Putin alerta Ocidente para risco de guerra nuclear e “destruição da civilização“ | CNN Brasil
Em uma pronunciação feita hoje (29), o mandatário Vladimir Putin avisou as nações ocidentais que podem levar a uma catástrofe nuclear caso haja envio de tropas para batalhar na Ucrânia. Putin notificou que Moscou possui recursos bélicos suficientes para atacar objetivos do Ocidente.
O conflito na Ucrânia resultou na mais grave crise nas interações entre Moscou e as nações ocidentais desde a situação envolvendo os mísseis cubanos em 1962.
O presidente Putin já havia mencionado sobre os riscos de uma eventual batalha entre a Otan e a Rússia, entretanto sua notificação sobre um possível conflito nuclear na quinta-feira passada foi uma das mais claras.
Ao se dirigir aos representantes governamentais e membros da alta sociedade russa, Putin reiterou sua acusação de que os países ocidentais têm a intenção de diminuir o poder da Rússia.
Ele propôs que os líderes ocidentais não estavam cientes do risco que seria se intrometer em questões internas da Rússia, conforme sua interpretação.
Ele iniciou o seu alerta sobre uma possível ameaça nuclear fazendo referência a uma especificidade: a ideia emitida pelo presidente francês Emmanuel Macron a respeito do envio de tropas terrestres de membros europeus da Otan para a Ucrânia, na última segunda-feira. No entanto, essa sugestão foi rapidamente rejeitada por países como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e outros.
“É necessário que as nações do Ocidente compreendam que possuímos dispositivos capazes de alcançar alvos em seu território. Tal situação, verdadeiramente, apresenta-se como uma ameaça para o surgimento de um conflito nuclear e a consequente aniquilação da civilização. É inacreditável que não se deem conta disso”, declarou Putin.
Antecedendo as eleições presidenciais marcadas para 15 e 17 de março, nas quais ele certamente será reeleito para um mandato adicional de seis anos, ele enalteceu o que descreveu como o vastamente atualizado arsenal nuclear da Rússia - que é o maior do planeta.
Ele afirmou que as forças nucleares estratégicas estão totalmente preparadas, mencionando que as novas armas nucleares hipersônicas de última geração, mencionadas pela primeira vez em 2018, já foram implantadas ou estão em uma fase avançada de desenvolvimento e testes.
De modo explícito incomodado, Putin insinuou que os líderes ocidentais recordassem a trajetória de personalidades como Adolf Hitler, da Alemanha nazista, e Napoleão Bonaparte, da França, que tentaram invadir a Rússia no passado sem êxito.
Putin expressou que as ramificações serão bem mais catastróficas. Ele indicou que os líderes do Ocidente têm uma visão caricata da guerra e acusou-os de não terem a experiência de segurança que os russos adquiriram nos últimos 30 anos. É necessário que eles não esqueçam o verdadeiro significado de uma guerra real.
Com A América Latina
Segundo Putin, as forças russas estão liderando a ofensiva em diversos pontos do campo de batalha na Ucrânia.
É importante que a Rússia aumente a presença militar nas suas fronteiras ocidentais devido à adesão da Finlândia e da Suécia à Otan.
O líder experiente do Kremlin repeliu as insinuações ocidentais de que as forças russas poderiam progredir além da Ucrânia e avançar em direção aos países europeus, considerando tais ideias "ridículas".
Além disso, foi dito por ele que Moscou não cometeria o mesmo equívoco cometido pela União Soviética, sendo que a cidade não permitiria que o Ocidente a puxasse para uma corrida armamentista que gastaria um grande percentual do seu orçamento.
Dessa forma, nosso objetivo é impulsionar o progresso do setor industrial defensivo com o intuito de ampliar o nosso poderio científico, tecnológico e industrial como nação.
Putin afirmou que é possível discutir a estabilidade estratégica nuclear com os EUA em Moscou. Porém, ele insinuou que Washington não está realmente interessado nessas negociações, preferindo propagar mentiras sobre os alegados objetivos da Rússia.
Ele afirmou que nos últimos tempos têm surgido diversas acusações sem provas contra a Rússia, como a suposta intenção de lançarmos armas nucleares no espaço. Segundo ele, essa ideia tem o objetivo de nos forçar a negociar de acordo com os interesses dos Estados Unidos, sendo que nossa posição ficaria em desvantagem.
Às vésperas das eleições presidenciais dos Estados Unidos, eles simplesmente desejam evidenciar aos seus habitantes e aos outros indivíduos que ainda são os líderes mundiais.