitas pessoas que estão pensando em realizar o preenchimento com PMMA ficam em dúvida sobre a segurança desse procedimento. A Dra. Mônica Arbi afirma que, de fato, ele é seguro — tanto que possui aprovação da ANVISA para usos estéticos e reparadores. No entanto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não indicam seu uso. Atualmente, esse material é pouco utilizado, sendo frequentemente substituído por alternativas mais recomendadas.
Alternativas Para Preenchimento De Espaços
De acordo com a Dra. Mônica Aribi, o ácido hialurônico é atualmente a substância mais utilizada para preenchimentos. A sua principal característica é a biocompatibilidade, o que garante sua segurança quando utilizado corretamente.
"O ácido hialurônico, que é a substância mais frequentemente utilizada em procedimentos de preenchimento, é metabolizado pelo corpo em aproximadamente um ano. Ademais, em casos de hipercorreção, é possível recorrer a uma enzima conhecida como hialuronidase, que tem a função de descompôr o ácido hialurônico", esclarece a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Além do ácido hialurônico, outra alternativa muito boa, de acordo com a Dra. Beatriz, é a gordura retirada do próprio paciente através de lipoaspiração. "Depois de processada, essa gordura é reinserida na pele para aumentar o volume. Portanto, não há risco de rejeição", afirma a cirurgiã plástica, que esclarece que esse método é chamado de lipoenxertia.
Esse procedimento não é permanente; no entanto, uma parte da gordura é reabsorvida, ajudando assim a preservar os resultados.
Em suma, independentemente de se tratar de PMMA ou de outras substâncias, é fundamental ter cautela para prevenir possíveis complicações. "Desconfie de valores muito inferiores à média do mercado, pois isso pode ser um sinal de que a substância não possui a qualidade adequada. Além disso, esclareça todas suas dúvidas com o médico, pergunte qual produto ele pretende utilizar e solicite para visualizar o rótulo e a seringa antes do procedimento", orienta a especialista.