Aplicativo vai usar inteligência artificial para gestão de resíduos no Porto de Santos; entenda
A APS comunicou, através de um comunicado, que a proposta se chama “Gestão e monitoramento de resíduos utilizando Inteligência Artificial”. Essa iniciativa foi apresentada pelo grupo DataOverSeas, uma startup que venceu o desafio ESG Challenge, organizado pela APS em junho deste ano.
"Tratou-se de um hackathon que lançou um desafio a profissionais de diferentes setores, estudantes universitários e programadores para desenvolver soluções tecnológicas que combinem práticas ambientais, sociais e de governança nas operações portuárias", afirmou a autoridade portuária em comunicado enviado ao g1.
Com o triunfo, o DataOverSeas conquistou uma bolsa de pesquisa de R$ 36 mil, válida por um ano, além de um período de incubação no Parque Tecnológico de Santos. O aparelho está atualmente em fase de desenvolvimento.
Renato Marcio e sua equipe posando com o troféu de campeões do ESG Challenge, organizado pela APS — Imagem: Acervo pessoal.
De acordo com a Autoridade Portuária, o objetivo é unificar a identificação, classificação e acompanhamento dos resíduos. Essa tarefa será viabilizada por meio de algoritmos evolutivos de aprendizado de máquina, visando aprimorar a gestão dos resíduos com maior precisão e eficiência.
Renato Márcio dos Santos, um dos cofundadores da startup DataOverSeas, explicou o recurso ao g1. Ele revelou que o protótipo será testado entre fevereiro e março do próximo ano, período em que está agendada a entrega.
Inicialmente, os especialistas irão registrar imagens de diferentes setores do Porto para reconhecer as áreas mais vulneráveis ao acúmulo de detritos e materiais, tanto líquidos quanto sólidos. De acordo com ele, existem várias metodologias que podem ser utilizadas para a captura dessas imagens, como o uso de georreferenciamento com câmeras de satélite, por exemplo. Contudo, essas alternativas ainda estão em fase de análise.
Em seguida, ocorrerá a triagem do material e, posteriormente, a identificação. “Sempre que uma imagem for detectada e algum item relacionado ao resíduo for encontrado, teremos a capacidade de notificar a Autoridade Portuária de forma eletrônica”, afirmou Renato.
Redução Do Tempo De Resposta
Renato enfatizou que se trata de um produto da startup, disponibilizado à APS em virtude da colaboração, portanto, qualquer terminal que demonstrar interesse na solução poderá adquiri-la após o desenvolvimento, mediante uma licença de software. O aplicativo não estará disponível para o público em geral por motivos de segurança.
“Ele poderá ser usado tanto em computadores quanto em dispositivos móveis, como smartphones e tablets [...]. A comunicação, em essência, poderá ocorrer por meio da conexão 5G ou via wi-fi”, explicou.
De acordo com Renato, as vantagens não se restringem apenas às autoridades portuárias e terminais, mas abrangem também toda a comunidade e os municípios. "Esse sistema proporcionará um retorno mais ágil na detecção de substâncias que estão poluindo o meio ambiente, tanto aquelas presentes em corpos d'água quanto as que se encontram em solo", afirmou.
