PSG e Atlético fazem duelo de realidades econômicas distintas

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PSG

Nesta quarta-feira (6), PSG e Atlético de Madrid se enfrentam na Champions League, apresentando diferentes ideais e estilos de jogo. Ambos os clubes, que chegaram perto de conquistar o título nos últimos anos, mas nunca o conseguiram, estão passando por um processo de reestruturação financeira que impacta diretamente suas performances em campo. O Lance! Biz analisa essas circunstâncias.

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Foto LANCE!

PSG X Atlético: Confronto De Riquezas Financeiras

Os franceses, que passaram por experiências significativas na década de 1990, enfrentaram uma crise nos anos posteriores e necessitavam de uma revitalização para retomar seu papel de destaque no futebol nacional e rivalizar com o Lyon, que conquistava títulos consecutivos da Ligue 1. Para alcançar esse objetivo, foi imprescindível abrir-se às benesses do mundo árabe e contar com investimentos substanciais.

Em junho de 2011, o Qatar Sports Investments adquiriu as ações do Paris Saint-Germain, e o CEO do grupo, Nasser Al-Khelaifi, passou a ser o presidente do clube. Com uma fortuna estimada em cerca de R$ 700 milhões, o empresário qatari apresentou um plano ambicioso para tornar a equipe uma força no futebol europeu.

Não levou muito tempo para que a promessa se realizasse. Em apenas três anos, jogadores como Ibrahimovic, Thiago Silva e Cavani aceitaram transferências para a capital francesa, criando oportunidades que, posteriormente, foram aproveitadas por estrelas como Messi, Neymar e Mbappé. Desde a aquisição do clube até o momento atual, foram conquistados dez títulos do campeonato nacional e sete troféus da Copa da França.

No entanto, a meta final encontrou um obstáculo em uma equipe alemã de grande renome. A vitória na Champions League tornou-se o foco primordial, e na temporada 2019-20, o time dirigido por Thomas Tuchel chegou à final, em um contexto de pandemia que transformou as partidas eliminatórias em confrontos únicos e sem público. Contudo, na partida decisiva, foram superados pelo Bayern de Munique, que venceu por 1 a 0, e assim, ainda não conseguiram conquistar o troféu continental.

Nasser Al-Khelaifi possui a propriedade do Paris Saint-Germain desde 2011 (Foto: STEPHANE DE SAKUTIN / AFP)

Nos últimos meses, a diretoria alterou sua abordagem e começou a estabelecer novas metas. Em vez de focar em estrelas renomadas mundialmente, Al-Khelaifi passou a se interessar por jogadores menos badalados e jovens talentos com potencial para agregar valor no futuro. Atualmente, o treinador Luis Enrique conta como principais destaques com Dembélé, que chegou em um momento difícil após uma fase ruim no Barcelona; Barcola, adquirido do rival Lyon em 2023; e Zaïre-Emery, formado nas categorias de base. Tornar-se um mero símbolo de riqueza deixou de ser a prioridade para um clube que evoluiu em suas negociações.

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Diferenças Entre PSG E Atlético De Madrid

Em contrapartida, o Atlético de Madrid se encontra em um período de reestruturação financeira. Sem grandes investimentos, investidores ou injeções de capital; o clube tenta se reerguer dentro de suas restrições financeiras e das significativas demandas para competir no mais alto patamar.

Ao optar por manter Diego Simeone como o treinador mais bem remunerado do mundo, o presidente Enrique Cerezo tem enfrentado duras críticas pela sua administração à frente do clube nos últimos dez anos – ele ocupa a posição desde 2002. Essa realidade não beneficia o desempenho do time, que tem lutado para continuar sonhando com a liderança.

A entrada de Simeone, no final de 2011, trouxe um novo ânimo à equipe. O estilo defensivo adotado na época fez com que vários grandes clubes do futebol europeu se tornassem suas vítimas, levando os rojiblancos a duas finais da Champions, em 2014 e 2016. No entanto, em ambas as ocasiões, as histórias tiveram um desfecho triste para o "primo pobre" e celebrativo para o "primo rico", o Real Madrid, que se consagrou campeão ao vencer o rival local na prorrogação no primeiro ano e, duas temporadas depois, triunfando nos pênaltis.

A abordagem atingiu seu limite, tornando-se essencial fazer alterações. Nos últimos anos, o treinador argentino tem implementado um estilo de jogo mais ofensivo, substituindo o 4-4-2 pelo 3-5-2. Mas como isso se relaciona com a questão financeira?

Em 2017, o clube selou a aquisição do Metropolitano de La Peineta por pouco mais de R$ 100 milhões. Com esse investimento, modernizou o estádio, migrando do Calderón para uma nova arena em Madri. No entanto, essa despesa fez com que Cerezo adiasse a contratação de novos jogadores, reduzindo o elenco disponível para "El Cholo". Jogadores como Fernando Torres e Diego Costa, que foram fundamentais durante esse período, deixaram o clube sem gerar lucros, e a ampla utilização de atletas da base, como Koke e Saúl, impediu vendas. Em 2023, a corretora de criptomoedas WhaleFin foi processada devido a uma dívida superior a R$ 200 milhões, resultante de uma parceria que colocou sua marca na camisa vermelha e branca.

A sucessão de crises e a escassez de investimentos em contratações de alto nível persistiram por várias temporadas. Nos últimos dez anos, o único campeonato da La Liga conquistado ocorreu com a destacada atuação de Luis Suárez, que se juntou à equipe por apenas seis milhões de euros, após sua saída conturbada do Barcelona, envolvido em polêmicas com o treinador Ronald Koeman. A responsabilidade foi atribuída a Simeone, que teve que ajustar sua abordagem para evitar as críticas dos torcedores e demonstrar que os problemas não se limitavam apenas às suas táticas, mas também à gestão do time.

Na janela mais recente, o período de reorganização e atenção com as finanças resultou nos investimentos desejados pelos fãs. Mais de R$ 1 bilhão foi alocado em novas contratações, incluindo Sorloth, Le Normand, Gallagher e Julián Álvarez, que conquistou a Copa do Mundo com a Argentina. Por essa razão, a expectativa é grande para encerrar a seca de títulos que completará quatro anos em 2025.

Diego Simeone lidera o Atlético de Madrid em confronto contra o PSG (Imagem: JAVIER SORIANO / AFP)

O embate entre os colossos europeus ocorrerá nesta quarta-feira (6), às 17h (horário de Brasília), no Parc des Princes. O PSG contabiliza quatro pontos e está na 23ª posição, enquanto o Atleti, que soma uma vitória e duas derrotas nos jogos iniciais, se encontra cinco lugares abaixo e precisa triunfar para não se complicar na disputa por uma vaga nas fases eliminatórias.

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