Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio | Rio de Janeiro
A equipe era composta por dois homens e uma mulher. Eles são agentes da Polícia Rodoviária Federal que normalmente atuam em funções administrativas, mas estavam realizando patrulhamento durante o plantão de Natal.
Os agentes de segurança estavam equipados com dois fuzis e uma pistola semiautomática. As armas foram confiscadas para investigação.
Segundo Almada, os agentes da lei afirmaram ter escutado tiros ao se aproximarem do veículo, concluindo que a origem dos disparos era o carro. Contudo, posteriormente perceberam que haviam cometido um sério erro.
Almada informou que está apurando um incidente que teria acontecido na mesma via, alguns quilômetros antes, envolvendo outra equipe da PRF.
Conforme as informações recebidas pelo superintendente do Rio, uma equipe estava prestando assistência a um veículo com problemas no acostamento, quando foi surpreendida por um ataque a tiros. Um carro teria passado disparando contra os policiais. Todos se agacharam no chão e, felizmente, ninguém ficou ferido.
De acordo com informações recebidas pelo superintendente, houve uma sinalização no rádio a respeito desse ataque. A patrulha que se encontrava mais adiante foi a que participou do incidente envolvendo o carro da Juliana.
Toda essa situação está sendo apurada internamente e também pela Polícia Federal.
Vitor Almada declarou que “não há justificativa para o que ocorreu.” Ele também mencionou que “a forma de agir foi completamente errada e não está de acordo com os padrões de treinamento.”
O superintendente afirmou que ordenou uma apuração minuciosa. Ele ressaltou que, para garantir total autonomia, foi ele quem solicitou que a Polícia Federal examinasse a situação.
Vitor Almada expressou sua profunda tristeza pelo acontecido, se desculpou com a família de Juliana e colocou a PRF à inteira disposição da família para o que for preciso.
"Eu achei que era um criminoso com o carro da polícia disparando contra mim", comenta o pai da jovem que foi ferida a bala.
Caminhando Para A Ceia De Natal
Juliana Leite Rangel estava a caminho da casa de familiares em Itaipu, Niterói, para celebrar o Natal com a família, quando o carro em que estavam foi atingido por tiros em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Alexandre Rangel, de 53 anos, que estava ao volante, comentou que assim que ouviu a sirene da viatura policial, imediatamente acionou a seta para indicar que iria parar. No entanto, os policiais já haviam saído do carro disparando.
"Eu disse à minha filha: 'Agacha, agacha'. Eu me agachei, meu filho se deitou na parte de trás do carro, mas infelizmente o disparo atingiu minha filha. Eles saíram do carro perguntando: 'Por que você disparou no meu carro?’. Mas eu nem possuo arma, como poderia ter atirado em você?", contou Alexandre.
Juliana foi encaminhada para o Hospital Adão Pereira Nunes, onde passou por uma cirurgia. De acordo com a administração municipal de Duque de Caxias, seu estado de saúde é avaliado como extremamente grave.
Alexandre também levou um tiro na mão esquerda, mas não sofreu fraturas e recebeu alta na noite de terça-feira.
Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi atingida por disparos na BR-040 — Foto: Reprodução/TV Globo
Nesta quarta-feira (25), pela manhã, a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, localizada em Brasília/DF, decidiu instaurar um processo interno para investigar os eventos ocorridos na noite anterior, na BR-040, em Duque de Caxias/RJ. Os policiais envolvidos foram suspensos temporariamente de suas atividades operacionais.
A PRF expressa seu pesar em relação ao acontecimento. A pedido da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos está monitorando a situação e oferecendo apoio à família da jovem Juliana.
Finalmente, a PRF trabalha junto à Polícia Federal, oferecendo dados que ajudam nas investigações relacionadas ao caso.
A Polícia Federal abriu uma investigação para esclarecer os acontecimentos relacionados ao incidente que ocorreu na noite de terça-feira (24/12) no Rio de Janeiro, envolvendo agentes da polícia rodoviária federal.
Depois de ser chamada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal foi ao local para executar as primeiras ações, que compreenderam a perícia do local, a coleta de depoimentos dos agentes da PRF e das vítimas, além da apreensão das armas para serem analisadas pela expertise em criminalística.